Minhas Receitas Especiais!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

DESAFIO: Testar o omelete da Julia Child!!

Quando assisti o filme Julie e Julia, achei muita estranha a voz da Merryl Streep ao interpretar a chef Julia. No filme, fica claro que Julia e seu programa de TV faziam parte da cultura americana. Fiquei curiosa para ver e ouvir a "verdadeira" Julia. Há alguns anos esta seria uma tarefa difícil, mas hoje, bastam alguns cliques no Youtube!
Encontrei um programa original da Julia sobre "french omelette". Ao assistir o vídeo, fiquei impressionada! Julia fez o omelete em segundos, sacudindo energicamente a frigideira, até a mistura se transformar em um omelete meio "desarrumado". Minha reação foi: mas não é assim que se faz omelete!! Eu sempre coloquei os ovos batidos previamente na frigideira e deixei cozinhar bem de um lado, até não haver mais líquido. Depois, viro e cozinho a omelete do outro lado.
Decidi então, provar que o jeito da Julia fazer omelete não dava certo! Quanta pretensão a minha! E para ser totalmente justa, segui direitinho a receita:

  • 2 ovos bem batidos
  • um pouco de água filtrada
  • sal e pimenta (moídos na hora)
  • manteiga
  • frigideira de borda alta

Aqueci bem a frigideira, coloquei a manteiga, coloquei a mistura de ovos, água, sal e pimeira e... comecei a movimentar a frigideira para frente e para trás... Rapidamente o omelete "desajeitado" começou a se formar no canto da frigideira. Estava pronto! Coloquei em um prato, ajeitei um pouco para ficar com um formato de omelete dobrado, salpiquei salsinha e... ficou maravilhoso!!

O omelete da Julia é levíssimo! Saborosíssimo! Pode ser servido no café da manhã, pode ser um almoço leve acompanhado de salada, pode ser incrementado com ervas frescas ou queijo!!

Neste desafio, o que eu consegui provar é que eu não sabia fazer omelete!!
Viva a "French Cousine"!! Viva a Julia Child!!

(lembrete: Vale a pena assistir o vídeo no Youtube: digite "Julia Child omelette").

Beijos, Bia

DESAFIO: Fazer a massa caseira que o Jamie Oliver aprendeu na Itália!

Outro dia, estava eu navegando na Internet quando apareceu um daqueles pop-ups de "oferta" da Submarino, liquidando os livros do Jamie Oliver. Apesar de achá-lo um pouco "sujinho", do tipo que lambe os dedos (e não lava a mão depois) durante o preparo dos alimentos, gosto do seu estilo despojado e "roots" (como diz meu marido Alê quando quer se referir a alguém que valoriza a essência das coisas...). O Jamie foi buscar na Itália a essência da sua gastronomia, e seu livro sobre esta viagem é bem legal. Até presenteei minha amiga Paulinha com um exemplar, na comemoração do seu aniversário "só para mulheres" em um evento gastronômico no Atelier Gourmant.
O livro, como não podia deixar de ser, tem um capítulo sobre massas caseiras. E, na narrativa do Jamie, parecia tão simples de preparar! E vocês hão de convir comigo que massa feita em casa é totalmente "roots"!!

 Em um domingão em casa, resolvi preparar um papardelle com cogumelos selvagens (esta receita eu encontrei em um outro livro do Jamie, o "Chef sem Mistérios"). O molho era bem simples, somente cogumelos, bastante manteiga, salsinha, um pouco de limão. Gostei deste molho porque meu objetivo era que a massa fosse a estrela do prato!
 Neste desafio, eu também estreei a minha máquina de fazer macarrão, presente do meu maridão! Era um "sonho de consumo meu" há muito tempo, e eu nunca tinha tido a coragem de investir neste equipamento (algumas das minhas amigas vão pensar... é doida!  isso é "sonho de consumo" que se tenha!!! rs...).
 Comecei pelo preparo da massa. No livro, havia duas receitas: uma para o dia a dia, outra para dia de festa. A diferença está na utilização somente de gemas e semolina na receita de festa. Decidi fazer a receita de dia a dia, que levava farinha normal e ovos inteiros.

Ingredientes da massa:

  • 600 gr de farinha (usei a Renata, que tem uma qualidade superior)
  • 6 ovos
Modo de preparo: juntar os ovos um a um à farinha e misturar com as mãos até formar uma bola homogênea (dentro de uma travessa de plástico grande, para não fazer muita sujeira de farinha pela cozinha). Leva uns 5 minutos sovando (prepare os braços!). Depois, no mínimo 30 minutos na geladeira.

Montei a máquina de macarrão, dividi a massa em 4 pedaços. Trabalhei 1 porção por vez da seguinte forma: abri a massa com a mão e comecei a passar pelo rolo mais grosso (número 1). Dobrei a massa e passei novamente pelo número 1. Fiz mais uma vez. Neste ponto, obtive um retângulo de massa bem grosso. Aí comecou o processo de se "afinar" a massa: posicionei o rolo no número 2, passei a tira da massa uma vez. Posicionei no número 3, passei a tira novamente. Continuei a fazer este processo até o número 7. Vai ficando cada vez mais difícil, porque a massa fica bem longa e pode "engruvinhar" ao passar no rolo mais fino. Para evitar isso, fui colocando um pouco de farinha diretamente no rolo.

Repeti o procedimento acima com as outras 3 porções de massa.
Estas tiras de massa são a base para muitos tipos de macarrão. Se apenas cortados em pedaços menores, você terá massa de lasanha. Se você passar no corte fino da máquina de macarrão, fará espaguetti; se passar no cortador mais grosso, terá talharini; se montar pasteizinhos, fará raviolli... totalmente versátil!
O papardelli é um talharini mais grosso, obtido cortando-se as tiras largas em 4 tiras menores.

 Depois de cortar toda a massa, cozinhei em água fervente abundante por uns 3 minutos cada porção de massa. Acrescentei o molho de cogumelos com manteiga e mama mia! estava pronto para servir!
 O resultado foi muito bom, com algumas ressalvas: a massa ficou muito fina e por isso, um pouco grudenta. Eu deveria ter parado na espessura 6 (e não ter ido até a 7). O molho era meio "sem graça", deveria ter colocado mais cogumelos (o problema é que os cogumelos "desaparecem" quando são cozidos!!).

Mesmo com estas pequenas ressalvas, meus queridos "cobaias" Alê, Erik e Marina se deliciaram. Não esqueci do Ian não! Fiz para ele uma versão "Ian" da massa: só com manteiga e salsinha. E ele comeu tudo!!!

DESAFIO: Preparar um Tiramisú Light (nas calorias e no preço!!)

DESAFIANTE: Eu mesma
MOTIVO: O mascarpone é caríssimo e a receita tradicional é muito calórica!

No mesmo dia do almoço do ossobuco com polenta, resolvi fazer uma sobremesa italiana. Imediatamente pensei no Tiramisú, que é delicioso... Se pensarmos que o final de uma bela refeição normalmente é acompanhado de um doce, um cafezinho e um licor, o Tiramisú reúne os três sabores em uma só sobremesa!

Há alguns anos eu havia feito Tiramisú para uma festinha que dei em casa... Fiz em um bowl grande de vidro, que destacava todas as camadas do doce. Lembro que eu “fiz” o mascarpone utilizando ricota...

Encontrei na internet, no site www.allrecipes.com.br uma receita de Tiramisú Rápido. No resumo da receita, a autora mencionava que era uma receita de sua mãe alemã (!!), que não levava ovos (o tradicional leva 6 gemas), açúcar refinado e que utilizava cream cheese no lugar do mascarpone. Adorei!!
Só faltava, agora, checar as calorias e compara-las com um Tiramisú Tradicional... Para considerar a receita “light”, deveria haver uma redução de, no mínimo, 30% das calorias!

O próprio site da receita possui também informações nutricionais (adorei de novo!!): Tiramisú Rápido, 168,5 calorias, 65mg de colesterol.
Tiramisú Tradicional: 568 calorias, 303mg de colesterol.
Perfeito!! Light total!! Só faltava agora ser gostoso!

Providenciei os ingredientes:

  • 120 ml de café coado, frio

  • 60 ml de amaretto (comprei o nacional mesmo)

  • 200gr de cream cheese (comprei o Philadélfia, light)

  • 180ml de creme de leite fresco

  • Essência de baunilha (usei umas 10 gotas, para não ficar enjoativo)

  • 1 pacote de biscoito champagne Bauducco (existem 2 tipos, com açúcar cristal e com açúcar refinado. O refinado é mais delicado).

  • Um pouco de café (100ml) para “molhar” os biscoitos

  • 1 colher de sopa de chocolate em pó do Padre

Separei todos os ingredientes nas quantidades pedidas. É o que os chefs franceses chamam de “mise en place”. Vejam o que diz a wikipedia:

Mise en place (dito "miz õ plas") é um termo francês que significa, literalmente, "posta no lugar". Consiste em uma etapa inicial para o preparo de um prato, na qual você separa todos os utensílios e ingredientes necessários para executá-lo. Os ingredientes devem ser medidos, e, se necessário, descascados, cortados, etc. É fundamental fazer a mise en place para a boa execução de qualquer receita, assim você não sai correndo atrás dos ingredientes quando as coisas já estão na panela. Um cozinheiro profissional não sobrevive sem a mise en place.

Interessante, não? É o que, no mundo corporativo, chamamos de “planejamento”. Normalmente as pessoas querem pular esta etapa por acharem ser perda de tempo... O mesmo acontece na cozinha... Eu mesma costumava buscar os ingredientes na geladeira, na despensa, no armário, no momento da execução. E surpresas desagradáveis eram inevitáveis... o sal acabou, não tem farinha o suficiente...

Desde que conheci o “mise en place”, minha vida da cozinha mudou. Fiquei muito mais eficiente e produtiva!

Preparados e separados todos os ingredientes e utensílios, comecei o preparo.
Misturei o café e o licor. Juntei 100gr do cream cheese e misturei até incorporar bem. Reservei.
Com a batedeira, preparei o chantilly com o creme de leite e a baunilha. No final, juntei o restante do cream cheese e bati um pouco mais. Aqui cabe uma observação: da próxima vez que eu fizer a sobremesa, vou acrescentar uma colher de sopa de açúcar de confeiteiro ou uns 2 saquinhos de adoçante. Achei o cream cheese muito salgado.

Embora a receita original sugerisse uma montagem em uma travessa de 28x18cm revestida com papel vegetal (para posterior desinforme), decidi fazer em potes de vidro individuais. Achei que iria ficar mais chamoso.

Iniciei a montagem. Primeira camada: 2 biscoitos molhados no café, umas 3 colheres de sopa da mistura de café + amaretto + cream cheese, um pouco do chantilly. Repeti mais uma vez as três camadas e cobri com chocolate em pó (utilizei um peneirinha para distribuir melhor o chocolate).
Fiz isso para 5 potinhos e os coloquei geladeira (no mínimo 1 hora).

Resultado: Ficou uma sobremesa leve e úmida, pouco doce, refinada por conta do licor. Sucesso total!

DESAFIO: Preparar o Créme Brullé igual ao do Restaurante Le Vin!

O Le Vin é um bistrô em São Paulo que teve o seu cardápio elaborado pelo famoso chef Erick Jacquin. E é dele a receita do Créme Brullé que servem lá. Meu filho de 13 anos (que também se chama Erik, por uma coincidência e não por homenagem ao chef em questão...) é fã incondicional desta sobremesa. Embora tenha experimentado em outros restaurantes, o Erik sempre se refere ao Créme Brullé do Le Vin como "o melhor"! 
Continuando os meus desafios gastronômicos, decidi, então, preparar um Créme Brullé tão maravilhoso que mesmo o meu exigente filho iria reconhecer: está igual ao do Le Vin! Se vocês conhecessem o Erik, saberiam que isso é um desafio e tanto!!
Minha primeira fonte de pesquisa foram meus livros de culinária. Encontrei a receita de Créme Brullé em um livro antigo, daqueles que tem milhares de receitas, de todos os tipos. E lá estava a receita de Créme Brullé, com ilustrações do passo a passo. Achei estranho que a receita pedia açúcar vanilla e não a fava da baunilha. Eu sabia que a sobremesa do Le Vin era feita com a fava, pois havia aqueles pontinhos pretos no fundo do pote, quando terminava de saborear o prato... Durante muito tempo achei que os pontinhos pretos eram "resíduo" do açúcar queimado pelo maçarico (que bobagem!!) mas depois descobri que era baunilha "natural".
Lá fui eu ao mercadão (Santo Mercadão!!) comprar o creme de leite fresco e a fava da baunilha. Encontrei o que eu precisava no box da Dona Helena, uma portuguesa que vende tudo o que você pode imaginar... A tal da fava da baunilha estava em um pote, acima do caixa, embrulhada em filme plástico... Parece um pistilo preto gigante, com um aroma maravilhoso... E custa bem caro!
Chegando em casa, fui preparar a receita do livro: creme de leite, gemas de ovos, baunilha (a fava deve ser aberta cuidadosamente com uma pequena faca para se raspar as sementinhas). Esta mistura precisava cozinhar no fogo muito baixo, por uns 30 minutos, mexendo sempre... Lentamente a mistura engrossou, como se fosse um mingau ralo. Deixei esfriar, coloquei em uns ramequins (potinhos de cerâmica brancos) lindinhos que comprei no sul, na fábrica das Porcelanas Schmith) e coloquei por algumas horas na geladeira.
 Na hora de servir, fui fazer o "brullé", que nada mais é do que açúcar queimado com um maçarico. Maçarico este que eu não tinha e minha idéia era utilizar um isqueiro bem potente do meu marido, que parecia um maçarico pequeno.


Como eu disse, parecia um maçarico... mas não era! na hora de queimar o açúcar, o tal do isqueiro não funcionou... aí, começa a improvisação (que dificilmente funciona!!). Acendi o grill do forno e coloquei os ramequins para "dourar". Resultado: o calor fez o creme desandar!! Ficou talhado como uma ambrosia...
Fracasso total... só não foi pior porque eu bati o creme novamente com o fuê e ele voltou a consistência original. As crianças (Erik e Marina), apesar da frustração de não ter a casquinha de caramelo, comeram o creme com o fondue de chocolate que eu também havia feito. Mesmo se tivesse o maçarico, a textura obtida com esta receita não se aproximava da textura desejada... algo estava errado...
Meu desafio continuava... fui para a internet... Li vários artigos sobre Créme Brullé. Um, muito interessante, falava da origem da sobremesa, do seu parentesco com outras sobremesas européias como a Crema Catalana (Espanha) e o Leite Queimado (Portugal). Todas estas receitas se utilizam dos ingredientes básicos: leite e gemas. A diferença está na forma de preparo: a Crema Catalana é cozida em fogo baixo para engrossar, o Leite Queimado é cozido e engrossa com maizena e a versão francesa é assada no forno em banho maria!! Bingo!!! Descobri que a receita que eu segui era de Crema Catalana e não de Créme Brullé!
Meu incentivador master e marido, Ale, me deu de presente um maçarico de cozinha profissional! Quase uma arma de guerra! Agora eu estava preparada!
Comprei mais creme de leite, ovos e fava de baunilha e segui a seguinte receita:
  • 350 ml de creme de leite fresco
  • 150 ml de leite integral
  • 5 gemas peneiradas
  • 50 gr de açucar peneirado
  • 1 fava de baunilha
Modo de Preparo: ferver o creme de leite e o leite com a baunilha (raspe o interior). Misture bem as gemas e o açúcar. Junte o leite quente e misture bem. Coloque em potinhos de cerâmica e leve ao forno em banho maria (coloque a água já quente). Deixe assar por 40 minutos em forno baixo (140 graus).
 Depois de assado, deixe esfriar e coloque na geladeira de um dia para o outro.
Na hora de servir, polvilhe açúcar refinado com uma peneira pequena e queime levemente toda a superfície com o maçarico.
 Ficou lindo!!! Mas isso ainda não completava meu desafio! Queria que meu filho e meu marido aprovassem, fizessem "hummm"...
 Quando o Alê provou, foi uma festa! Como é gostoso cozinhar para ele, sempre tem um elogio, um incentivo! Foi uma delícia ouvir a casquinha de caramelo se partindo com a colher...
 E o Erik... o coitado foi "obrigado" a provar a sobremesa no dia seguinte, logo cedo, como "café da manhã"! Ele mal havia acordado e eu estava ao lado da cama dele, com um potinho de Créme Brullé! Que mãe louca!!
Valeu a pena! Ele adorou e o comentário foi: "tem mais"? "Quantos eu posso comer"??
É isso aí! Mais um desafio vencido!!




Beijos, Bia





DESAFIO: Preparar um autêntico ossobuco com polenta italiano!

DESAFIANTE: o Maridão
MOTIVO: É um dos pratos favoritos dele!
Ao ser desafiada, pensei: oba!! Mais uma receita que pede a super panela de ferro italiana! (aquela adquirida no desafio do Beouf Bourguignon, lembram?)
Nunca tinha feito ossobuco, mas já tinha experimentado, há muitos anos, o melhor ossobuco de São Paulo, no Restaurante Cad’oro (se você tem menos de 30 anos, nunca ouviu falar, mas era o restaurante italiano de um dos melhores hotéis da cidade, com o mesmo nome). Minha lembrança, apesar de distante, era positiva. Lembrava-me de uma carne extremamente macia, com um osso no meio!
Iniciei a pesquisa da receita: livros, internet... Há muitas receitas!! Que bom!! Por outro lado, qual escolher? Em alguns casos, eu até “misturo” receitas... É o meu lado “chef” aparecendo!!
Acabei escolhendo a receita de um site bem legal, WWW.pratada.com.br, pois estava bem detalhada e com comentários do autor! De qualquer forma, vou reproduzir a receita com as adaptações e mudanças que eu fiz...  Primeiro, a “pequena” lista de ingredientes... Não se assustem!
  • 12 Ossobucos
  • 3 colheres de sopa de farinha de trigo
  • 2 colheres de sopa de azeite extra virgem
  • 2 cebolas médias picadas
  • 4 dentes de alho picados
  • 2 cenouras médias raladas
  • 2 talos de salsão picados
  • 3 talos de bulbo de erva-doce fresca picada
  • 2 talos de alho poró picado
  • 2 folhas de louro
  • 1 colher de chá de óregano
  • 1/2 maço de salsa e cebolinha picados
  • 2 latas de tomate pelado italiano
  • 2 copos de vinho branco seco
  • sal e pimenta do reino.
  • 500 ml de caldo de Carne
Com a lista acima, fui ao meu fornecedor preferido... o Mercadão de Santo Amaro! Pode ser mais caro que os supermercados normais, mas a experiência de compra é deliciosa... Ainda mais quando se necessita de algum ingrediente especial, ou que tem que estar super fresco... No caso do ossobuco, a própria carne não é fácil de se encontrar. Até pensei... ai, este prato vai sair caro!!


Depois de comprar os “verdes”, fui ao Box de carnes (que aliás, tem qualquer carne e qualquer corte que um chef ou “metido a chef” pode precisar... cordeiro, vitela, coelho, carne de caça...). Pedi 12 ossobucos, como dizia a receita. O rapaz do Box me trouxe, então, 1 pedaço, para eu avaliar a espessura que ele iria cortar. Tinha mais ou menos uns 3 dedos e pesava 300gr! Quando fiz a conta do peso total, percebi que estava exagerando, afinal, além do Ale e eu, participariam do almoço somente meus pais. Dei uma “reduzida” para 10 peças, quase 3 quilos de carne... E aí veio a surpresa... o ossobuco, que parece tão refinado, tem o mesmo preço do músculo! Aliás, ossobuco é músculo! Só que com o osso!!! (aos conhecedores de cortes de carne, desculpem-me a surpresa e a ignorância!)
O desafio, além de agradar ao paladar do Ale (e dos meus pais também), era preparar tudo para o almoço daquele mesmo dia! Eram 9h da manhã e eu estava saindo do Mercadão! Eu havia feito um planejamento detalhado na véspera, para garantir que nada fosse esquecido!
Cheguei correndo em casa, e comecei o preparo. Temperei com sal e pimenta (moídos na hora) os pedaços da carne.. Uma dica que havia na receita era “passar óleo no osso da carne com o dedo indicador”, para que se desprendesse da carne com mais facilidade.
Aí veio a parte chata: picar todos os talos (erva doce, salsão e o aipo). Nossa, que vontade de ter um (a) assistente para fazer esta parte!! Da próxima vez, vou tentar colocar no processador!
Preparei o caldo de carne (se você for um “chef” de verdade, vai ficar horrorizado, mas eu resolvi usar caldo knorr! Aquele do Alex Atala, que vem no potinho). Aqui vale uma ressalva: como “metida a chef” que sou, já preparei diversos caldos de legumes e de frango. O de legumes leva cerca de uma hora para ficar pronto... O de frango pede, no mínimo 3 horas de cozimento. Agora, o de carne... Se for seguir a receita que tenho em um livro do Cordon Bleu, leva 8 horas!!! Por isso, me perdoem por não preparar o caldo de carne desta vez...)
De qualquer modo, mesmo usando caldo knorr, dei uma “enriquecida” no caldo colocando as folhas dos talos que havia cortado e a folha de louro. Deixei ferver e abaixei o fogo para cozinhar lentamente.
Aqueci minha panela querida com óleo e passei os pedaços de carne na farinha de trigo. Selei os pedaços de carne dos dois lados, 2 ou 3 pedaços de cada vez na panela, para não juntar água. Terminado este processo, fritei levemente o alho e a cebola picados no azeite, juntei os pedaços de carne e... surpresa! descobri que os 10 pedaços não cabiam na panela!! E ainda havia um monte de coisa para ser adicionado ao cozimento! Realmente eu tinha exagerado na quantidade!! Rapidamente, peguei outra panela de inox (infelizmente só tenho uma de ferro...) e dividi os ossobucos. Adicionei o vinho branco, esperei evaporar. Adicionei os talos picados, a cenoura ralada e o orégano e deixei refogar um pouco. Acrescentei as duas latas de tomate com todo o líquido. Por último, o caldo de carne (sem as folhas). Tampei as duas panelas e deixei em fogo baixo por umas duas horas e meia.
Enquanto o ossobuco cozinhava, fui preparar a polenta. Utilizei Milharina, que é pré cozida. Eu estava seguindo a receita de polenta do Jamie Oliver, que falava de uma farinha de milho que, certamente, não era a Milharina... A receita pedia um cozimento de 40 minutos, até a polenta engrossar... A Milharina fica pronta em 5 minutos... Com certeza, este foi o ponto “baixo” do almoço... Não gostei da polenta... Da próxima vez, vou fazer com farinha de milho mesmo!!
Na hora de servir, tirei os ossos (para tristeza do meu pai, que lembrava, nos seus tempos de infância na Alemanha em guerra, como ele e os irmãos brigavam para comer o tutano do osso, com pão...).

Como não estamos em guerra, deixei o tutano de lado e arrumei os pedaços de carne em uma travessa grande. Salpiquei salsinha e servi com a polenta mole.
Ficou muito gostoso. A carne ficou macia (alguns pedaços mais que outros) e o molho ficou muito apurado, muito rico de sabores. Todos os ingredientes colocados se fundiram e o sabor ficou maravilhoso. Eu só devia ter mexido mais a carne durante o cozimento, pois ambas as panelas estavam com uma crosta queimada no fundo, que não comprometeu em nada o sabor, mas que foi difícil de tirar na hora de lavar!!


Obviamente, era muita comida para 4 pessoas, embora o Alê e meu pai tenham se esforçado para não deixar sobras... No dia seguinte, ao jantar, servi o ossobuco com arroz branco para nossos três filhos. A Marina, que como o pai, sempre me incentiva, estava exultante com o sabor da carne. O Erik, com seu jeito caladão, não falou muito... mas repetiu o prato! E o Ian... bom... o Ian é um caso a parte! Mas eu ainda vou fazê-lo experimentar e gostar de pratos diferentes!  

DESAFIO: Preparar Boeuf Bourguignon da Julia Child

Se você assistiu ao filme Julie e Julia, com a Merryl Strip, vai entender melhor este desafio. O filme conta a história de Julia Child, uma grande cozinheira americana, que introduziu a culinária francesa nos Estados Unidos, com seus livros de receita e seus programas de televisão. E de Julie, uma jovem americana de classe média que, para afastar o tédio de sua vida profissional, decidiu testar todas as receitas do livro de Julia em um ano, registrando suas aventuras em um blog. Uma das receitas mais famosas de Julia, retratada no filme, é o Boeuf Bourguignon... graças a esta receita, Julia conseguiu publicar seu primeiro livro de receitas, Mastering the Art of French Cooking, depois que uma editora levou seu manuscrito para casa e testou a receita do Boeuf. Também é esta receita que Julie prepara para o jantar quando recebe uma  jornalista que vai entrevistá-la sobre sua empreitada.
 Bom, acho que ficou claro porque escolhi este desafio gastronômico. É uma receita famosa, demorada, com ingredientes refinados, cheia de técnicas e truques.
 Falando em técnica, a primeira etapa do meu desafio foi a aquisição dos utensílios adequados para o preparo da receita. No filme, tanto Julia quando Julie utilizam as maravilhosas panelas francesas de ferro esmaltado Le Creuset. Saí, então, em busca da MINHA panela Le Creuset. Depois de muita pesquisa na internet, cheguei a uma triste conclusão: além de ser caríssima, o preço da panela francesa é tabelado!!! Até no Mercado Livre eu pesquisei... mas quem, em sã consciência, venderia um utensílio tão maravilhoso quanto este, que dura a vida toda??
 Isso mesmo! Dura a vida toda!! Pronto, eu já tinha o argumento na minha cabeça para cometer esta insanidade: gastar 800,00 reais em uma panela!! E o mais impressionante desta história foi que, meu marido, Alexandre, me apoiou totalmente neste desvairio consumista!! Acho que ele imaginou o quanto esta panela me deixaria feliz e motivada a seguir com meus desafios gastronômicos (dos quais ele é participante assíduo!).
 Quando decidi comprar a Le Creuset, coincidentemente, recebi um email de uma loja de utensílios domésticos em promoção. E, no site, vi umas panelas italianas (Mario Batali) semelhantes ao meu sonho de consumo, pela metade do preço (a bagatela de 400,00 reais!!). No mesmo dia, na minha hora de almoço, fui a tal da loja e comprei a panela! É linda, cor de vinho, com capacidade para 4,5 litros, tampa, pegadores de silicone... Tudo de bom!


 Vencida a etapa da panela, precisava agora conseguir a receita da Julia. Pensei até em comprar o livro de receitas dela, mas depois percebi que as medidas utilizadas em todo o livro (ainda sem tradução em português) eram voltadas ao sistema americano... Solução? Pesquisar na internet. É impressionante a quantidade de vídeos no Youtube sobre a elaboração deste prato... Para completar, consegui também a imagem das páginas do livro da Julia com a receita.
 O desafio aconteceu em um sábado de agosto. Comecei o dia indo ao mercadão de Santo Amaro comprar todos os ingredientes:

  • 1 quilo e meio de alcatra ou músculo
  • 200gr. de bacon
  • 1 cebola
  • 1 cenoura
  • temperos (salsinha, cebolinha, alecrim),
  • 3 xícaras de vinho tinto (Utilizei um vinho argentino que já tínhamos em casa, embora a Julia recomende alguns vinhos europeus mais charmosos... e caros também...)
  • 2 xícaras de caldo de carne (usei o Good Light)
  • 2 colheres de sopa de farinha de trigo
  • sal e pimenta do reino moídos na hora
  • 1 colher de sopa de purê de tomate
  • 500gr de cebolinha
  • 500gr de cogumelos paris
  • manteiga (3 colheres de sopa)
  • 1 xícara de caldo de carne (para o preparo da cebolinha)
Comecei a preparar o prato ao meio dia. Cortei o bacon em cubos grandes e os aferventei por uns 10 minutos. Depois de escoar a água e secá-los bem, fritei os pedaços de bacon com azeite de oliva na panela de ferro, por uns 2 ou três minutos, até que estivessem dourados. Retirei com uma escumadeira e deixei reservado.Liguei o forno a uma temperatura de 250 graus. 

Aqueci novamente a gordura deixada pelo bacon e adicionei alguns pedaços de carne, previamente secos com uma toalha (para evitar que soltassem água. Dica: não use papel toalha porque ele gruda na carne!!).  Enquanto a carne fritava, piquei a cebola e a cenoura. Após a fritura de toda a carne, reservei-a junto com o bacon e na gordura restante da panela, fritei os legumes picados até ficarem dourados. Juntei a panela todos os ingredientes: legumes, carne e bacon.

Coloquei sal e pimenta (moídos na hora) e 2 colheres de sopa de farinha de trigo, misturando bem para empanar levemente os pedaços de carne. Levei ao forno aquecido por 4 minutos para dourar a farinha (panela destampada). Retirei do forno, mexi novamente e voltei ao forno por mais 4 minutos. Retirei do forno e acrescentei o vinho (3 xícaras bem cheias), um pouco de caldo de carne (1 ou 2 xícaras), 1 colher de sopa de massa de tomate, ervas (alecrim, tomilho, louro). Tampei a panela e levei ao forno por umas 3 horas.


Enquanto a carne estava no forno, comecei a preparar as cebolinhas e os cogumelos. Descasquei as cebolinhas, coloquei para fritar em uma frigideira com 1 colher de sopa de manteiga. Após estarem douradas, juntei uma xícara de caldo de carne e deixei as cebolinhas cozinharem por 20 minutos (ou até ficarem macias).

O preparo dos cogumelos foi simples. Depois de lavá-los e cortá-los em fatias, dourei um pouco de cada vez (para não juntar água) em manteiga.

Quando a carne ficou pronta, retirei os pedaços de carne e bacon e coei o molho restante em uma peneira. Lavei a panela (afinal, o prato seria servido nela!), retornei a carne, o molho, as cebolinhas e o cogumelos sautée.

Servi com batatas cozidas (a Julia recomenda também servir com noodles na manteiga ou arroz branco e ervilhas na manteiga).

Foi um jantar especial. Meu marido, Alexandre, seus filhos Ian e Marina, meu filho Erik e eu... Estava um pouco exausta, mas feliz de ver a família se deliciando com o prato... Realmente fiquei impressionada com o nível de detalhes e de dicas que a Julia coloca nas suas receitas... E a panela... valeu cada tostão!!!! Afinal, os desafios não vão parar por aqui!!


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Filet Mignon Assado

Esta receita veio de uma revista antiga da Claudia Cozinha (agosto de 2006) e é muito interessante. Fácil, rápida, saborosa e requintada (como eu gosto!!). O resultado realmente surpreende! Como acompanhamento, sugiro uma farofa de ovo e azeitona! Delícia!




Ingredientes

1 peça de filet mignon sem as pontas
5 dentes de alho picadinhos
3 colheres de sopa de azeite
1/2 xícara de vinho tinto
1 colher de sopa de orégano
20 tomates cereja
200 gr de queijo fundido (gruyere ou emmenthal)
Sal a gosto

Aqueça o forno a 200 graus. Coloque a carne em um refratário untado com azeite. Tempere a carne com sal, alho, azeite. Banhe com o vinho e por último, polvilhe com o orégano.


Leve ao forno por 20 minutos. Vire o filet e coloque os tomates ao redor da carne. Asse por mais 15 minutos.

Vire a carne novamente e, por cima, coloque as fatias de queijo. Deixe no forno por mais 5 minutos ou até derreter o queijo.  

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Bolo de Banana com Farinha de Rosca

Este bolo segue a mesma técnica do Bolo de Cenoura: os ingredientes são batidos no liquificador (inclusive as bananas) e depois misturados à farinha e ao fermento! Super fácil de fazer! E com uma novidade, a farinha de rosca no lugar da farinha de trigo... O Bolo fica mais "moreninho" e com a crocância da farinha de rosca! E se quiser enfeitar o seu bolo, caramelize a forma e forre com bananas em rodelas! O bolo do dia-a-dia vira bolo de festa!

Ingredientes para a massa
  • 4 bananas nanicas bem maduras
  • 2 xícaras de açúcar
  • 4 ovos
  • 3/4 de xícara de óleo
  • 2 xícaras de farinha de rosca
  • 1 colher de sopa de fermento

Ingredientes para a cobertura caramelizada (opcional)
  • 3 colheres de sopa de açúcar
  • 2 colheres de sopa de água
  • 4 bananas cortadas em rodelas
Pré aqueça o forno a 180 graus. Bata no liquidificador as 4 bananas, o óleo, o açúcar (peneirado). Em uma tigela, peneire a farinha de rosca e o fermento. Vá misturando aos poucos com um fuê o líquido à farinha.
Se for fazer um bolo simples (sem cobertura), utilize uma forma redonda grande com buraco no meio. Unte com manteiga e açúcar. Asse por 30 minutos ou até dourar.

Se for fazer com cobertura, utilize uma forma redonda com uns 35 cm de diâmetro. Coloque o açúcar e a água diretamente na forma e leve ao fogo. Vá mexendo cuidadosamente para que o açúcar caramelize por igual. Quando dourar, desligue o fogo e gire a forma para que o caramelo se distribua por todo o fundo. Coloque sobre o caramelo as rodelas de banana, arrumando-as cuidadosamente. Coloque a massa sobre a banana e leve para assar por 30 minutos ou até dourar.

Deixe esfriar bem e desenforme sobre um prato de bolo redondo.