segunda-feira, 4 de novembro de 2013

DESAFIO: Fazer Bagels em casa


Bagels com coberturas variadas
Outro dia recebi o seguinte email de uma leitora do blog: 
"Bia, gostaria de fazer uma sugestão para um desafio gastronômico. Que tal o preparo de bagels?!  Me viciei neste pão quando fui aos USA, e tenho dificuldades de encontrá-lo por aqui.Obrigada!!! Cristiane". 
Minha resposta imediata: "Cristiane, desafio aceito!!"

Bagels são pães muito comuns nos Estados Unidos, principalmente no café da manhã, para acompanhar ovos com bacon. Eu diria que bagels são o "pãozinho francês" dos americanos! No formato de uma rosca, podem ser feitos de farinha normal ou integral, com ou sem cobertura... As coberturas também são variadas: sal grosso, sementes como gergelim, linhaça, erva doce, papoula... Mas todos os bagels tem algo em comum: sua textura "chewy" ou seja, "borrachenta"! E há uma técnica diferente no seu preparo que garante esta textura única: os pães são cozidos rapidamente em água fervente antes de serem assados! Aqui no Brasil, podem ser encontrados na rede Starbucks, servidos com potinhos de Cream Cheese!


Bagels do Starbucks
Há várias versões para a origem dos Bagels, como nos diz o texto abaixo, retirado do site www.bagelhouse.com.br
A história do bagel começou em pequenas vilas do leste europeu e viajou com as famílias judias para se tornar um dos pães mais populares do mundo.A lenda diz que o primeiro bagel foi enrolado em 1683. Um padeiro austríaco quis homenagear Jan Sobieski, Rei da Polônia, que havia salvado o povo da Áustria de um ataque de invasores turcos. O rei era um grande cavaleiro e o padeiro decidiu moldar a massa fermentada no formato de um círculo não muito uniforme parecendo um estribo. A palavra austríaca para estribo é “Beugel”.A verdadeira história diz que o bagel foi inventado muito antes, em Cracóvia, na Polônia, como um competidor do “Bublik”, um pão magro de farinha de trigo consumido durante a Quaresma. No século 16 e na primeira metade do século 17, o “bajgiel”, como era conhecido, tornou-se um elemento básico da dieta nacional polonesa.Outras histórias contam que o formato de anel também servia para ajudar os vendedores de rua a carregar os bagels. Em vez de puxar uma carroça pela cidade, eles carregavam longos mastros ou barbantes com os bagels pendurados.O nome bagel também pode simplesmente ter sua origem na palavra “Bügel”, em iídiche e alemão, que significa estribo ou laço, e que às vezes é usada para se referir a um pão de forma redondo.  
Os bagels foram levados para os Estados Unidos por imigrantes judeus no final do século 19. Inicialmente, eram populares somente entre os judeus do leste europeu que se estabeleceram em Nova York. Por volta de 1910, formou-se a União dos Produtores de Bagels e a arte se espalhou.
Em 1927, o padeiro polonês Harry Lender foi para New Haven, Connecticut, EUA, e fundou a primeira fábrica de bagels fora da cidade de Nova York. Sua empresa é tida como responsável pela fabricação de bagels congelados e pela venda de bagels em supermercados, espalhando assim a “bagelmania” para as massas.Os padeiros judeus na Europa mantiveram a chama acesa ao longo dos anos fazendo o bagel tradicional. No final dos anos oitenta os bagels ao estilo americano começaram a aparecer na Europa em uma variedade de sabores e com uma textura mais macia e mais apropriada para sanduíches. Assim, os redondos bagels completaram um círculo, originando-se na Europa e voltando como um produto americano. 
Como eu já esperava, este não foi um desafio fácil... A primeira receita que testei, do meu livro "Illustrated Baking", não funcionou... A massa ficou grudenta, difícil de modelar. Na hora de cozinhar na água quente, os bagels murcharam assim que os toquei e ficaram totalmente enrugados depois de cozidos... Tive ainda a esperança que a aparência melhoraria ao serem assados, mas eles continuaram parecendo pães de 80 anos... rs. Mesmo assim, Erik e Alê acharam uma delícia e comeram tudo! Estes meus meninos não são o máximo?? kkk


A primeira tentativa... Com muitos erros!!
Após a primeira tentativa, muitas lições aprendidas: a receita do livro levava água demais para a quantidade de farinha... Eu também não usei a "strong flour" ou farinha "forte", especial para pães que a receita indicava (achei "frescura" e caí do cavalo! rs). Outro erro foi o tempo de crescimento da 2a. etapa: se crescer demais, eles murcham mais rapidamente na hora de cozinhá-los!

A farinha "forte", indispensável para fazer os Bagels
Segui para a próxima tentativa, agora com uma receita da internet (All Recipes UK), que também levava a farinha "forte" (óbvio!! rs), ovos, menos água e a sugestão de coberturas variadas, ideia que adorei... A massa ficou mais firme, mais fácil de modelar... Na hora de cozinhar, os pãezinhos estavam crescidos, porém firmes e não murcharam! Lindos!! Fiquei olhando para eles, depois de assados e contemplando sua beleza: gordinhos, redondinhos, douradinhos... Meus bebês bagels!! Eu quase não tive coragem de serví-los, com pena de serem cortados e comidos! A gente se apega mesmo!! rs

Bagels

(10 unidades)

  • 450 gr de farinha de rigo para pão ("forte")
  • 08 gr de sal
  • 10 gr de mel
  • 7 gr de fermento seco
  • 200 ml de água morna
  • 5 gr de óleo
  • 2 ovos para a massa
  • 1 ovo para pincelar
  • coberturas diversas (sal grosso, gergelim, erva doce, alcarávia, sementes de linhaça...)

Dissolva o fermento biológico sco na água morna com o mel. Deixe descansar por uns 5 minutos. Coloque a farinha e o sal em uma tigela grande. Junte o líquido do fermento, os 2 ovos batidos e o óleo. Misture até incorporar bem. Sove por 10 minutos, até a massa ficar homogênea. Unte a tigela com um pouco de óleo, coloque a massa, cubra com filme plástico e deixe descansar por 1 hora (ou até dobrar de volume).


Amasse novamente a massa e divida em 10 partes (cerca de 80 gramas cada parte). Faça uma "minhoca" de 20 cm e enrole nos 3 dedos do meio da mão. Una as partes pressionando bem. Coloque os pães em uma forma grande, forrada com papel manteiga ou silpat. Deixe descansar por 20 minutos.


Aqueça o forno a 180 graus. No fogão, coloque uma panela grande com água e deixe ferver. Com cuidado, mergulhe 2 a 3 bagels de cada vez e deixe cozinhar 1 minuto de cada lado. Retire e seque com papel toalha. Coloque os bagels novamente na forma, passe o ovo batido e salpique a cobertura de sua preferência.


Leve para assar até os bagels ficarem crescidos e dourados. Retire do forno, coloque sobre uma grade para esfriar.


Sirva com cream cheese, manteiga, geleia, ou como sanduíche (uma versão bem tradicional é a de cream cheese e salmão defumado! Sublime!!)



Bagels by Desafios Gastronômicos
Querida Cristiane, obrigada por me desafiar! E espero que esta receita a faça relembrar os bagels americanos que você sente tanta falta! Mas não vá se apaixonar por eles, hein??? rs