quarta-feira, 11 de setembro de 2013

DESAFIO: Fazer novamente Ossobuco, melhor ainda que o primeiro!!

Ossobuco com Talharini Caseiro ao
 Molho de Manteiga e Sálvia
Este desafio começou com um SMS de uma amiga querida perguntando como ela poderia preparar um Ossobuco para o marido, um dos pratos preferidos dele! Coincidentemente, este também é um dos pratos preferidos do meu marido, e foi um dos primeiros Desafios que fiz aqui no blog, ainda sem muita experiência, principalmente em  fotografar e registrar todo o passo-a-passo!

Passei a receita para ela e, embora a funcionária dela tenha tido a "brilhante iniciativa" de colocar os pedaços de carne para assar no forno, como se fossem uma maminha ou uma picanha causando um surto na minha amiga quando ela chegou em casa, ainda foi possível "salvar" a pobre carne, colocando-a na panela com os legumes, o vinho e o caldo, cozinhando-a por umas duas horas! Ossobuco - e casamento - salvos!!! Mais uma missão cumprida do "Help Desk" dos Desafios Gastronômicos!!! rs

A história toda do Ossobuco, obviamente, me deixou com vontade de prepará-lo novamente, testando algumas mudanças na minha primeira receita, para aprimorá-la ainda mais (pois, como diz meu marido: "Está bom, mas pode melhorar! rs). E, principalmente, registrando o passo-a-passo, para facilitar a explicação e a reprodução desta receita deliciosa pelos leitores do blog!

A receita original, feita na panela de ferro, ia ao fogo baixo por umas 2 horas. Mesmo assim, o fundo ficou levemente queimado, o que pode comprometer o sabor do prato... Para resolver esta questão, decidi cozinhar a carne no forno, na mesma panela de ferro, bem tampada (mesmo processo do Boeuf Bourguignon). Outro ponto que deveria ser "evoluído" era o fato da carne ter se "desmontado" do seu osso, cujo interior é considerado uma especialidade gastronômica (o famoso "tutano"). Da primeira vez, eu "descartei" o tal osso, para desespero do meu pai! rs. Para resolver este problema, resolvi aplicar uma  técnica que um leitor mencionou nos comentários do post: amarrar os pedaços do ossobuco com barbante, para mantê-los inteiros durante o processo de cozimento!

O resultado foi excelente: a carne estava desmanchando (o cozimento no forno é mais lento e uniforme do que no fogo) e, embora os pedaços estivessem se separando dos ossos, consegui "montá-los" adequadamente na travessa, mantendo o formato e o osso, graças à amarração com barbantes!

O acompanhamento também foi diferente: no lugar da polenta mole, servi Talharini Caseiro, com molho Burro i Salvia (manteiga e salvia), que casou muito bem com o rico molho de tomate, vinho e legumes do Ossobuco! Uma refeição perfeita para um jantar aconchegante e descontraído com os amigos! Ainda mais com a escolha que meu sommelier fez para acompanhar a carne: um maravilhoso Alpha Crux, da vinícola O. Fournier, que trouxemos da nossa viagem a Mendoza. Uma combinação perfeita para uma noite especial com os amigos!

A decoração da mesa para o jantar com amigos

Ossobuco com Talharini Caseiro ao Molho de Manteiga e Sálvia

(6 porções)

  • 6 ossobucos (cerca de 2 kg)
  • 2 colheres de sopa de farinha de trigo
  • azeite para fritar
  • sal e pimenta para temperar os ossobucos
  • 1 cebola roxa picada
  • 2 dentes de alho inteiros
  • 2 talos de salsão picados
  • 1 alho poró cortado em rodelas finas
  • 1 amarrado de ervas frescas (manjericão, alecrim, orégano, tomilho, louro)
  • 300 ml de caldo de carne
  • 1 xícara de vinho branco seco
  • 1 lata de tomates pelados italianos
  • sal e pimenta do reino para temperar o molho



Para o Talharini

  • 350 gr de farinha de trigo grano duro (ou outra de boa qualidade)
  • 150 gr de semolina de grano duro
  • 5 ovos grandes

Para o Molho

  • 100 gr de manteiga clarificada (clique aqui para ver como se prepara)
  • 1 punhado de sálvia fresca
  • sal e pimenta a gosto
Tempere os ossobucos com sal e pimenta. Amarre cada pedaço com barbante de algodão, para que o osso não se desprenda da carne. Aqueça o azeite na panela de ferro grande. Passe cada pedaço pela farinha de trigo e frite 2 pedaços de cada vez, deixando dourar de cada lado. Retire e repita a operação com os demais pedaços de ossobuco. Aqueça o forno a 150 graus. Na mesma panela, coloque um pouco mais de azeite e frite a cebola roxa. 


Aqueça o forno a 150 graus. Na mesma panela, coloque um pouco mais de azeite e frite a cebola roxa. Junte os demais legumes (alho poró, salsão e cenoura) e deixe fritar levemente. Arrume os pedaços de carne novamente na panela e acrescente o vinho. Deixe evaporar. Junte o caldo de carne e mexa para misturar bem. Acrescente os tomates, a salsinha picada e o amarrado de ervas. Cubra a panela com papel alumínio, coloque a tampa e leve ao forno por 2 a 3 horas, verificando a cada 1 hora o cozimento.




Prepare o talharini seguindo as instruções dos links "Técnica: Como Abrir Massa Caseira na Máquina de Macarrão" e "Técnica: Como cortar talharini"



Prepare o molho: Lave e seque as folhas de sálvia. Aqueça a manteiga clarificada (ver "Técnica: Como preparar manteiga clarificada") e frite as folhas de sálvia até ficarem crocantes. Tempere com sal e pimenta e reserve.


Aqueça uma caçarola de água temperada com sal e cozinhe os talharini por 5 minutos. Escorra, tempere com o molho de manteiga e sálvia aquecido e sirva imediatamente, acompanhando o Ossobuco.




E Bon Appetit a todos!

domingo, 8 de setembro de 2013

DESAFIO: Publicar outro artigo na Revista Leve & Leia, agora sobre um "Almoço de Negócios no Jardim"

Revista Leve & Leia - set/13
Depois da publicação da reportagem sobre a Torta de Maçã da Vovó Donalda na Revista Leve & Leia, em agosto/13, fiquei muito feliz quando a editora da Revista Leve & Leia me pediu um artigo com o tema de Setembro, Primavera!

Logo pensei em falar sobre o delicioso "Almoço de Negócios" que fiz no meu jardim, com decoração primaveril e com um cardápio leve e saboroso: Quiche de Alho Poró com Salada Indiana de Grãos e Torta de Ricota com Calda de Goiabada Cascão!

E acabam de sair 3 páginas na edição de Setembro com o artigo dos Desafios Gastronômicos! E uma chamada na capa!

Espero que vocês gostem!!

Para acessar a Revista inteira em sua versão on line, é só clicar aqui:

E para ver o post que deu origem ao artigo da Revista, clique aqui! E Bon Appetit!



DESAFIO: Experimentar as Peras ao Vinho Quente, do chef Gordon Ramsay

Peras ao Vinho Quente
Faz tempo que tenho vontade de fazer Peras ao Vinho Tinto! Uma sobremesa simples, com poucos ingredientes, que valoriza o sabor do vinho e a textura levemente granulosa das peras! Encontrei uma versão desta receita no livro "Os Melhores Menus do Gordon Ramsay", com algumas características um pouco diferentes das receitas tradicionais, como rodelas de laranja (ou limão) para temperar o vinho e a forma de servir, quente! Afinal, é vinho quente, não é?? rs

Decidi experimentar esta versão e acabei incluindo-a como sobremesa no cardápio de um jantar de sábado, com amigos, em uma noite fria, com céu estrelado e uma lua quase cheia: Para a Entrada, Bruschettas de Cogumelos e Cebolas Caramelizadas; como prato principal, Ossobuco com Talharini caseiro com Molho de Manteiga e Sálvia... Tudo regado a deliciosos vinhos cuidadosamente escolhidos por meu marido-sommelier!

Mas vamos à receita das Peras! Utilizei uma garrafa de vinho malbec, açúcar, rodelas de limão siciliano (a receita original leva laranja), canela em pau, cravo da índia e gengibre! Achei que o limão deu um sabor levemente amargo às peras... Da próxima vez, colocaria laranja mesmo ou então, só alguns pedaços da casca para dar sabor!

Peras ao Vinho Quente 

(6 porções)
  • 6 peras maduras e firmes
  • 1 garrafa de vinho tinto seco
  • 8 colheres de sopa de açúcar
  • 1 limão siciliano cortado em rodelas (ou 1 laranja - fica mais suave)
  • 2 pedaços de canela em pau
  • 4 cravos da índia
  • 1 pedaço pequeno de gengibre em fatias grossas
  • chantilly e folhas de hortelã para servir (opcional)

Ferva o vinho com o açúcar, a laranja e as especiarias por uns 20 minutos. Descasque as peras, mantendo o cabinho e retirando, por baixo, com a ajuda de um boleador, as sementes. Corte a base para que a pera fiquem em pé. Coloque as peras no vinho, para cozinhar por 10 a 20 minutos (espete com um garfo e deve estar macia, porém firme). Dica: para que as peras fiquem mergulhadas no vinho, coloque em uma panela pequena e alta e cubra com um pedaço de papel manteiga com um buraco no meio para não deixar as peras flutuarem.


Quando ficarem prontas, coloque em uma travessa funda para esfriarem (retire as rodelas de limão ou laranja para o vinho não amargar). Caso o líquido não cubra totalmente as peras, coloque 1 ou 2 copos cheios de água gelada para "subir o nível" do líquido e ajudar a esfriar mais rápido. Quando estiverem frias, leve à geladeira, de preferência de um dia para o outro.


Na hora de servir, aqueça novamente as peras (sem deixar ferver) e sirva acompanhado de chantilly, decorado com hortelã. Para servir o vinho quente, utilize uma pequena jarra, vai ficar um charme, além de não fazer uma "piscina" no prato e misturar com o chantilly! E Bon Appetit!!



Peras ao Vinho Quente

DESAFIO: Servir uma Bruschetta diferente, feita com Cogumelos e Cebolas Caramelizadas

Bruschettas com Cogumelos e Cebolas Caramelizadas
Encontrei esta receita folhando o livro "Os Melhores Menus do Gordon Ramsay"... E logo a imaginei em um jantarzinho informal, mas com um toque refinado! Adorei a ideia das cebolas caramelizadas combinando com um dos meus ingredientes favoritos: cogumelos!! O discreto sabor de ervas frescas, pimenta do reino moída na hora e toda a personalidade do aceto balsâmico, que combina lindamente com o sabor adocicado das cebolas caramelizadas... E tudo isso sobre uma fatia crocante de pão italiano levemente tostada em uma chapa quente! Afinal, isso é uma entrada ou é o paraíso?? rs

Exageros gastronômicos e literários à parte, esta receita é simples e incrivelmente saborosa! Fiz algumas alterações na receita original, tanto nos ingredientes quanto no modo de preparo! E ficou perfeita! Mas você pode substituir o shitake por outro tipo de cogumelos (como o portobelo), usar cebolas normais no lugar das roxas e trocar o aceto balsâmico por vinagre de xerez (como a receita original do Gordon!). Como vai ser a sua receita? A minha está descrita abaixo, com passo a passo! Bon Appetit!!

Bruschetta com Cogumelos e Cebolas Caramelizadas

 (12 unidades)

  • 12 fatias de pão italiano
  • 2 cebolas roxas (chalota) grandes, cortadas em rodelas finas
  • 1 alho amassado
  • 2 colheres de sopa de azeite
  • 1 colher de sopa de açúcar mascavo (ou normal)
  • 250 gr de cogumelos shitake cortados em fatias finas
  • 1 colher de sopa de manteiga
  • 1 colher de sopa de aceto balsâmico
  • sal e pimenta a gosto
  • ervas frescas a gosto (manjericão, tomilho, alecrim, orégano...)
  • salsinha picada a gosto
  • azeite extra para tostar o pão


Aqueça o azeite (2 colheres de sopa) em uma frigideira de borda alta e fundo grosso e frite as cebolas e o alho amassado até começarem a dourar levemente. Acrescente as ervas picadas, sal e pimenta e frite mais um pouco. Coloque o açúcar mascavo e frite até caramelizar bem. Reserve. Na mesma frigideira, derreta a manteiga, coloque os cogumelos e deixe-os dourar bem. Volte as cebolas, misture tudo e acrescente a salsinha picada. Reserve até a hora de servir.


Dez minutos antes de servir, aqueça uma bistequeira (com chapa grossa) e doure as fatias de pão dos dois lados, com um filete de azeite. Enquanto o pão tosta, aqueça o recheio. Cubra cada torrada com um pouco do recheio e sirva imediatamente!


Bruschetta com Cogumelos e Cebolas Caramelizadas

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

DESAFIO: Fazer "Danish Pastries" (Folhados Dinamarqueses)!

Danish Pastries - Folhados Dinamarqueses
Os Desafios do Livro "Illustrated Baking" continuam!! E vão ficando cada vez mais difíceis!! Desde que fiz o curso de Confeitaria Básica, em 2012, e aprendi a fazer massa folhada, queria tentar reproduzir a receita em casa! Mas o trabalho e a dificuldade me fizeram adiar, adiar, adiar... E um dos motivos era que a receita aprendida no curso levava "gradina", um tipo de margarina com elevado índice de lipídeos e que, para ser sincera, não me empolgava muito... O resultado era muito parecido com a massa folhada Arosa, comprada pronta e que também não é feita com manteiga, mas com gordura de origem vegetal... E eu pensava: para que o trabalho, para ter o mesmo resultado? Para quem não sabe, quando se usa a "gradina", o manuseio é mais fácil, pois não derrete tão rápido quando a manteiga... Mas fica com aquele sabor de gordura vegetal...

Quando encontrei as receitas de massa folhada no livro americano, me animei de novo! Eram feitas com manteiga e o passo a passo explicava bem o processo de abertura e resfriamento da massa. Difícil, mas explicado! Desafio aceito!

Escolhi uma receita de Folhados Dinamarqueses, os "Danish Pastries"! Não era a massa folhada francesa tradicional, mas uma variação que levava ovos. Além disso, poderia ser assada no mesmo dia, ao contrário da receita de Croissants, que precisa descansar na geladeira de um dia para o outro!

A quantidade de manteiga que a receita pede é insana! Mas não vamos pensar em calorias e colesterol bem no meio de um desafio como este, não é mesmo?

O trabalho e a força que se faz para abrir a massa também são insanos. Tanto que, no dia seguinte, fiquei com dores nos braços, como se tivesse feito musculação por duas horas, só nos braços!

E para completar a trilogia "insana", o tempo de preparo também é insano... Fiquei uma tarde inteira abrindo a massa, dobrando a massa, esperando esfriar na geladeira e depois, abrir a massa, dobrar a massa, esperar esfriar na geladeira... E repetir isso de novo!! Affe!!

Eu, realmente, não estou empolgando muito vocês a testarem a receita, não é?? rs... Mas fazer massa folhada em casa é um desafio que eleva uma confeiteira a um outro patamar de técnica e dedicação! E eu consegui!! Quem mais se anima??

Mas minha receita não ficou perfeita... Eu abri demais a massa! Deixei-a fina demais!! E aí, os folhados "folharam" pouco! Uma pena! Acho que eu me empolguei nos movimentos com o rolo de massa e fui esticando, esticando, esticando!! rs

Por isso, para quem for se aventurar neste desafio, não abra a massa demais: ela precisa ficar grossa para dar o efeito "folhado"! Preparei 2 formatos para os "Danish Pastries": um quadradinho com geléia de morangos (a receita original levava geleia de damasco) e uma versão "palmier"!

Danish Pastries


  • 2/3 de xícara de leite quente
  • 2 colheres de chá de fermento biológico seco
  • 2 colheres de sopa de açúcar
  • 2 ovos grandes (mais 1 para pincelar)
  • 3 1/2 xícaras de farinha de trigo peneirada (mais farinha para polvilhar)
  • 1/2 colher de chá de sal
  • 350 gr de manteiga gelada
  • 3/4 de xícara de geleia de morangos
  • açúcar confeiteiro e geleia para finalizar
  • açúcar e canela (para a versão "palmier")

Misture o leite, o fermento e 1 colher de sopa de açúcar. Cubra por 20 minutos e deixe descansar. Bata os ovos e junte à mistura de fermento. Coloque a farinha em uma tigela, faça um buraco no meio e coloque o líquido.


Misture com as mãos ou com a batedeira (usando a pá de gancho) por 15 minutos, até fica bem macia.
Cubra a massa com filme plástico e leve para a geladeira por 15 minutos. Em uma superfície polvilhada com farinha, abra a massa em um quadrado de 25 x 25cm.


Corte a manteiga em fatias grossas e coloque sobre metade da massa. Dobre a massa e comece a trabalhar com o rolo, até ficar com 1 cm de espessura. Dobre duas vezes e leve para a geladeira por 15 minutos.


Repita este processo mais 3 vezes: abrir, dobrar, levar para a geladeira por 15 minutos. Por último, abra a massa até uma espessura de 1/2 cm a 1 cm.


Corte quadrados de 10 cm. Com uma faca afiada, faça 4 cortes nos cantos. Coloque um pouco da geleia no centro e dobre as partes para o centro e, para finalizar, coloque mais geleia no centro. Repita este processo até finalizar a massa (cerca de 18 folhados). Deixe descansar em local aquecido por 1 hora, até crescerem um pouco. Pincele com ovo batido e leve para assar em forno pré aquecido por uns 20 minutos, até dourar.



Se sobrar massa, ou se quiser um formato diferente, misture açúcar e canela, polvilhe  toda a superfície da massa e enrole as duas pontas, até se encontrarem no centro. Pincele ovo batido para colar. Corte em fatias e coloque as fatias para descansar por 1 hora em local aquecido. Leve para assar em forno pré aquecido por 20 minutos.


Deixe esfriar em um rack e polvilhe com açúcar confeiteiro para finalizar. Se desejar, coloque mais geleia na hora de servir! E Bon Appetit!!


Danish Pastries com Geleia de Morangos
Versão "Palmier"




segunda-feira, 26 de agosto de 2013

DESAFIO: Preparar um delicioso Molho a Matriciana (ou Alla Matriciana ou All´Amatriciana)!!

Molho a Matriciana (ou Alla Matriciana ou All´Amatriciana)
Este desafio começou a partir de um pedaço de bacon que estava na geladeira... O tempo era curto para o jantar, então não podia ser nada muito complicado ou demorado (tipo um Boeuf Bourguignon ou um Coq Au Vin... rs)... Pensei em uma Massa a Carbonara, com seu molho cremoso... Mas carregada em gordura (além do bacon, creme de leite) e ovos... Muito colesterol para um dia de semana comum! Prefiro deixar a minha "cota" para um jantar especial!! rs

Aí me lembrei de um outro molho que leva bacon, e que eu não preparava há muito tempo. Tanto tempo que nem havia postado a receita no blog!! E era perfeito: a gordura do bacon seria amenizada por um saudável molho de tomates, que ficaria levemente defumado, com um sabor mais acentuado que um molho ao sugo normal!

Pesquisando na internet, encontrei a receita no blog Gordelícias... Mas, encontrei também um artigo da Revista Paladar que, por conta da pressa em servir o jantar para bocas famintas (o Erik! rs), deixei para ler mais tarde... Se tivesse lido o artigo inteiro, não teria cometido um erro gravíssimo: não servir o molho com Bucatini, a única massa aceitável para ser "All´amatriciana"! Já pensou!!! Estes italianos adoram uma polêmica! E não é só em relação ao tipo de massa a ser servida com o molho que existe polêmica! O nome também envolve uma discussão: o correto é All´amatriciana ou Alla Matriciana?? Diferença sutil, porém importantíssima! Afinal, uma das cidades que clama pela autoria do molho chama-se Amatriciana, a 144km de Roma... Mas há outra teoria, que diz ter sido o molho criado nos subúrbios de Roma utilizando, na sua preparação, o Matrice (nome antigo para Guanciale) ou bochecha de porco defumada. Para quem acredita nesta versão, o nome correto seria, então, Alla Matriciana! Mas a polêmica não pára por aí: a receita também sofreu alterações ao longo do tempo, e há tradicionalistas que se opõem à inclusão dos tomates e das cebolas na receita! A versão considerada "original" dos pastores italianos levava a bochecha de porco defumada (por longos 3 meses na beira do fogão a lenha), frita em azeite de olivas rústicas, regada a vinho branco, temperada com pimenta e servida com queijo pecorino (de cabra)... Gente, é muita polêmica para uma receita só!! rs... Para conhecer mais a história do molho, leia o artigo da Revista Paladar!

Ainda bem que eu não li o artigo antes... Senão não teria saído o jantar!!!! rs

Embora eu tenha feito a receita com massa "parafuso" (e me perdoem a heresia, eu juro que não sabia!!! rs), ficou uma delícia! Saboroso, encorpado, levemente apimentado e defumado... A finalização com o pecorino também é perfeita! Bon Appetit!

Molho a Matriciana (ou Alla Matriciana ou All´Amatriciana)

  • 150gr de bacon em cubinhos
  • 1 cebola picada
  • um filete de azeite
  • 1/2 xícara de vinho branco seco
  • 2 latas de tomate pelado italiano (levemente amassados)
  • sal a gosto
  • pimenta calabresa a gosto (opcional)
  • 1 punhado de pecorino ralado grosso
  • 400gr de bucatini

Aqueça o azeite em uma frigideira de fundo grosso. Frite a cebola até começar a dourar. Acrescente o bacon e deixe fritar. Coloque o vinho e deixe evaporar. Reserve o bacon e a cebola. Na mesma frigideira, coloque os tomates pelados, tempere com sal e a pimenta e deixe apurar por uns 20 minutos, misturando o bacon e a cebola no final.


Enquanto o molho apura, aqueça uma panela com água temperada com sal. Cozinhe a massa pelo tempo indicado na embalagem, escorra, cubra com o molho e com o queijo pecorino!

Molho a Matriciana (ou Alla Matriciana ou All´Amatriciana)



domingo, 25 de agosto de 2013

DESAFIO: Comer o legítimo Fondue Chinês!


O Fondue Chinês
Embora a palavra "fondue", em francês, signifique "fundido", o que nos remete diretamente à sua versão feita de queijos derretidos, há outros tipos de pratos que também utilizam esta denominação. O Fondue Bourguignonne, por exemplo, é feito com cubos de carne (filet mignon), mergulhados em um rechaud com óleo bem quente e servido com vários tipos de molho. Outro tipo bastante conhecido e apreciado no Brasil é o fondue de chocolate, servido como sobremesa, onde espetinhos com frutas frescas, bolos, marshmallows são mergulhados em um rechaud com chocolate derretido! Luxúria total! Aqui nos Desafios, já falamos bastante destes 3 tipos de fondue (clique aqui para saber mais).

Mas hoje, falaremos de uma receita de Fondue menos difundida, mas bem interessante: o Fondue Chinês ou Hot Pot para os americanos e Fondue Chinnoise para os franceses!

Fondue Chinnoise
Eu já havia provado esta versão em restaurantes especializados em fondue, em Campos do Jordão... Para mim, era apenas uma versão mais "light" do fondue de carne, no qual as carnes (que devem ser fatiadas bem finas) são mergulhadas, com o espetinho, em um caldo em ebulição. Além das carnes vermelhas, pode-se utilizar também carne de frango e frutos do mar, além de legumes e verduras em pedaços.

Até que, em uma noite de inverno, aqui em São Paulo, fui jantar em um restaurante chinês, o China Lake... E o meu conceito sobre o Fondue Chinês assumiu outras proporções... Nada daquele rechaud pequeno e delicado com caldo, com algumas fatias de carne e frango, timidamente acompanhadas de alguns molhos que eu havia conhecido... O Fondue Chinês era monumental! Digno de um povo que construiu a Muralha da China!!!

China Lake
Praticamente todas as mesas do restaurante estavam com grandes panelas fumegantes sobre as mesas, aquecidas por fogões portáteis (os mesmos que os restaurantes japoneses utilizam para preparar o Sukiaki nas mesas). Observei também que havia uma enorme mesa, como um buffet, repleta de ingredientes! As pessoas se serviam dos ingredientes crus e, em suas mesas, preparavam o "fondue" cozinhando tudo nas suas panelas! E nada de espetinhos: os utensílios em 2 conchas, sendo uma delas vazada, para "pescar" o que ficava cozido!

E o que se pode colocar na panela? Praticamente tudo! Lagostas, caranguejos, camarões, lulas, carnes fatiadas de vaca, de cordeiro, de porco, de frango, pedaços de peixe... Legumes, folhas, cogumelos de todos os tipos, macarrão de arroz, pasteizinhos recheados de carne, bolinhas de carne, de peixe...



E molhos, muitos molhos: de soja, de ostra, de gergelim, de amendoim, cebolinha, coentro, pimenta...
Pedi ajuda ao garçom para entender como se preparava o molho e ele se ofereceu para prepará-lo! Basicamente, ele mistura todos os molhos em um só!! Simples assim!

Aí, você monta seu prato e... mergulha tudo no caldo (note que há uma divisão na panela... Um caldo é com pimenta e o outro, sem):

Quando os ingredientes começam a ficar cozidos, retira-se com a concha, tempera-se com o molho e... Que delícia!!!


Particularmente, os meus ingredientes preferidos são os vegetais... No máximo alguns pedaços de lula... Até tentei encarar a lagosta, mas tive sérias dificuldades com conseguir comê-la! Ainda mais quando vi que estava cheia de ovas! Argh!!!! rs

Meu filho Erik simplesmente AMA este prato... Infelizmente só podemos apreciá-lo durante o inverno, entre julho e agosto... Agora, para quem quiser preparar o prato em casa, não é difícil! Obviamente não haverá a quantidade absurda de ingredientes do restaurante, mas dá para fazer uma festa bem legal com seus ingredientes prediletos! A receita deste post foi baseada no Fondue servido no China Lake. Seguem também os links para outras variações desta receita: Uma versão com leite de coco no caldo, outra do blog do Wessel (uma versão mais ocidental) e, por último, uma versão de um chef francês, publicada na revista Gula! Divirtam-se!!  

Fondue Chinês

  • 4 litros de caldo de carne com legumes
  • folhas diversas (alface, acelga, agrião, escarola, alface)
  • cogumelos diversos (paris, shitake, shimeji)
  • carnes fatiadas bem finas (de boi, de frango, de porco)
  • frutos do mar (camarão, pedaços de peixe, lulas em pedaços)
  • macarrão tipo udon ou de arroz

para o molho
  • molho de soja
  • molho de ostra
  • óleo de gergelim
  • molho de amendoim
  • molho de pimenta
  • salsinha, cebolinha e coentro picados

Prepare o caldo de carne e mantenha-o aquecido. Prepare todos os ingredientes em uma grande bandeja. Prepare o molho: misture um pouco de cada ingrediente a gosto!
Coloque o caldo em uma panela grande que encaixe bem no fogão portátil. Acenda o fogo! Utilize espetos ou conchas para colocar e retirar os ingredientes. Quando estiverem cozidos, cubra com o molho preparado.

E, para terminar, uma imagem bem genuína e popular do Fondue Chinês!! Bon Appetit!