sexta-feira, 15 de novembro de 2013

HOME CHEF de Novembro: Sueli Gomes

Quando recebo um email de um (a) leitor (a) contando que se inspirou nos Desafios para preparar uma receita, ou uma festa, ou um jantar e que foi um sucesso, sinto que todo o trabalho que tenho para produzir este blog vale muito a pena!! Inspirar as pessoas a terem momentos felizes nas suas casas, com suas famílias e amigos não tem preço! E é exatamente o que vivencio quando preparo um evento aqui em casa, por mais simples que seja. Toda a dedicação, carinho e vontade de agradar o outro faz bem a alma... Dá sentido à vida... 

E um destes emails inspiradores veio da Sueli Gomes... Eu já a "conhecia" virtualmente por conta do nosso Concurso Cultural (clique aqui para ver)... Ela foi uma das participantes e ganhadoras, com o Desafio do Crumble, que fez em sua estadia nos Estados Unidos! E agora descobri, conversando mais com ela que, de alguma forma, os Desafios a ajudaram a preencher o tempo livre e a matar a saudade do nosso querido Brasil! 

Quando retornou dos EUA, resolveu preparar um almoço para amigas de longa data e se esmerou na produção: cardápio bem elaborado (e impresso!!), mesa com decoração caprichada (com identificação das convidadas!!), lembrancinhas (personalizadas!!) E um gesto de carinho que me emocionou demais: ela me enviou um texto com fotos sobre o evento, finalizando-o com uma foto de todo o grupo, e ela vestindo o avental dos Desafios! Todo este trabalho só para me deixar feliz!! Demais!! Vejam como foi o evento:




Isso me fez refletir sobre o público leitor dos Desafios e sobre mim mesma... O que nós somos, afinal?? O que temos em comum, que nos fez formar esta grande comunidade que hoje já soma mais de 60.000 seguidores?? Não somos cozinheiros profissionais nem chefs de cozinha... Mas também não somos apenas "donas (os) de casa":  pois queremos mais do que simplesmente cozinhar no dia a dia... Somos "polos agregadores" da família e dos amigos quando inventamos um evento ou uma comemoração ou preparamos uma refeição especial... Somos "artistas" quando caprichamos em uma receita ou na decoração da mesa e da casa... Somos "cientistas" quando testamos novas receitas, investigamos novos ingredientes, experimentamos novas formas de preparo... Ás vezes com muito sucesso, às vezes nem tanto... E somos, acima de tudo, aprendizes e autodidatas, sempre pesquisando, sempre querendo aprender mais sobre o tema que nos apaixona... Aí fiquei matutando: como consolidar tudo isso em um único conceito, uma única terminologia?? 


Surgiu, então, o conceito de "Home-Chef", para denominar todas estas pessoas maravilhosas que fazem coisas incríveis para suas famílias e amigos pelo puro prazer de cozinhar e receber bem!! E surgiu a ideia também de criar, no blog, a seção "Home-Chef do Mês", para homenagear estas pessoas!

Vejam como foi a reação da Sueli quando soube que era a Home Chef de Novembro:
"Alô Bia,

Nossa, não posso nem dizer como estou feliz e orgulhosa por ser escolhida para a Home Chef de Novembro!
E pensar que tudo isso começou porque um dia, numa das minhas imensas tardes livres nos EUA, achei o "Desafios Gastronômicos" e comecei a sonhar que poderia sair da mesmice e fazer com que os encontros com familiares e amigos se tornassem em algo especial.

O almoço com as amigas foi a minha primeira experiência. Programei tudo com muito cuidado e foi um momento mágico!

Agora estou programando um almoço de Ação de Graças com meus familiares.

Ainda estou muito longe de fazer reuniões como as suas, mas estou muito animada. Obrigada pelo incentivo!"

Saiba mais sobre a nossa "Home-Chef":

  • Nome: Sueli  Fernandes Pereira Gomes
  • Local onde mora: Rio de Janeiro, no bairro do Grajaú
  • O que mais curte na gastronomia:  Preparar receitas novas e ficar na expectativa que ficarão divinas! (nem sempre isso dá certo)
  • O que mais gosta de cozinhar: Adoro fazer sobremesas (isso explica o meu aumento de peso)
  • Um desafio que cumpriu com sucesso: uma cheesecake de chocolate branco que fiz no último final de semana. Achei a receita meio estranha, porque o creme de leite fresco era fervido com o chocolate, mas fiz assim mesmo.  No final ficou ótima. Valeu a pena não desistir daquela receita.
O Cheesecake de Chocolate Branco da Sueli (veja a receita abaixo!)
  • Um desafio que pretende fazer: Sempre imaginei fazer uma reunião com pratos típicos de diversos países. Tenho testado receitas de diversos lugares (algumas muito boas outras nem tanto) mas ainda não consegui realizar esse desejo.
  • Dicas para os outros Home-Chefs: Algumas pessoas nascem com talentos especiais para cozinhar ou para decorar com perfeição uma mesa. Eu não nasci com nenhum desses talentos, muito pelo contrário, mas descobri que com o incentivo certo e com um carinho especial pelas pessoas que estarão conosco à mesa, daremos sempre o nosso melhor.
Sueli, muito obrigada por compartilhar conosco sua história, suas experiências e seus anseios! 

E segue agora a receita "desafiadora" da nossa Home Chef (será que foi pura coincidência ou a Sueli usou esta cobertura estonteante de cerejas só para me deixar feliz?? rs)

Cheesecake de Chocolate Branco

  • 200g de biscoito de leite triturado
  • 3 colheres (sopa) de manteiga sem sal
  • 1 e 1/2 xícara (chá) de creme de leite fresco
  • 170g de chocolate branco picado
  • 2 embalagens de Cream Cheese Philadelphia (300g)
  • 2 xícaras (chá) de açúcar
  • 3 ovos
  • 2 xícaras (chá) de frutas vermelhas
  • 4 cravos-da-índia

Modo de Preparo

Em uma tigela, misture os biscoitos com a manteiga derretida até formar uma farofa. Forre o fundo de uma forma de aro removível e reserve. Leve o creme de leite ao fogo, quando ferver junte o chocolate e mexa até derreter completamente. Bata, na batedeira, o Cream Cheese Philadelphia com uma e meia xícara (chá) de açúcar e os ovos. Junte à mistura de chocolate, coloque na forma sobre a massa de biscoito e leve para assar em forno preaquecido em temperatura média-baixa por 50 minutos. Deixe esfriar e leve à geladeira por 3 horas. Em uma panela coloque o açúcar restante, as frutas vermelhas e os cravos. Leve ao fogo, mexendo de vez em quando até formar uma calda grossa e deixe esfriar. Coloque a calda sobre o cheesecake desenformado. Corte em fatias e sirva.

Não fiz a cobertura da receita; usei a cobertura em lata da foto!




quarta-feira, 13 de novembro de 2013

DESAFIO: German Cinnamon Stars (Estrelas Alemãs de Canela)


German Cinnamon Stars - Estrelas de Canela
A tradição natalina na cultura alemã é muito presente e significativa. Na minha infância (a família do meu pai é de origem alemã), passei muitos natais na casa de minha Oma ("avó" em alemão) e das minhas Tantes ("tias" em alemão) e estas lembranças ficaram para sempre... A árvore de natal (sempre natural) era toda decorada com estrelas de palha (feitas a mão) e velas de verdade, em pequenos suportes presos aos galhos. Nada de brilho, nada de enfeites de plástico ou luzes de LED chinesas piscantes...

E o mais importante: a árvore só "aparecia" para as crianças, toda acesa pelas velinhas, na noite de Natal, como se o próprio Santa Klaus (ou Papai Noel) a tivesse colocado ali juntamente com os presentes! E a comemoração prosseguia com música (meus primos tocavam músicas natalinas em pequenas flautas de madeira) e cantos em alemão... Tudo muito cuidado para preservar a mágica deste momento, principalmente para as crianças! E, na hora da entrega dos presentes, era um brinquedo para cada criança, normalmente de madeira, com um toque educativo, para estimular a criatividade...

Árvore natural com velas e estrelas de palha!
Bem diferente dos natais de hoje onde não há nenhuma tradição, só comida demais e as crianças correndo de um lado para o outro com um monte de brinquedos eletrônicos e barulhentos, sem valorizar o momento, o significado daquela noite especial... Até mesmo a figura do Papai Noel já está desvalorizada: as crianças recebem seu presente, mal agradecem e saem rasgando o pacote para ver se era o que haviam pedido aos pais. E "ai" do Papai Noel se não estiver certo... É capaz de perder a barba (falsa)!! rs

Vai chegando a época do Natal e eu vou ficando saudosa dos Natais de antigamente... Acho que foi por isso que resolvi fazer esta receita do livro Illustrated Baking: German Cinnamon Stars (ou "Estrelas Alemãs de Canela). Não sei se eram exatamente estes biscoitos que havia nas nossas festas de natal, mas achei que fazê-los seria como "voltar no tempo"!

A tradição do Natal
Mas esta minha volta no tempo não foi tão "tranquila" como eu imaginava! A massa, feita somente de claras, açúcar, canela, limão e farinha de amêndoa, é fácil de fazer e a única exigência é que fique ao menos uma hora na geladeira antes de ser aberta. A cobertura branca, feita com o próprio merengue da massa, precisa ser pincelada delicadamente sobre os biscoitos já cortados. Na minha primeira tentativa, dissolvi demais a cobertura (com leite, como mandava a receita original) e ela foi absorvida pela massa! Acrescentei mais açúcar confeiteiro e fui para a segunda fornada: embora tenha ficado mais consistente, a cobertura rachou e os biscoitos ficaram horríveis! Mesmo com a consistência, a temperatura do forno estava alta demais (segui a receita: 160 graus). Na minha terceira tentativa, abaixei bem o forno e deixei o tempo determinado na receita (15 minutos): a cobertura endureceu, mas a massa ficou crua! Que receitinha chata!! rs

As primeiras (e fracassadas) tentativas...
Mas desafio é desafio e não posso desistir! Depois de tantas lições aprendidas (melhor que falar "fracassos", rs), finalmente minhas pequenas estrelas alemãs de canela ficaram lindas e perfeitas: cobertura no ponto, forno a 110 graus por 21 minutos, macias porém devidamente assadas!

E assim, a tradição alemã do Natal se mantém... Pelo menos dentro do meu coração e nas minhas pequenas estrelas! Bon Appetit!

German Cinnamon Stars (Estrelas de Canela)

15 a 20 unidades

  • 1 clara de ovo
  • 1 1/3 xícaras de açúcar confeiteiro (160 gr)
  • gotas de suco de limão
  • 1 colher de chá de canela (2 gr)
  • 1 xícara de farinha de amêndoas (180 gr)
  • óleo para untar
  • açúcar confeiteiro para polvilhar
Bata a clara até ficar em neve. Junte as gotas de limão e o açúcar confeiteiro e bata por 5 minutos, até ficar um merengue bem brilhante e consistente. Reserve 1 colher de sopa bem cheia do merengue para fazer a cobertura. No restante do merengue, acrescente a canela e a farinha de amêndoa e mexa com uma colher de pau ou espátula. Coloque em uma tigela untada com óleo e deixe na geladeira por, no mínimo, uma hora.


Aqueça o forno a 110 graus (se seu forno for a gás, sem controle de temperaturas mais baixas, você terá que deixar a porta meio aberta - mesma técnica para fazer suspiros). Polvilhe uma bancada com açúcar confeiteiro e abra a massa com um rolo, deixando-a grossa (cerca de 5mm). Corte a massa com um cortador de estrelas e disponha em uma assadeira antiaderente, untada com óleo (ou com silpat). Pincele o merengue nos biscoitos (se estiver muito consistente, coloque umas gotas de limão para deixar mais líquido). Leve para assar por 20 - 22 minutos, até a cobertura ficar bem dura (não pode dourar) e a massa ficar firme. Deixe esfriar na forma por 10 minutos. Retire cada biscoito da forma e coloque em uma grade para esfriar e terminar de secar.


Dica: estes biscoitos são excelentes para quem é intolerante a glúten e a lactose, pois não leva farinha, nem leite, nem manteiga! E são lindíssimos!!




German Cinnamon Stars by Desafios Gastronômicos

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Você sabe o que é um (a) "Home Chef"?

A "Home Chef" Bia, no seu "paraíso"! 
Você sabe o que é um (a) "Home Chef"?

É alguém que:
  • Gosta de cozinhar, mas não profissionalmente
  • Gosta de receber amigos, família e fazer eventos em casa
  • Curte vinhos e harmonizações de comidas e bebidas
  • Participa de degustações e eventos gastronômicos
  • Gosta de restaurantes e bares para provar novos pratos, temperos e bebidas
  • Adora falar, ler e assistir programas e filmes sobre gastronomia
  • Nas redes sociais, segue tudo que está ligado ao tema "Gastronomia"
  • Gosta de experimentar receitas, técnicas, ingredientes e utensílios novos
  • A cozinha é sua parte preferida da casa
  • Faz viagens gastronômicas, provando pratos e bebidas regionais
  • É compulsivo (a) em comprar utensílios de cozinha
Resumindo... O (a) "home chef" é simplesmente louco (a) por tudo que se relaciona à Gastronomia!!

No meu caso em particular, não sou uma "chef" (pois não sou formada em Gastronomia, tão pouco tenho uma cozinha profissional para chefiar...); também não sou uma cozinheira (porque só cozinho quando quero e ninguém me paga por isso, rs). Não sou uma produtora de eventos, porque os eventos que faço são na minha casa e ninguém me contrata para isso... O que eu sou, então?? Uma Home Chef Blogueira! A chef da minha própria cozinha e do meu blog!! rs

Vestida para "cozinhar"!
Quando fiz o Primeiro Concurso dos Desafios, "O (a) Desafiado (a) agora é você", acabei recebendo histórias incríveis de pessoas que também se aventuram na cozinha, se desafiam, se divertem com a Gastronomia! Estas foram as primeiras Home Chefs aqui dos Desafios! Vejam as suas histórias lindas, clicando aqui!

O Concurso dos Desafios, que identificou as primeiras "Home Chefs"!
Tenho certeza que todos vocês, que acompanham os Desafios e são apaixonados por Gastronomia como eu, também vão se identificar com este conceito!

Por isso, vamos inaugurar uma seção muito especial: O (a) Home Chef do Mês! A cada mês vamos escolher um (a) leitor (a) do blog e da nossa página do Face que tenha nos contado uma história legal sobre sua vida como "Home Chef": como recebeu os amigos, como fez uma receita complicada e desafiadora, como planejou uma viagem gastronômica, etc, etc, etc!

Não é um concurso... É só uma homenagem e uma forma de compartilhar as experiências incríveis que costumo receber dos meus leitores queridos! Espero que vocês curtam!



E Bon Appetit a todos!
Bia

TÉCNICA: Fazer ovos fritos perfeitos

Sabem como chamam, nos EUA, a "dois ovos fritos com gema mole para o café da manhã"? Two sunny side up eggs (algo como "dois ovos ensolarados virados para cima"! rs... Que tradução horrível!!)

Quando era pequena, lembro-me de minha avó fazendo ovos fritos... Um monte de óleo, os ovos "nadando" na gordura... E para cozinhar a parte superior, ela jogava a gordura quente por cima! Os ovos ficavam com a clara crocante e dourada na borda, com a gema mole por cima! Uma delícia - atualmente inviável por conta da preocupação que temos com a saúde e com o colesterol!

Hoje, felizmente, temos as frigideiras antiaderentes a nosso favor, que reduzem significativamente a quantidade de gordura necessária para grelhar e fritar!

Por isso, a minha versão de "ovos fritos perfeitos e ensolarados" é feita com pouquíssima gordura, em frigideira antiaderente com tampa:

1. Aqueça uma frigideira redonda pequena, antiaderente
2. Quebre os ovos em uma tigela, com cuidado (nunca quebre os ovos diretamente na frigideira... Além de espirar, o ovo pode estar podre, o que vai ser um completo desastre na sua cozinha!)
3. Tempere os ovos com um pouco de sal
4. Coloque um filete de óleo ou azeite na frigideira e deixe aquecer um pouco
5. Com cuidado, coloque os ovos na frigideira, de forma a deixar as gemas bem centralizadas
6. Abaixe o fogo e deixe cozinhar por uns 2 minutos ou até a clara ficar bem cozida nas bordas
7. Cubra com uma tampa e deixe cozinhar por mais 1 minuto, para terminar de cozinhar a parte central das claras (se não gostar da gema mole, deixe mais tempo para que ela endureça também)
8. Com uma espátula e muito cuidado, coloque os ovos no prato! Não pode deixar a gema arrebentar, hein?? rs



Dê um toque de pimenta do reino moída na hora e sirva com torradas, pão francês, salada, arroz... E Bon Appetit!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Mídia: Revista Leve e Leia - Edição de Novembro/13

Na Edição de Novembro/2013 na revista Leve e Leia (que circula na Zona Oeste de São Paulo), três receitas de pães dos Desafios viraram reportagem: Pão Australiano, Pão de Azeite e Pão Integral com Grãos e Sementes!




Para acessar a Revista Virtual completa, Clique aqui!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Novidade nos Desafios: O nosso logo mudou

Queridos leitores, depois de 3 anos de Desafios Gastronômicos, chegou a hora de um novo visual! Por isso, uma primeira novidade (muitas outras virão!!) é a mudança no nosso logo! Mantendo as "cerejinhas", que são uma marca registrada, o logo agora ficou mais clean, mais definido e com um toque vintage! Espero que vocês gostem! Afinal, o blog é feito para todos vocês que adoram cozinhar, curtir e comemorar com a família e com os amigos queridos!! E aguardem, logo, logo, mais novidades!! Bom dia!!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

DESAFIO: Stollen, uma tradição do Natal alemão!

Stollen, uma tradição do Natal Alemão
A história do Stollen começa no século XV, na Europa, em uma época em que era proibido pela Igreja usar manteiga nas receitas (que absurdo!! rs). O príncipe da Saxônia (região onde hoje está a Alemanha), então, descontente com o sabor horrível dos bolos e pães preparados com óleo ou gordura animal, escreveu ao Papa da época, Nicolau, pedindo a liberação desta restrição ao menos para a família real. O pedido foi sumariamente negado. A família real continuou tentando até que o quinto Papa após Nicolau finalmente enviou uma carta (conhecida como a "Carta da Manteiga") autorizando a família real e seus serviçais a utilizarem manteiga nas receitas. Posteriormente, seu uso foi liberado para toda a população, desde que um imposto fosse pago, para custear a construção da Catedral de Freiburg! Esta história é especialmente incrível por dois motivos: primeiro, porque fiquei imaginando como seria a vida dos cozinheiros medievais sem manteiga, só utilizando óleo ou gordura em seus bolos, tortas e pães... Que falta de qualidade de vida!! rs (talvez por isso os franceses passaram a considerar a manteiga um ingrediente tão fundamental na sua refinada cozinha...). O segundo motivo é que parte da minha família já morou em Freiburg (minha Tia Ellen, irmã do meu pai, e minha prima Mônica, que ainda mora lá com a família). Visitei a cidade por duas vezes e conheci sua famosa (e maravilhosa) Catedral medieval... Jamais imaginei que aquela torre espetacular fora construída com impostos sobre a manteiga!! Não é incrível?? rs

Freiburg (Alemanha) e sua Catedral Medieval
Bom, mas foi graças à utilização da manteiga nas receitas de confeitaria que o antigo Stollen feito somente de água, fermento e farinha virou o Stollen como é hoje: um pão levemente doce e fermentado, enriquecido com (muita!) manteiga, leite, especiarias e frutas secas e cristalizadas! É um doce tipicamente natalino e seu formato lembra o Menino Jesus embrulhado na manjedoura. Atualmente, o Stollen mais famoso da Alemanha é feito em Dresden, por apenas 150 confeiteiros homologados e vendido, na época do Natal, na feira da cidade! O Stollen é tema do mais famoso Festival da Cidade: tem até eleição da Miss Stollen e a produção de um Stollen Gigante, que chega a pesar 4.000 quilos! Fiquei imaginando o tamanho do forno para caber este stollen... Acho que este desafio eu vou ter que "pular"! kkkkk



Com uma história tão interessante como esta e com minha origem alemã, eu não poderia deixar de me desafiar a fazer este delicioso doce natalino em casa! A receita escolhida foi retirada do Illustrated Baking e é suficiente para fazer um Stollen enorme (cerca de 1,5 kg), 2 médios (750 gr) ou 3 pequenos (500 gr)! É trabalhoso, demanda tempo (quase 4 horas no total), mas vale a pena!

Stollen

2 pães médios (750 gr cada)
  • 120 ml de leite morno
  • 10 gr de fermento biológico seco
  • 50 gr de açúcar
  • 2 ovos
  • 200 gr de manteiga sem sal amolecida
  • 450 a 500 gr de farinha de trigo
  • 1 pitada de sal
  • 1/2 colher de chá de essência de baunilha
  • especiarias a gosto (cravo, canela, cardamomo, noz moscada...)
  • 100 ml de rum ou outra bebida de sua preferência
  • 100 gr de passas brancas
  • 100 gr de passas pretas
  • 200 gr de frutas cristalizadas
  • 150 gr de amêndoas grosseiramente picadas (ou nozes, ou avelãs)
  • açúcar confeiteiro para finalizar

Na noite anterior, deixe as passas hidratando no rum.

Dissolva o fermento no leite morno, com metade do açúcar. Deixe descansar por uns 10 minutos.
Coloque a farinha, o restante do açúcar, o sal e as especiarias em uma tigela grande. Faça um buraco no centro e junte o leite com fermento. Junte os ovos batidos e a manteiga e comece a incorporar tudo, até formar uma massa homogênea que não gruda nas mãos (coloque um pouco mais de farinha de necessário). Sove a massa por 10 minutos (na mão ou na batedeira com pá para massa).


Em uma bancada polvilhada com farinha, coloque a massa e abra-a bem com as mãos. Coe as passas (descarte o rum) e passe um pouco de farinha nelas (para secar). Coloque as amêndoas, as passas e as frutas cristalizadas no meio da massa e feche-a. Com cuidado, comece a sovar a massa, para distribuir bem as frutas. Deixe a massa descansar em uma tigela coberta, em local protegido, por uma a uma hora e meia, até dobrar de volume.


Volte a sová-a por alguns minutos e divida-a nas porções desejadas. Modele no formato do stollen e coloque em uma forma grande, forrada com papel manteiga (ou silpat). Cubra com um pano e deixe descansar por mais uma hora, até crescer novamente.


Aqueça o forno a 180 graus e leve os stollen para assar até ficarem dourados.
Deixe esfriar em uma grade. Ainda morno, salpique açúcar confeiteiro na superfície e sirva sozinho ou acompanhado de sorvete ou chantilly.


A receita ficou deliciosa: um pão super aromático, repleto de frutas secas e cristalizadas, não muito doce! Gostei tanto que resolvi, este ano, dar pequenos Stollen como lembrancinha de natal para a família e para os amigos queridos! A produção de Stollen por aqui vai ser grande até o final do ano!! rs... Bon Appetit!



Stollen embrulhados para presente by Desafios Gastronômicos




segunda-feira, 4 de novembro de 2013

DESAFIO: Fazer Bagels em casa


Bagels com coberturas variadas
Outro dia recebi o seguinte email de uma leitora do blog: 
"Bia, gostaria de fazer uma sugestão para um desafio gastronômico. Que tal o preparo de bagels?!  Me viciei neste pão quando fui aos USA, e tenho dificuldades de encontrá-lo por aqui.Obrigada!!! Cristiane". 
Minha resposta imediata: "Cristiane, desafio aceito!!"

Bagels são pães muito comuns nos Estados Unidos, principalmente no café da manhã, para acompanhar ovos com bacon. Eu diria que bagels são o "pãozinho francês" dos americanos! No formato de uma rosca, podem ser feitos de farinha normal ou integral, com ou sem cobertura... As coberturas também são variadas: sal grosso, sementes como gergelim, linhaça, erva doce, papoula... Mas todos os bagels tem algo em comum: sua textura "chewy" ou seja, "borrachenta"! E há uma técnica diferente no seu preparo que garante esta textura única: os pães são cozidos rapidamente em água fervente antes de serem assados! Aqui no Brasil, podem ser encontrados na rede Starbucks, servidos com potinhos de Cream Cheese!


Bagels do Starbucks
Há várias versões para a origem dos Bagels, como nos diz o texto abaixo, retirado do site www.bagelhouse.com.br
A história do bagel começou em pequenas vilas do leste europeu e viajou com as famílias judias para se tornar um dos pães mais populares do mundo.A lenda diz que o primeiro bagel foi enrolado em 1683. Um padeiro austríaco quis homenagear Jan Sobieski, Rei da Polônia, que havia salvado o povo da Áustria de um ataque de invasores turcos. O rei era um grande cavaleiro e o padeiro decidiu moldar a massa fermentada no formato de um círculo não muito uniforme parecendo um estribo. A palavra austríaca para estribo é “Beugel”.A verdadeira história diz que o bagel foi inventado muito antes, em Cracóvia, na Polônia, como um competidor do “Bublik”, um pão magro de farinha de trigo consumido durante a Quaresma. No século 16 e na primeira metade do século 17, o “bajgiel”, como era conhecido, tornou-se um elemento básico da dieta nacional polonesa.Outras histórias contam que o formato de anel também servia para ajudar os vendedores de rua a carregar os bagels. Em vez de puxar uma carroça pela cidade, eles carregavam longos mastros ou barbantes com os bagels pendurados.O nome bagel também pode simplesmente ter sua origem na palavra “Bügel”, em iídiche e alemão, que significa estribo ou laço, e que às vezes é usada para se referir a um pão de forma redondo.  
Os bagels foram levados para os Estados Unidos por imigrantes judeus no final do século 19. Inicialmente, eram populares somente entre os judeus do leste europeu que se estabeleceram em Nova York. Por volta de 1910, formou-se a União dos Produtores de Bagels e a arte se espalhou.
Em 1927, o padeiro polonês Harry Lender foi para New Haven, Connecticut, EUA, e fundou a primeira fábrica de bagels fora da cidade de Nova York. Sua empresa é tida como responsável pela fabricação de bagels congelados e pela venda de bagels em supermercados, espalhando assim a “bagelmania” para as massas.Os padeiros judeus na Europa mantiveram a chama acesa ao longo dos anos fazendo o bagel tradicional. No final dos anos oitenta os bagels ao estilo americano começaram a aparecer na Europa em uma variedade de sabores e com uma textura mais macia e mais apropriada para sanduíches. Assim, os redondos bagels completaram um círculo, originando-se na Europa e voltando como um produto americano. 
Como eu já esperava, este não foi um desafio fácil... A primeira receita que testei, do meu livro "Illustrated Baking", não funcionou... A massa ficou grudenta, difícil de modelar. Na hora de cozinhar na água quente, os bagels murcharam assim que os toquei e ficaram totalmente enrugados depois de cozidos... Tive ainda a esperança que a aparência melhoraria ao serem assados, mas eles continuaram parecendo pães de 80 anos... rs. Mesmo assim, Erik e Alê acharam uma delícia e comeram tudo! Estes meus meninos não são o máximo?? kkk


A primeira tentativa... Com muitos erros!!
Após a primeira tentativa, muitas lições aprendidas: a receita do livro levava água demais para a quantidade de farinha... Eu também não usei a "strong flour" ou farinha "forte", especial para pães que a receita indicava (achei "frescura" e caí do cavalo! rs). Outro erro foi o tempo de crescimento da 2a. etapa: se crescer demais, eles murcham mais rapidamente na hora de cozinhá-los!

A farinha "forte", indispensável para fazer os Bagels
Segui para a próxima tentativa, agora com uma receita da internet (All Recipes UK), que também levava a farinha "forte" (óbvio!! rs), ovos, menos água e a sugestão de coberturas variadas, ideia que adorei... A massa ficou mais firme, mais fácil de modelar... Na hora de cozinhar, os pãezinhos estavam crescidos, porém firmes e não murcharam! Lindos!! Fiquei olhando para eles, depois de assados e contemplando sua beleza: gordinhos, redondinhos, douradinhos... Meus bebês bagels!! Eu quase não tive coragem de serví-los, com pena de serem cortados e comidos! A gente se apega mesmo!! rs

Bagels

(10 unidades)

  • 450 gr de farinha de rigo para pão ("forte")
  • 08 gr de sal
  • 10 gr de mel
  • 7 gr de fermento seco
  • 200 ml de água morna
  • 5 gr de óleo
  • 2 ovos para a massa
  • 1 ovo para pincelar
  • coberturas diversas (sal grosso, gergelim, erva doce, alcarávia, sementes de linhaça...)

Dissolva o fermento biológico sco na água morna com o mel. Deixe descansar por uns 5 minutos. Coloque a farinha e o sal em uma tigela grande. Junte o líquido do fermento, os 2 ovos batidos e o óleo. Misture até incorporar bem. Sove por 10 minutos, até a massa ficar homogênea. Unte a tigela com um pouco de óleo, coloque a massa, cubra com filme plástico e deixe descansar por 1 hora (ou até dobrar de volume).


Amasse novamente a massa e divida em 10 partes (cerca de 80 gramas cada parte). Faça uma "minhoca" de 20 cm e enrole nos 3 dedos do meio da mão. Una as partes pressionando bem. Coloque os pães em uma forma grande, forrada com papel manteiga ou silpat. Deixe descansar por 20 minutos.


Aqueça o forno a 180 graus. No fogão, coloque uma panela grande com água e deixe ferver. Com cuidado, mergulhe 2 a 3 bagels de cada vez e deixe cozinhar 1 minuto de cada lado. Retire e seque com papel toalha. Coloque os bagels novamente na forma, passe o ovo batido e salpique a cobertura de sua preferência.


Leve para assar até os bagels ficarem crescidos e dourados. Retire do forno, coloque sobre uma grade para esfriar.


Sirva com cream cheese, manteiga, geleia, ou como sanduíche (uma versão bem tradicional é a de cream cheese e salmão defumado! Sublime!!)



Bagels by Desafios Gastronômicos
Querida Cristiane, obrigada por me desafiar! E espero que esta receita a faça relembrar os bagels americanos que você sente tanta falta! Mas não vá se apaixonar por eles, hein??? rs