Bistrot Ville du Vin |
Foi assim que conheci o Ville du Vin, uma importadora de vinhos que também é bistrot! Era uma noite de semana bem fria, ideal para um jantar íntimo, acompanhado de um bom vinho! Mas, atenção! Há várias unidades do Ville du Vin pela cidade, mas só algumas têm bistrot, como é o caso da unidade da Vila Nova Conceição:
No térreo fica a importadora, com uma grande adega e um espaço muito interessante para degustão:
O espaço do bistrot, no andar superior, é pequeno e aconchegante, com algumas mesas, decoradas com lindas flores naturais, e um bar... E o charme fica por conta da cozinha toda envidraçada, onde é possível observar as cozinheiras trabalhando! Adorei! É o conceito de "conheça a nossa cozinha" levada às últimas consequências!! rs
O cardápio, bem enxuto, mostrava que o forte da casa eram as massas preparadas lá mesmo e pratos tradicionais franceses. O Alê optou por um Ravioli de Mussarela de Búfala com Molho de Tomates Frescos e eu fui um pouco mais ousada... Pedi um prato que nunca havia provado antes... Confit de Canard (ou traduzindo, Coxa de Pato cozida em sua própria gordura). Embora a tradução não fosse muito animadora, em minha busca por desafios, era fundamental que eu provasse, ao menos uma vez, este prato tradicionalíssimo da culinária francesa!
Escolhidos os pratos, descemos para o térreo, acompanhados do sommelier (legitimamente italiano), Gianlucca, para escolher o vinho que acompanharia nossa refeição... Deveria ser um vinho que combinasse com uma massa leve e com um prato de caça, bem gorduroso! Colocamos o sommelier em uma situação beeem complicada! rs. Após muita conversa, ficamos entre dois deles, ambos italianos da Toscana (uma clara preferência do sommelier...rs): o La Massa (feito de Sangiovese, Merlot e Cabernet) e o Perbruno, um Syrah.
Optamos pelo Syrah, para acompanhar nosso jantar, mas, na dúvida, compramos o La Massa para a nossa adega! As referências sobre este segundo vinho são excelentes, como a que encontrei no blog Goles e Dicas, que o classificou como "um supertoscano mais acessível"! Vai merecer um cardápio especial só para ele!!
Antes dos pratos chegarem, degustamos o Perbruno, um vinho com coloração cereja, bem encorpado e com álcool pronunciado (o que era perfeito para o meu canard, mas que, certamente, "brigaria" com a massa do Alê...). Pesquisando na internet, descobri que o vinho está muito bem avaliado, recebendo uma nota 9 da Wine Report.
Servidos os pratos, vimos que a apresentação era bonita e cuidadosa... O Ravioli estava saboroso e leve, mas a "decoração de molho adociado" não caiu bem com o prato... O vinho também não era o ideal... forte demais para um prato tão leve...
Quanto ao meu prato, o risco de pedir uma "novidade" valeu totalmente à pena, porque o tal Confit de Canard estava espetacular!! A carne simplesmente desmanchava na boca e a combinação com lentilhas e o molho adocicado (o mesmo da massa) estava perfeita! Estou escrevendo o post e lembrando do prato... Acabei de ficar com água na boca!
Perguntei ao mâitre sobre o tempo de cozimento da carne e, ao voltar da cozinha me disse que levava 15 minutos de forno, o suficiente para dourar a pele e aquecer o prato! Como era possível ficar tão macio em tão pouco tempo??
Obviamente, minha curiosidade sobre esta especialidade francesa não parou por aí... E encontrei uma receita do Claude Troigros (o "que marravilha!!", sabe? rs) que explicava melhor a forma de preparo... E não eram só 15 minutos!! Antes de ir ao forno, a coxa do pato é cozida em banha (de pato ou porco) por várias horas e depois colocada na geladeira (na própria banha do cozimento) por muitos dias... Na hora de servir, tira-se a coxa da gordura e leva-se ao forno por 30 minutos! Acho que a cozinheira do Ville du Vin só me contou esta parte!!! rs... Será que um dia esta receita vai virar um desafio?? Terei coragem de preparar "pato"?? rs
O vinho também casou perfeitamente com o sabor forte da carne de pato! Definitivamente o sirah combinou com Confit de Canard!
Depois de uma conversa muito animada com o sommelier Gianlucca, que nos contou de suas aventuras na Itália, pedimos as sobremesas: Tarte Tatin (feita com maçãs verdes, diferente do tradicional) e um Mousse de Chocolate Amargo com Azeite de Baunilha e Flor de Sal:
A Tarte Tatin estava muito bem preparada, com finas fatias de maçã verde caramelizadas sobre uma massa folhada... Mas surpresa ficou por conta do mousse...
Embora a aparência deixasse um pouco a desejar e pudesse ser melhor trabalhada, tudo era esquecido ao se levar uma colherada do mousse à boca... A textura densa e o sabor único do chocolate belga 70%, misturados à suavidade do azeite com baunilha e à excentricidade da flor de sal temperando um prato doce, levou o tradicional "Mousse de Chocolate" a uma outra dimensão... Era para se "comer de joelhos"! Parabéns ao chef do Ville du Vin por tanta criatividade e ousadia! Mas será que dá para melhorar a aparência dele?? rs
Foi uma noite muito especial... Ambiente aconchegante, atendimento personalizado, pratos muito bem elaborados, sobremesas deliciosas... Boa conversa e bom vinho! E o melhor, um grande desconto na conta "patrocinado" pelo Diners Gourmet!!
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