sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Carne Recheada com Molho de Legumes

Esta é uma receita inspirada nas carnes "assadas" que minha mãe fazia na panela de pressão... Um belo pedaço de carne (lagarto, maminha, picanha...) recheada com cenoura e bacon, cozida em panela de pressão com legumes, cerveja e caldo de carne... Fácil, saudável e super saboroso... Mas é preciso deixar o molho apurar para ficar mais cremoso!


  • 1 peça bem limpa de 1,2 kg de lagarto, maminha ou picanha
  • 1 cenoura inteira, sem casca
  • 100 gr de bacon cortado em tiras
  • sal e pimenta a gosto
  • 1 colher de sopa de azeite
  • 1 cebola inteira
  • 1 cenoura picada
  • 2 talos de salsão picados
  • 2 folhas de louro
  • 1 lata de cerveja
  • 300 ml de caldo de carne
Depois de retirar a gordura da carne, faça um corte no centro da carne, pelo comprimento maior e recheie com a cenoura inteira e os pedaços de bacon. Salpique sal e pimenta por toda a carne. Na própria panela de pressão, aqueça o azeite e frite bem o pedaço de carne por todos os lados. Acrescente os legumes, a cebola e o outro e deixe refogar um pouco. Junte a cerveja e o caldo de carne, ferva e deixe na pressão por 40 minutos. Retire da pressão, destampe a panela e deixe apurar até o caldo se reduzir bem. Fatie a carne e sirva com o molho reduzido, acompanhado de arroz branco, massa na manteiga ou risotto branco!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

DESAFIO: Fazer o Pudim de Leite sem furinhos!!!

O Pudim de Leite Moça é uma das sobremesas mais tradicionais da família brasileira. No meu caso, tem gosto de infância, de almoço de domingo na casa dos avós... Mas, quando vamos crescendo, também vai aumentando a preocupação com o peso, com as calorias... E, convenhamos, Pudim de Leite não é a sobremesa mais light deste mundo!! Aos poucos, em casa, ele foi sendo substituído por frutas, sobremesas light, "só cafezinho... e com adoçante, por favor"...

Embora calórico, o Pudim de Leite não deve ser esquecido!! É óbvio que não podemos mais nos dar ao luxo que tínhamos quando crianças... Comíamos o pudim inteiro!! Não sobrava nenhum pedacinho para o jantar!

E não podemos falar do Pudim de Leite sem falar seu principal ingrediente: O Leite Moça! Execrado por muitos chefs (afinal, na culinária francesa não existe leite condensado...), fez a alegria de muitas gerações de brasileiras, permitindo o preparo rápido e fácil, não só do tradicional pudim, mas também de docinhos, pavês, mousses, coberturas de bolos... Ele pode não ser lá muito "refinado", mas é simplesmente delicioso!! Quem já não ficou esperando a lata vazia para lamber o restinho que ainda estava lá?

A polêmica e a ideia de fazer um "desafio  gastronômico" sobre o "Pudim de Leite Moça" surgiu em um curso de Confeitaria que estou fazendo... Embora a grande maioria das receitas fosse de doces e sobremesas francesas, os doces brasileiros não foram esquecidos. Ainda bem!!

E lá estava o Pudim de Leite! Pensei comigo... Esta vai ser fácil... Eu sabia a receita até de cor: 1 lata de leite condensado, a mesma medida de leite e 2 ovos! Bate-se tudo no liquidificador, carameliza-se uma forma direto no fogo e forno em banho maria!! Depois, era só deixar esfriar, desenformar aquele pudim com cobertura caramelizada... e todo furadinho!!

Todo furadinho??? Essa não, disse o professor. O pudim de leite não pode ser furadinho! A turma entrou em uma grande discussão, pois, para muitas de nós, os furinhos eram absolutamente necessários no verdadeiro pudim da vovó! Como ficariam comentários do tipo: "Que lindo! Todo cheio de furinhos!!"??
Como vou explicar isso para minha mãe e minha avó, que sempre fizeram pudim "com furinho"??

Brincadeiras à parte, furinhos significam que o caramelo cozinhou demais com o pudim e, literalmente, explodiu, produzindo os furinhos na massa do pudim... E o fato de bater tudo bem batidinho no liquidificador também não ajuda muito!!

Com a receita e as dicas do curso, o resultado obtido durante a aula foi maravilhoso!! Ficamos orgulhosas e deliciadas com o resultado! O pudim era extremamente cremoso, com o caramelo na medida certa e em porções individuais! Lindo! Era uma nova visão sobre o Pudim de Leite que conhecíamos! Virou uma sobremesa delicada e refinada!


Pudim de Leite Tradicional
  • 200 gr de leite condensado
  • 200 ml de leite integral
  • 4 gemas
  • 100 gr de açúcar
  • 50 ml de água
Misture o leite condensado, o leite e a gemas com um fue. Coe e reserve. Prepare o caramelo médio com o açúcar e junte a água deixando ferver para formar uma calda. Unte as forminhas com manteiga e coloque a calda no fundo. Coloque a mistura de leite, cubra com papel alumínio e leve ao forno de 170 graus em banho maria (água já colocada quente) por 50 minutos ou até que a faca saia limpa quando espetado. Espere esfriar e desenforme.

Minha primeira tentativa em casa não saiu "perfeita"... Pouca calda de caramelo, dificuldade para desinformar, alguns furinhos... Erros cometidos: coloquei a água para o caramelo junto com a açúcar... E o correto é fazer o caramelo só com o açúcar e juntar a água depois que o açúcar já estiver no ponto de caramelo desejado... Forno muito alto (190 graus) cozinhou demais os pudins... Deixei na geladeira antes de desenformar...

Primeira tentativa do Pudim de Leite

Como sou perfeccionista, não fiquei satisfeita e, dia seguinte, fui fazer o pudim novamente... Quem ficou feliz com estas experiências todas foi meu filho Erik... Para ele, todos são deliciosos... com furinho, sem furinho, com muita calda, com pouca calda, com caramelo clarinho, com caramelo escurinho, bonitinhos, feinhos... "Mãe, deixa de frescura! Vai tudo prá barriga mesmo!! Dá próxima vez, faz o grandão!!" Quanto refinamento e sutileza! Já é um "mini ogrinho"! kkkk 

Corrigi os erros da tentativa anterior e o resultado foi bem satisfatório! Ficaram mais macios, mais homogêneos, com bastante calda, sem furinhos! Deixei no forno a 170 graus, por 1 hora. Ainda assim, acho que poderia ter deixado um pouco mais. E uma dica importante: não desenforme com o pudim ainda quente, pois irá "desmanchar"... Também não desenforme com o pudim gelado, pois ele não sairá facilmente da forminha! À temperatura ambiente é o ideal! Depois, guarde na geladeira até servir! (Esta dica foi dada via twitter pela confeiteira Dirlene D´addio - @ddaddio - enquanto eu preparava o pudim e twittava na cozinha!!).

Ficaram bem parecidos com os que fizemos no curso, não acham??

Segunda tentativa do Pudim de Leite - "Perfeito"!!


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

DESAFIO: Entreter minhas afilhadas... cozinhando com elas!

Aquele sábado seria diferente de todos os outros... nada de viajar para Paraty, nada de ir ao shopping, nada de visitar a família... O programa era passar o dia com minhas afilhadas Paula e Luísa (na realidade, sou madrinha só da Paula, mas a Luísa me chama de Dinda também... logo, foi "adotada" como afilhada!). Paula tem 7 anos, e Luísa, 10. Apanhei-as em casa às 10h e, uma hora depois, estávamos no Mercado Municipal de Santo Amaro, comprando ingredientes!! Ingredientes que surgiram da seguinte pergunta que fiz a elas: "Meninas, hoje vamos cozinhar! O que vocês querem comer??" e a resposta: "Carne Moída com Purê de Batatas e Bolo! Só que eu (Luísa) gosto de chocolate e a Paula, de côco!!"

Propus a elas que fizéssemos "muffins" ou "mini bolinhos". E faríamos alguns de chocolate e outros de côco. Foi aí que a Luísa teve uma ideia luminosa!! Porque não fazemos "meio a meio"?? Meio chocolate, meio côco??
Enquanto as batatas do purê cozinhavam (depois que a própria Luísa as lavou com uma escovinha...), separamos todos os ingredientes para o massa de côco:

Muffin de Côco
  • 1/2 xícara de açúcar
  • 4 colheres de sopa de manteiga
  • 1 ovo
  • 1 xícara de farinha de trigo
  • 1/2 xícara de leite de côco
  • 1 colher de chá de fermento em pó
  • 1/2 xícara de côco ralado grosso
Batemos o açúcar e a manteiga. Juntamos o ovo e batemos bem. Alternamos a farinha e o leite. Por último, misturamos com uma colher o fermento e o côco ralado. Reservamos a massa.

Fizemos a massa de chocolate:

Muffin de Chocolate
  • 1/2 xícara de açúcar
  • 4 colheres de sopa de manteiga
  • 1 ovo
  • 1 xícara de farinha de trigo
  • 1/2 xícara de leite integral
  • 1 colher de chá de fermento em pó
  • 2 colheres de sopa de chocolate em pó
A forma de fazer é a mesma, só que o chocolate em pó é colocado juntamente com a farinha.

Montamos 12 muffins, escolhendo forminhas bem coloridas: 3 de côco, 3 de chocolate, 3 de côco por baixo e chocolate por cima, 3 de chocolate por cima e côco por baixo.

Para decorar, utilizamos: granulado colorido, mini MMs, gotinhas de chocolate, açúcar granulado... As meninas foram super jeitosas, fizeram uma decoração linda!

Enquanto assavam, fizemos o prato quente: refogamos a carne moída com cebola, salsinha e tomate... E esprememos as batatas (aliás, a Luísa, com muita coragem e força, espremeu quase todas!), juntamos leite e manteiga e fizemos o purê. Por último, montamos o prato: 1 camada de purê, carne moída, outra camada de purê. Ficou lindo e delicioso!! E as meninas acompanharam e participaram de tudo! Usando até avental!!

Mas o grande destaque ficou para os Muffins... de Chocolate e Côco! E os "meio a meio" foram batizados: Muffin Paula e Luísa! Dois sabores diferentes, mas que combinam perfeitamente! Ficaram lindos e deliciosos! Que máximo! Parabéns, meninas! Espero que vocês tenham gostado do dia!


DESAFIO: Degustar um Alpha Crux Malbec 2006!

Este é o primeiro post sobre um tema que gostamos muito, Alê e eu, principalmente porque ainda temos muito a aprender... Degustação de Vinhos!

Recentemente chegamos a uma conclusão muito importante sobre vinhos... Gostamos de apreciá-los como a personagem principal de um evento gastronômico... não como acompanhamento das refeições, como um apêndice, um acessório... É claro que estamos falando em apreciar e degustar com atenção um bom vinho... E servir os acompanhamentos que o valorizem ainda mais...

Mas, o que é um "bom" vinho? Para nós, completos leigos no assunto, é um vinho com uma boa referência dos mais entendidos no assunto, como revistas especializadas, amigos ou por procedência e região... Como suporte à decisão, eventualmente consultamos também a classificação do vinho. Não precisa ser necessariamente um vinho caro, mas provavelmente não vai estar na seção de "vinhos de mesa" dos supermercados... E, justamente por isso, um vinho que atenda a estas condições deve receber a atenção devida... Falo isso porque, recentemente, tomamos um Brunello de Montaltino em um churrasco... Enquanto preparavamos a carne... Foi uma completa heresia, um desperdício... Além da fumaça, a atenção a outras questões nos fez tomar de forma "automática" um vinho que merecia muito mais do que isso... Uma pena...

Decidimos, então, inaugurar nossos Eventos de Degustação de Vinhos com um vinho que trouxemos de uma viagem à Buenos Aires, em 2010, o Alpha Crux Malbec 2006.

Segundo as revistas especializadas, é "Um dos maiores e mais aclamados Malbecs de todo o mundo, tendo recebido a safra de 2006 91 pontos da Wine Spectator, que destacou a grande presença de boca e fruta madura, deste belíssimo tinto que, brilha através do longo final. Apontado como um dos três melhores vinhos da Argentina pelo crítico inglês Tom Stevenson, é intenso e cheio de fruta, sendo bem mais elegante e fino que a grande maioria dos Malbecs elaborados no país".

Seguem, abaixo, os detalhes técnicos do vinho que iríamos degustar:
  • Produtor: O. Fournier / Argentina
  • País: Argentina
  • Região: Mendoza / Vale do Uco
  • Safra: 2006
  • Tipo: Tinto
  • Volume: 750 ml
  • Uva: Malbec
  • Vinhedos: Vinhedos selecionados, da região de La Consulta - Mendoza.
  • Vinificação: Fermentado em tanques de aço inoxidável. Maceração por 28 dias com controle de temperatura (24ºC)
  • Maturação: Permanece 20 meses em barricas novas de carvalho sendo 80% francês e 20% americano
  • Temperatura de Serviço: 16 a 18ºC
  • Teor Alcoólico: 14,5
  • Corpo: encorpado
  • Sugestão de Guarda: Mais de 10 anos
  • Combinações: Carne, cordeiro e massa
Preparei, então, uma refeição bem leve: spaguetti ao sugo, uma farofinha de carne assada e um delicioso queijo brie!


O vinho estava em nossa adega, já na temperatura correta, 16 graus... Depois de aberto, colocamos toda a garrafa em um decanter e aguardamos um pouco antes de servi-lo.

 O aroma já se espalhou pela sala... Ao ser colocado na taça, pudemos ver sua cor intensa de cereja madura... Seu perfume era forte e depois que deixamos o álcool evaporar bem na taça, percebemos notas de maresia (talvez por saudade de Paraty...rs), frutas vermelhas e menta...

Ao provar o vinho (finalmente!! rs...), percebemos que o sabor das frutas vermelhas era marcante, mas havia também baunilha... E a "maresia" ou um sabor salgado ficava na boca no final... O queijo brie combinou bem com ele e chegou a ficar adocicado com o contraste seco e salgado do Alpha.


Não tomamos a garrafa inteira e, dia seguinte, ainda pudemos usufrir deste delicioso e encorpado vinho, sem perda de suas qualidades! Acompanhado de um "Escondidinho de Carne Moída" ficou muito bom!!

Nota do Alê e da Bia para o Alpha Crux 2006: 9,0! Que grande estréia para nossos Eventos de Degustação!!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

DESAFIO: Aprender a fazer Pain Perdu, receita tradicional francesa!

Até bem pouco tempo atrás, eu nunca tinha ouvido falar em "Pain Perdu"... Em um curso de Confeitaria Francesa, aprendi a fazer esta deliciosa e rústica receita francesa para o café da manhã. "Pain Perdu" significa "pão perdido" e era elaborada antigamente para se reaproveitar os pães velhos... no caso francês, os brioches amanhecidos! Muitos de vocês devem estar pensando... mas isso é "Rabanada"!! E é bem parecido mesmo! O "pain perdu" é a versão francesa da rabanada portuguesa! E nos Estados Unidos, chamam de "French Toast"! E a base é sempre a mesma... fatias de algum tipo de pão, de preferência amanhecido, leite, ovos e açúcar para "molhar" o pão e algum tipo de gordura para fritar...

Mas, a receita rústica dos franceses antigos virou sobremesa fashion... Em um dos melhores bistrôs de São Paulo, o Ici Bistrô, o Pain Perdu virou estrela do cardápio de sobremesas... A fatia de brioche, embebida em creme de leite, açúcar e ovos, frita na manteiga, açúcar e canela, ganha uma cama de molho de baunilha e uma cobertura de purê de peras! Quem diria que o "pão perdido" chegaria aqui com tanto glamour! Vejam a reportagem do Paladar:  Pain perdu do Ici Bistrô.

Pain Perdu do Ici Bistrô
A versão que aprendi em um curso de Culinária leva Creme Confeiteiro e Coulis de Framboesas!

Creme Confeiteiro
O Creme Confeiteiro é mais conhecido como o "Recheio do Sonho"... É consistente, com acentuado sabor de baunilha e leva gemas, açúcar, amido de milho, leite, manteiga... O leite é aquecido e depois incorporado às gemas bem batidas com o açúcar. Depois de misturado, volta-se ao fogo para engrossar o creme em fogo brando. Para mais detalhes, clique aqui para ver a receita do Olivier Anquier. É um pouco trabalhoso de se fazer e exige atenção para que as gemas não coagulem com o calor e desandem o creme.


Coulin de Framboesas
O "coulis" é uma calda de frutas, semelhante a uma geléia mais líquida. É preparada com frutas frescas ou congeladas, água e açúcar. Deixa-se no fogo até engrossar. Parece fácil? Mas não é... durante o cozimento, deve ficar tirando, o tempo todo, a espuma que se forma na superfície... É esta espuma que deixa o sabor da calda amargo... Mas o trabalho vale a pena! Olhem que calda linda!! Clique aqui para ver uma receita de coulis.

O "pain perdu" é feito com brioche, que pode ser encontrado em boas padarias. O da foto foi feito na Santa Marcelina de Moema.
Pode-se cortar o pão de várias formas... Em fatias de uns 1,5 cm... Em quadradinhos, em círculos...


Depois de cortado, o pão é mergulhado em uma mistura de leite, ovos, creme de leite fresco e açúcar... E é deixado na geladeira por umas 2 horas, virando-se de tempos em tempos, para o pão absorver bem o líquido.


Na hora de fritar os pães, deixe-o escorrer para tirar o excesso de líquido. Em seguida, esquente uma frigideira com um pouco de manteiga, açúcar e canela.


Frite os pães até dourar bem de ambos os lados.


Arrume as fatias em um prato e cubra com uma colherada de creme confeiteiro e o coulis de framboesa!! O pão fica com uma casquinha bem crocante, caramelizada, mas é macio e úmido por dentro... E o creme confeiteiro dá a textura leve e o sabor de baunilha, contrastado pelo "azedinho" da framboesa. Que combinação especial!

Uma versão do Pain Perdu

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

DESAFIO: Preparar um evento gourmet em uma praia deserta!!

Praia no Saco do Mamanguá - Paraty - RJ
Paraty é nosso paraíso, nosso refúgio de final de semana... E nosso veleiro Black Swan, é praticamente um membro da família... Que tem até um blog, onde registra todas as suas aventuras! http://www.veleiroblackswan.blogspot.com/.

Mas a aventura do último final de semana, além se ser contada pelo Black Swan, também será contada aqui, pois foi um desafio gastronômico incrível!!

Estávamos no barco com amigos muito queridos, o Milton e o Antônio, que fizeram questão de cuidar do cardápio de todo final de semana! E o fizeram em grande estilo, principalmente pela experiência e habilidade do Antônio, dono de dois restaurantes em São Paulo. Foi espetacular!

O ponto alto deste final de semana maravilhoso foi o almoço de domingo... Estávamos em uma linda praia deserta com outros barcos amigos... Uma turma super animada de 14 pessoas!

Nosso bote "gourmet"
O dia estava lindo, a água quente, a praia sombreada pelas árvores... Não fazia sentido ficarmos dentro do barco para preparar o almoço! O que fizemos então?? Levamos o nosso "kit gourmet" (fogareiro, panelas, facas, caixas térmicas com ingredientes, bebidas...) para a praia, de bote!!

Com a colaboração de todos, em pouco tempo montamos todo o "circo". Até uma mesa de apoio (além das maravilhosas pedras do local) apareceu!


Nossa Cozinha "Gourmet" na praia
Começamos com os aperitivos... linguiça curada apimentada fatiada bem fininha, palitinhos de pepino para acompanhar um delicioso molho de gorgonzola (queijo, maionese e azeite, batidos no liquidificador)... Além de pedaços de um delicioso queijo de cabra! Muito chic!

Preparando os aperitivos na praia
 O primeiro prato a ser servido era um Ravioloni de Cordeiro com Molho de Tomates e Hortelã! Os raviolonis estavam maravilhosos e foram preparados antecipadamente pelo Antônio... O recheio foi feito a partir de uma paleta de cordeiro, assada com ervas (alecrim, tomilho, manjericão, hortelã...) e processada com mais hortelã e manjericão, adicionando-se um pouco do caldo da assadeira!! E a massa foi feita na rostisserie do cunhado dele... Foram 80 dicos de massa! Olhem que obra prima!!

Ravioloni de Cordeiro do Antônio

Molho de Tomate com Hortelã
 O molho era de tomates, bem apurado e encorpado, com um toque final de hortelã, que sempre cai bem com o sabor do cordeiro... E para acompanhar, parmesão ralado na hora!! Na praia!!

O resultado foi sensacional... As pessoas comiam e faziam "hummm"... E não estava só gostoso! Estava lindo de se ver também!! Totalmente gourmet!! E com uma vista espetacular para a lindo Saco do Mamanguá...


Mas ainda estávamos no "primo piatto"!! O "secundo piatto" era uma saborosa costela "Três Ripas", assada antecipadamente, e servida com deliciosas mandiocas cozidas... Ninguém acreditou nesta qualidade de menu em plena praia deserta!!
Costela de Boi Assada com Mandioca - by Antônio Carlos

Convidados do Almoço Gourmet na Praia deserta
Foi um privilégio absurdo o que vivemos ali... Comida de primeira qualidade, companhia muito querida, com uma vista espetacular... Isso definitivamente não tem preço! Tenho certeza que os momentos que vivemos naquele dia ficarão para sempre na memória de todos... Com certeza foi o melhor evento "gourmet" que já participei!! E parabéns ao "chef" Antônio, responsável pelos pratos divinos!!

A vista do nosso "evento gastronômico"!!



DESAFIO: Avaliar custo benefício de uma Salada de Salmão em um restaurante!

Semana passada fui almoçar com uma amiga no Josephine, na Vila Nova Conceição. Uma graça de ambiente, super charmoso, só gente bonita e bem vestida. E ainda sentamos em uma mesa sob uma jabuticabeira. O cardápio é composto de sanduíches, lanches, saladas, quiches e alguns pratos quentes, como risottos e grelhados. Achei os preços bem salgados, mas minha amiga havia elogiado muito o local e eu imaginei que a comida deveria "valer" o que custava...

Depois de pensar muito sobre o que pedir, decidi por uma salada de carpaccio de salmão, R$ 36,90...

Para quem gosta de gastronomia como eu, cada refeição é uma oportunidade de aprender... Observo a apresentação dos pratos, a forma de preparo, a qualidade dos ingredientes, os temperos e ervas utilizados... É um exercício maravilhoso, principalmente quando se vai a um restaurante mais refinado, onde os pratos tem uma elaboração mais complexa...

Para mim, o custo-benefício de um restaurante inclui, não somente a comida em si, mas seu ambiente, o atendimento... Quando pedimos um prato, sabemos que não são somente os ingredientes do prato que compõe o seu custo... Temos que pensar em toda a estrutura, o aluguel, os funcionários, os insumos, os impostos... Pagamos não somente pelos ingredientes do prato, mas também por toda a experiência e prazer de estar em um lugar diferente, saboreando um prato feito com técnica e conhecimento... Segundo um amigo meu, dono de restaurante, o cálculo é 2,4 vezes o valor dos ingredientes, para se compor o preço do prato.

Colocadas estas questões, voltemos à minha Salada de Carpaccio de Salmão... Quando o prato chegou à mesa, fiquei totalmente decepcionada com minha escolha... Eu estava em um lindo ambiente, sendo bem servida, pagando bem caro para estar ali e o prato era... simples... básico... Poderia ser comprado praticamente pronto em um supermercado... Bastaria "juntar" os seus componentes...

Quando digo "simples" e "básico" quero dizer que é um prato sem nenhuma elaboração... Nada de "valor agregado" aos ingredientes... Nem a apresentação... Fiz questão de tirar uma foto (minha amiga me achou meio neurótica quando eu disse que tiro foto de tudo que eu como... kkkk). Vejam com seus próprios olhos... Fatias de salmão na base do prato, salada verde picada por cima e um molho de mostarda com alcaparras! Onde está o charme, onde está o diferencial, onde está a experiência gastronômica para custar quase R$ 40,00??


Saindo do restaurante, não parava de pensar em como era fácil fazer este prato... Bastava comprar os ingredientes e montar... Nenhuma técnica, nenhuma dificuldade... Foi aí que veio a ideia deste post... Falar sobre o custo-benefício do que comemos em restaurantes... E para avaliar com propriedade a relação de custo x benefício deste prato, fui ao Natural da Terra, um hortifruti nada barato, para verificar o preço dos ingredientes e calcular o custo deste prato para uma pessoa que não quer ter nenhum trabalho, nem lavar a alface... rs... (não estamos nem considerando que o restaurante deve conseguir preços muito mais baixos por comprar no atacado ou direto com o fornecedor...)

Discretamente, no mercado, tirei foto dos ingredientes da salada... Desculpem a "qualidade" das fotos, mas fiquei com medo de chamar a atenção dos seguranças do local... rs


Carpaccio de Salmão: R$ 13,00, para 2 pratos, ou seja, R$ 6,50 por prato. Pronto para servir, é só descongelar um pouquinho antes.
 Pacote de Salada Verde, já escolhido e lavado, pronto para ser picado e consumido: R$ 6,00, suficiente para 3 pratos, bem servidos. Somamos R$ 2,00 aos R$ 6,50 do salmão, subtotal = R$ 8,50.


Alcaparras Hemmer, excelente qualidade, das mais caras, R$ 6,00 o vidro, suficiente para uns 6 pratos de salada, se colocarmos bastante alcaparra! Total por prato, R$ 1,00, subtotal: R$ 9,50.

Vamos somar também o azeite (extra virgem, é claro), R$ 13,00 por 500 ml. Se utilizarmos 25 ml por prato, são mais 0,65. Arredondaremos para R$ 1,00 para incluir também um pouco de mostarda no molho.

Total dos ingredientes do prato: R$ 10,50! Comprando tudo pronto, em um local caro!! Provavelmente o restaurante compra por metade deste preço!!

E a forma de preparo: Descongele um pouco as fatias de salmão, arrume-as em um prato grande, pique a salada verde em tiras e coloque sobre o salmão. Misture o azeite, a mostarda, sal e as alcaparras. Coloque por cima da salada!!
Pronto!!

Se multiplicarmos o custo pelos 2,40 do meu amigo dono de restaurante, chegamos a R$ 25,20!!! Contra os R$ 36,90 do Josephine!! Não há jaboticabeira, ambiente, localização e garçom simpático que justifique esta diferença!!

Moral desta história: Quando for a um restaurante, procure escolher pratos que trarão uma experiência gastronômica que você não consegue reproduzir em casa em 5 minutos!! Peça pratos que exigem elaboração, conhecimento... Que agucem seu paladar, que desafiem seus sentidos!! Que tenham ingredientes diferentes, que você não costuma utilizar... Aí, tenho certeza, não haverá nenhum arrependimento ou sensação de estar pagando mais do que devia!!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

DESAFIO: Inventar um novo prato com arroz negro, para fazer no veleiro!!

Adoro arroz negro... É exótico, intrigante, saudável e, o melhor de tudo... afrodisíaco! rs... Por isso era considerado o "arroz proibido" na China, sendo oferecido somente aos imperadores! E que sorte nós temos! Podemos comprá-lo agora no supermercado!! Tudo bem que é beeem caro, mas vale cada grão... quer dizer... cada tostão!

Final de semana passado fomos para Paraty, no nosso amado veleiro Black Swan e decidi preparar um Arroz Negro, para o almoço do sábado... Só Alê e eu... totalmente mal intencionada! rs

Como seria o "prato principal" da refeição, decidi acrescentar uma proteína adicional... linguiça calabresa defumada... Ficaria perfeito com o sabor acastanhado (quase lembrando o feijão preto) que este grão tem...
Mas faltava cor ao prato...

Acrescentei então raddicchio, que eu adoro, tanto pelo seu sabor levemente amargo, quanto por sua cor avermelhada e crocância... E o molho para as folhas de raddicchio seria de manjericão e azeite... Suave, porém marcante... Além de dar um "toque verde" ao prato... Vamos à receita inspirada na linda paisagem de Paraty...



Risoto de Arroz Negro com Calabresa Defumada e Folhas de Raddicchio com Molho de Manjericão

  • 250 gr de Arroz Negro
  • 600 ml de caldo de legumes
  • 100 ml de vinho branco
  • 1/2 cebola picadinha
  • 3 colheres de sopa de azeite extra virgem
  • 1/2 calabresa picada em cubinhos ou rodelas, sem casca
  • 10 folhas de raddicchio, cortadas em tiras fininhas
  • folhas de manjericão (1 xícara)
  • 6 colheres de azeite extra virgem
  • 1/2 dente de alho picado
  • sal e pimenta do reino a gosto
Comece preparando o arroz. Em uma panela com tampa, refogue a cebola picada com 2 colheres de azeite e, quando começar a ficar transparente, acrescente o arroz. Frite durante um minuto e acrescente o vinho, deixando evaporar. Acrescente o caldo quente, tempere com sal, abaixe o fogo e deixe cozinhar em fogo brando por 50 minutos.

Enquanto o arroz cozinha, frite os cubos de calabresa em uma colher de azeite
até ficarem douradinhos (na receita que fiz no barco, juntei a calabresa ao arroz enquanto cozinhava, para evitar fazer fritura dentro do barco, porque fica com muito cheiro... rs... mas o ideal é acrescentar no final, pois a calabresa não fica escura, da cor do arroz negro!). Reserve para acrescentar ao final do preparo.

Prepare então o molho de manjericão. Bata no liquidificador as folhas de manjericão, as 6 colheres de azeite e o alho. Se não tiver liquidificador (no barco não tem!! rs), pique tudo muito bem e misture! Reserve.

Lave bem as folhas de raddicchio e corte-as em tirinhas. Reserve também.

Quando o arroz estiver cozido, monte os pratos da seguinte forma: uma forminha de arroz ao centro, cubra com a calabresa, espalhe o raddicchio ao redor e tempere com o molho de manjericão. Decore o arroz com uma folhinha de manjericão!! Ficou "gourmet", não ficou?? E gostaram do prato estilo "navy"?? Quanto ao sabor, o maridão A-D-O-R-O-U!!

Risoto de Arroz Negro com Calabresa Defumada e Folhas de Raddicchio com Molho de Manjericão

Sete Cereais ao Vinho Branco e Maçã Verde

Além de muito nutritivo, cheio de fibras e pouca gordura, os Sete Cereais Raris são um acompanhamento delicioso para carnes e aves!! Glaceado ao vinho branco e com pedacinhos de maçã verde, que é ácida e doce ao mesmo tempo, fica com sabor refinado e exótico. O tempo de cozimento é de 30 minutos (bem menor que o arroz integral normal). A receita descrita aqui dá para 4 porções e foi feita para acompanhar um Steak au Poivre e Aspargos Verdes ao vapor:





  • 1 xícara bem cheia de Sete Cereais Raris
  • 3 xícaras de água ou caldo de legumes
  • 0,5 xícaras de vinho branco
  • 1 maçã verde bem picada, com casca
  • 1 colher de sopa de manteiga
  • sal a gosto
Doure a maçã na manteiga por alguns minutos. Acrescente os cereais, deixe refogar um pouco. Junte o vinho e mexa até evaporar tudo. Junte o caldo ou a água fervente, tempere com sal, abaixe o fogo e cubra a panela. Deixe cozinhar por 30 minutos. Desligue a panela e aguarde uns 10 minutos para terminar o cozimento.

Sete Cereais

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

DESAFIO: Estrear a frigideira italiana Bialetti com uma Frittata de Batata!!

Meu marido é meu maior incentivador gastronômico, além de "cobaia" das receitas!! Por isso, me dá presentes maravilhosos, como esta frigideira de fundo triplo italiana, marca Bialetti! Um espetáculo! Sonho de consumo!! E a principal característica dela, além do teflon super reforçado e do cabo anatômico... é que pode ir ao forno!! Sabe o que isso significa? Que posso fazer a "frittata" da forma mais perfeita... Primeiro no fogo, finalizando no forno! Outra receita que pede uma frigideira como esta é a Tarte Tatin... Mas isso é um outro desafio... rs... Hoje vamos experimentar a performance da super frigideira com a Frittata... Mais especificamente, Frittata de Batata e Alecrim!

Primeiro, vamos aos ingredientes, para 2 pessoas:
  • 1 batata grande
  • 3 colheres de sopa de azeite
  • sal e pimenta moídos na hora
  • 4 - 5 ovos
  • alecrim a gosto
Descasque a batata e corte em fatias bem finas (para fazer isso, utilizei outros 2 utensílios maravilhosos, presentes de natal do maridão... o Peeler e a faca do chef de cerâmica, Kyocera!)


Na realidade, você não precisa ter tudo isso para fazer a tal Frittata, rs, mas que é legal, é!!

Coloque as fatias de batata para cozinhar em água com sal por uns 5 minutos, depois de levantar fervura.
Aqueça o azeite na frigideira, coe as fatias de batata e frite-as bem, tomando cuidado para não desmanchá-las. Enquanto as fatias douram na frigideira, misture bem os ovos e acrescente o sal e a pimenta. Polvilhe o alecrim nas batatas e, quando estiverem douradas, acrescente os ovos. Deixe cozinhar por 5 minutos, em fogo baixo.


Quando a parte inferior estiver bem dourada, leve a frigideira ao forno (se não tiver o utensílio próprio para isso, utilize um prato para virar a frittata e colocá-la de volta ao fogo, para cozinhar o outro lado).

Deixe dourar a superfície no forno, coloque em um prato grande e corte como se fosse uma pizza. Sirva como um lanche ou como prato principal, acompanhado de uma salada de folhas!!



A estréia da frigideira foi um sucesso! Até abrimos um bordaux para comemorar! Mas, por conta de um descuido total meu, poderia ter sido o fiasco, não fosse a dica de meu marido... Quando tirei a frigideira do forno, deixei-a sobre o fogão e, alguns minutos depois, automaticamente, peguei-a pelo cabo!! Que estava muito, muito, muito quente... Larguei imediatamente a frigideira, mas percebi que havia queimado toda a palma da minha mão esquerda... uma catástrofe!! No meio da dor, me lembrei de uma dica que recebi do Alê sobre queimaduras... Passar clara de ovo! Rapidamente, quebrei um ovo, separei a gema e mergulhei a mão na clara... O alívio foi instantâneo... A clara parece hidratar e reconstruir a pele... Não ficou nenhuma marca, vocês acreditam??

Final feliz para nossa história!!




Vichyssoise

Vichyssoise - Sopa fria de alho poró e batatas
Vichyssoise é uma sopa francesa de alho poró e batatas, servida com creme de leite... Mas, o que ela tem de diferente ou especial? Ela é fria! Perfeita como entrada de um jantar leve, em uma linda noite de verão!! Gostou da sugestão? Então, mãos à obra! A sopa da foto foi feita por minha mãe Nilza, e estava deliciosa!! Esta receita dá para 4 a 6 porções! E se achar que sopa fria é muito estranho, sirva quente! Também fica ótima!! E se quiser uma versão mais "light", substitua o creme de leite fresco por leite desnatado!


  • 250 gr de alho poró picado (só a parte branca)
  • 250 gr de batata em cubos
  • 1 litro de água ou caldo de legumes
  • 500 ml de creme de leite fresco
  • sal e pimenta do reino moída na hora, a gosto
  • salsinha ou cebolinha picadas para decorar
Cozinhe os legumes até ficarem bem macios. Deixe esfriar e bata os legumes no processador ou liquidificador, formando um purê. Junte o creme de leite fresco, tempere com pimenta do reino, acerte o sal. Coloque em copinhos ou potinhos individuais, decore com a cebolinha ou salsinha picada e sirva!