quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

DESAFIO: Fazer um Bolo de Milho, com sabor de infância e milho de verdade!!!

Bolo Cremoso de Milho
Por motivos óbvios, as pessoas adoram me sugerir desafios! Aliás, este sempre foi o propósito do blog, o que me deixa muito feliz!!!

Alguns desafios são feitos porque são difíceis... Outros, porque são os pratos preferidos de algum amigo ou família... Há desafios, porém, que são estimulados por nossas lembranças distantes, por nossa infância... Por puro saudosismo!!

Quando era pequena, costumávamos ir sempre ao sítio em Juquitiba... E nosso caseiro, na época, plantava alguns pés de milho que, miraculosamente (para nós, crianças), cresciam rapidamente e davam lindas espigas! Espigas estas que viravam pequenas "bonecas", com olhos pintados de canetinha e "cabelos ruivos", ou, ainda, nas mãos de minha habilidosa mãe, se transformavam em curau, pamonha, bolo de milho...


Mas hoje a vida é feita de praticidade! Tudo se compra pronto! Até o milho fresco foi, pouco a pouco, substituído pelo milho em lata... Há misturas prontas para curau, para creme de milho, para bolo de milho... A gente até se esqueceu de como o milho verde fresco pode ser um ingrediente saboroso...

Minhas lembranças de fazer curau com minha mãe, embora distantes no tempo, estão bem vívidas em minha memória: tínhamos que ralar, pacientemente, as espigas até extrair um caldo que era devidamente coado, para ficar sem as cascas... Açúcar, canela e fogo... Até engrossar... Depois, era só colocar na geladeira, decorar com canela e se deliciar! Ainda mais quando o milho havia sido colhido no pé, por você mesma!!

Este saudosismo aflorou em um café com minhas amigas Glória e Sofia... Meio da tarde, um cafezinho para dar uma relaxada no trabalho e "bateu uma fominha"... Que tal dividir um pedaço do Bolo de Milho que está na vitrine? Parecia tão apetitoso! E estava mesmo! Tão singelo, tão brasileiro, tão saboroso! É um bolo diferente, mais "consistente", com textura de um pudim, bem douradinho nas bordas.

E lá fui eu procurar uma receita de Bolo Cremoso de Milho... Procurar não foi bem o termo... A receita do bolo praticamente "pulou" no meu colo! Vendo uma revista sobre cafés, havia uma reportagem sobre bolos simples, ideais para tomar com um café quentinho. E lá estava a receita de Bolo de Milho da Maya Midori: Milho fresco, leite de côco e outros ingredientes, tudo batido no liquidificador!!

O maior trabalho foi separar os ingredientes! Até mesmo "debulhar" as espigas de milho foi muito simples: é só colocar a espiga em pé e, com uma faca afiada, ir cortando os grãos de milho. Depois, é só bater tudo no liquidificador e levar para assar!

Bolo Cremoso de Milho


  • 2 xícaras de milho cru (cortado de cerca de 3 espigas de milho)
  • 4 ovos
  • 2 xícaras de açúcar
  • 2 colheres de manteiga
  • 1 colher de sopa de fermento
  • 1 xícara de leite
  • 1 vidro de leite de côco
  • 4 colheres de sopa de farinha de trigo
  • óleo para untar
  • assadeira com fundo removível de 25 cm de diâmetro


Aqueça o forno a 180 graus. Unte a assadeira com o óleo. Bata todos os ingredientes no liquidificador por 5 minutos. Coloque na forma e leve ao forno por cerca de 40 minutos, ou até crescer bem e ficar bem dourado. Deixe esfriar (vai murchar um pouco) e desenforme.


Ficou perfeito: douradinho por fora, cremoso e bem amarelinho como uma pamonha mais consistente por dentro... Dava prá sentir as casquinhas do milho e o leve sabor do leite de côco! Que sabor de infância eu senti! E as "meninas" do escritório também aprovaram, dizendo que estava igualzinho ao bolo que apreciamos tanto naquele café! Bón Appetit!!


E aí, fica a pergunta: com este resultado final lindo e delicioso, com uma forma de preparo simples, com ingredientes naturais e frescos, faz sentido comprar massa pronta de bolo?? Eu acho que não... E você, o que acha?? Deixe aqui a sua opinião!!


domingo, 27 de janeiro de 2013

DESAFIO: Degustar a mais alemã das cervejas brasileiras!


Degustação de Cervejas na Schornstein, Pomerode, SC
Cerveja nunca foi minha bebida preferida. Sempre a achei pesada, indigesta, amarga... Até mesmo os eventos regados a cerveja sempre me pareceram meio grosseiros... Churrascos com carnes gordurosas, gente meio bêbada, latinhas amassadas jogadas no chão, música barulhenta, homens arrotando, rs... Ok, estou sendo um pouco exagerada e até preconceituosa, mas a ideia que quero passar é que a cerveja, para mim, nunca esteve associada a eventos charmosos ou gourmet...

Mas este meu "preconceito" vem mudando ao longo do tempo, principalmente depois que iniciei meus "Desafios Gastronômicos". Cada vez mais a Cerveja está se posicionando como uma bebida elaborada, refinada e que combina perfeitamente com harmonizações e degustações muito interessantes!!

Aqui em casa mesmo, um dos eventos mais legais que fiz foi o Boteco Gourmet, onde harmonizamos cervejas gourmet com comidinhas de boteco! Ficou super charmoso!!


Há cerca de 3 anos, em uma viagem para o sul do país, visitamos Pomerode, em Santa Catarina, a mais alemã das cidades brasileiras e conhecemos a Cervejaria Schornstein, montada em um antigo prédio com uma enorme chaminé que deu o nome à famosa cerveja da cidade: Schornstein significa Chaminé, em alemão.

Portal da cidade de Pomerode (site www.vidadeturista.com.br)
A Cervejaria produz 6 tipos de cerveja, seguindo a famosa e antiga Lei alemã de Pureza da Cerveja, a Reinheitsgebot, promulgada em 1516 e que determina que as cervejas devem ser produzidas apenas com água, malte e lúpulo. Atualmente, somente as cervejarias tradicionais e de pequeno porte na Alemanha seguem a Lei de Pureza.

Ficamos muito impressionados com a qualidade da cerveja e a beleza da cervejaria, além da boa comida de seu restaurante típico alemão.

Por isso, quando retornamos a Santa Catarina três anos depois, com destino a Florianópolis, reservamos nossa primeira noite para dar um "pulinho" em Pomerode e degustar, novamente, as deliciosas cervejas da Schornstein! Só havia uma preocupação: será que o restaurante estaria aberto na terça feira a noite??

Ligamos diversas vezes, já com hotel reservado em Pomerode para aquela noite, sem conseguir uma confirmação... O site dizia que só abririam de quarta a domingo... Em uma das ligações, nos falaram que estaria aberto todos os dias de janeiro... Meio desconfiados, ligamos no mesmo dia da nossa chegada na cidade e houve a confirmação: o Restaurante está fechado à noite!! Que decepção!! Eu até tentei verificar no hotel de Florianópolis (nosso próximo destino) se poderíamos antecipar uma noite a nossa chegada, mas não havia disponibilidade... Decidimos seguir para Pomerode assim mesmo...

Na primeira volta que demos pelo centro, antes até de chegar ao hotel,passamos pela cervejaria e... pasmem!! Estava totalmente aberta!! Felizes por um lado e irritados por outro, descemos para a nossa tão esperada degustação imediatamente!



Alê e eu provamos os 6 tipos de cerveja da Schornstein! Mas, calma!! Não tomamos 6 copos inteiros, pedimos a degustação, com copos pequenos!! rs (texto e foto retirados do folheto da Cervejaria)

  • Pilsen Natural: É um chope do tipo Lager, que representa bem a tradição européia na fabricação de cervejas de alta qualidade. Tem um aspecto mais consistente e sabor caracterizado por um leve amargor e aroma, indicado aos apreciadores mais exigentes.
  • Pilsen Cristal: Este chope é o resultado da filtração, para retirada de leveduras, do nosso Pilsen Natural. O Pilsen Cristal caracteriza-se pela suavidade de seu sabor e por seu aspecto cristalino. Ideal para quem aprecia a leveza de um bom chope.
  • Weiss: Como as melhores receitas, o Schornstein Weiss leva o melhor malte de trigo alemão em sua composição. Chope mais consumido no sul da Alemanha, tem aroma marcante, sabor refrescante e coloração turva, tornando-se ideal para o consumo durante o ano inteiro.
  • India Pale Ale: O India Pale Ale, estilo inglês, tem coloração âmbar dourada, com aroma e amargor bastante acentuados e sabor frutado. A receita é assinada pela mestre-cervejeira Katia Jorge, uma referência neste setor em todo o Brasil.
  • Bock: Bock é um chope forte e encorpado, de baixa fermentação. Tem um inconfundível sabor levemente adocicado. É um tipo de chope originário do norte da Alemanha. A escolha ideal para o inverno na nossa região.
  • Imperial Stout: Produzida a partir de seis diferentes tipos de malte e dois de lúpulo, a Imperial Stout é uma cerveja encorpada, de cor escura e elevado teor alcoólico. A combinação de seus ingredientes proporciona uma sensação muito complexa e agradável na boca, ideal para acompanhar um bom charuto.
Foi muito interessante provar as cervejas em sequência, comparando os sabores, tão distintos, cores e transparências! E meu marido provou mais uma vez que tem um paladar incrível, e tirou "nota dez" no teste cego (aquele em que você prova a cerveja com os olhos vendados, adivinhando qual está tomando só pelo sabor).


Os dois primeiros (Natural e Cristal), mais claros e leves pareciam os chopes tradicionais que se toma nos botecos em São Paulo. O terceiro, de trigo (Weiss), considerado a "estrela" da cervejaria, estava turvo demais! O sabor também não estava bom... Parecia que a cerveja estava "passada"... O que aconteceu? Perguntamos ao garçom se havia algo errado e ele disse que era assim mesmo... Meu marido, que tem um paladar apuradíssimo tanto para vinho quanto para cerveja, não concordou muito...

O Pale Ale, mais encorpado que os pilsen, tinham um sabor interessante, puxando para o "caramelo", o que certamente me agradou mais!

Os dois últimos, Bock e Stout, são cervejas típicas de inverno, escuras e com alto teor alcoólico. Parecem bem interessantes para acompanhar um belo prato de Kassler (bisteca de porco defumada) ou de Einsbein (joelho do porco defumado), mas são fortes demais para o meu "delicado" paladar!! rs

Além da degustação de cervejas, pedimos também o inusitado Pão de Cerveja, feito com os resíduos da produção da cerveja e um combinado de salsichões com batata frita e bacon! Bem alemão e bem light!! Perfeitos para acompanhar a mais alemã das cervejas brasileiras! Prost (Saúde!! ) und Guten Appetit (Bom apetite)!!


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

DESAFIO: Almoçar com as Gaivotas, em Floripa!

Ir a bela ilha de Florianópolis, em Santa Catarina e não comer a Sequência de Camarão é como ir a França e não comer macarons ou ir a Portugal e não comer bacalhau... Ou, ainda, ir ao Mercadão do Centro e não comer o sanduíche de Mortadela (se você conseguir aguentar a enorme fila que sempre se forma por lá!!)

A Sequência de Camarão, como o próprio nome diz, é uma "sequência" de pratos feitos a base de camarão: Bolinho de Camarão, Camarão a Milanesa, Camarão ao Bafo (cozido no vapor), Camarão Alho e óleo, Camarão a Grega, Risoto de Camarão, Escondidinho de Camarão... Não parece o amigo do Forrest Gump, Bubba, contando a ele todos os pratos que se pode fazer com camarão??? Plágio total com os nossos amigos de Floripa!!


"Anyway, like I was sayin', shrimp is the fruit of the sea. You can barbecue it, boil it, broil it, bake it, saute it. Dey's uh, shrimp-kabobs, shrimp creole, shrimp gumbo. Pan fried, deep fried, stir-fried. There's pineapple shrimp, lemon shrimp, coconut shrimp, pepper shrimp, shrimp soup, shrimp stew, shrimp salad, shrimp and potatoes, shrimp burger, shrimp sandwich. That- that's about it."

Mas nossa experiência gastronômica foi muito além de comer camarão de diversas formas... Em um passeio pelo lado norte da Ilha, depois de visitar a badaladíssima Jurerê, onde os "meninos" ficaram bem impressionados com a beleza das catarinenses e das argentinas e as "meninas" acharam melhor ir almoçar longe dali (rs), fomos conhecer a praia de Sambaqui. Um paraíso: céu azul, vento, gaivotas voando, canoas de pescadores, areia branca... E nada de mulheres altas e loiras com biquinis minúsculos! Acho que o Alê vai questionar o meu conceito de "paraíso", mas tudo bem... O blog é meu e eu chamo de paraíso o que eu quiser! kkkk

Passamos por um pequeno restaurante à beira mar, com o estacionamento lotado, chamado Gaivotas de Sambaqui. Nas janelas, cartazes simples anunciavam a especialidade da casa: a famosa Sequência de Camarão. Ao entrar, nos deparamos com um ambiente simples, pequeno, com poucas (e ocupadas) mesas de madeira e grandes janelas de vidro emoldurando a linda paisagem marítima... Mas nada nos surpreendeu tanto quanto ver um enorme galho de árvore passando por dentro do restaurante, ao lado das mesas, cheio de brotos e folhas verdes! Lindo!!



E o nome do local não podia ser mais apropriado... Parecia até que as gaivotas haviam sido contratadas para ficar ali, passeando pela paisagem que avistávamos das janelas... Logo entendemos como funcionava a "contratação" delas: de tempos em tempos, o garçom retirava as sobras de camarão das mesas e efetuava o "pagamento" a suas famintas funcionárias, uma pechincha pelo lindo balé alado que elas proporcionavam aos extasiados clientes do local:


E as gaivotas tinham total razão: os camarões eram divinos! Feitos na hora, com muito capricho e bem servidos! Além da Sequência, nossa turma de esfomeados adolescentes se deliciou com as ostras: cruas, frescas, servidas com sal e limão e as gratinadas, com manteiga e parmesão!



 E tudo isso a um preço muito acessível e honesto: R$ 110,00 por uma Sequência para 4 pessoas e R$ 13,00 a dúzia da ostra crua! E tem gente que ainda prefere ficar em Jurerê Internacional!! Que mau gosto!! rs e Bon Appetit!!

domingo, 6 de janeiro de 2013

DESAFIO: Inaugurar meus "sousplats" de capim dourado com um lindo jantar!

Tenho um amigo que trabalha com decoração e, certo dia, ele postou no Facebook que havia acabado de receber um lote de amostras de objetos (sousplats, descansa-pratos e cestos) de Capim Dourado, uma fibra originária do Tocantins! Fiquei alucinada!! Escrevi imediatamente para ele: "Este lote é meu"!!! Há anos eu "namoro" os sousplats feitos com esta fibra delicada e brilhante! E, coincidentemente, meu marido, quando correu o Rally dos Sertões, conheceu o trabalho em Capim Dourado feito pelas artesãs do Jalapão e também se apaixonou!

A fibra é colhida durante apenas 2 meses por ano, para que sua utilização seja sustentável e não cause a extinção da planta. O trabalho é todo manual e as fibras de capim dourado são unidas por um fio, também natural, feito de uma palmeira. Para saber mais sobre o Capim Dourado, clique aqui!

A inauguração do meu conjunto de Capim Dourado tinha que ser especial! Quando convidamos um casal de amigos, o Roberto e Patrícia, para jantar em casa, decidi preparar uma decoração toda dourada!!  Além dos sousplats de Capim Dourado, coloquei 3 tiras de toalha rendada branca (de plástico, pasmem! rs) para valorizar ainda mais os sousplats. Os pratos, brancos e neutros, foram decorados com pequenas velas feitas com copinho de pinga e fita amarela e branca. Para personalizar cada lugar, uma rolha de vinho e um pequeno cartão com o nome do convidado escrito em dourado. O guardanapo, com um delicado desenho de renda branco e dourado (comprado no Empório Santa Luzia há mais de um ano), ficou perfeito na decoração.


O destaque da mesa ficou por conta do arranjo de flores: com a base de capim dourado, os vasos de vidro transparente receberam vela, romãs (colhidas no jardim) e um ramo de "chuva de ouro", comprada de uma senhorinha em uma esquina do meu bairro... A mesma flor que havia brotado lindamente na nossa árvore no jardim! Uma combinação perfeita!! Foi como trazer o nosso jardim para a mesa!!


 

O cardápio também teve inspiração dourada (mas vou confessar... foi uma total coincidência... só depois eu reparei que as cores dos pratos também "harmonizavam" com a decoração... rs): Petiscos de Queijo e frutas com Champagne, Vou-al-vents de Alho Poró e Bacon como entrada, Gnocchi de Mandioquinha com Iscas de Filet e Shitake como prato principal e, a sobremesa (escolhida pelos convidados e uma das minhas preferidas também), Créme Brullée!


Quando os convidados chegaram, recebi um lindo presente: um Bolo Caseiro, de Gengibre e Laranja, feito pela irmã da Patrícia, Renatinha, uma leitora assídua do blog e que sempre se comunica comigo para pedir dicas, receitas, opiniões! Uma fofa!! E mais fofa ainda foi a lembrança de me mandar o Bolo! E ainda pedindo a minha opinião sobre o resultado!! Que honra! Estava simplesmente delicioso, Renatinha! Adorei!!! E não é que você adivinhou? Seu bolo também combinou com a decoração dourada!! Bón Appetit!!




sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

DESAFIO: Harmonizar queijos e frutas com um espumante démi sec!

Espumante Santa Carolina e Petiscos de Frutas e Queijos!
Tem programa mais gostoso que receber os amigos em casa para bater papo e comer uma comidinha gostosa?? Sem trânsito, sem filas em restaurantes, sem riscos de "arrastão", sem barulho, sem pressão para desocupar a mesa... E, como eu gosto de cozinhar, é juntar "a fome com a vontade de comer"! Literalmente!! rs

Aprendi com uma amiga, que já morou em Paris, que os franceses, quando recebem os amigos para jantar, abrem um champagne de "Boas Vindas", normalmente acompanhado de petiscos leves como frutas frescas e secas (para não atrapalhar a vontade de comer o jantar)! Bem diferente dos italianos, que servem "antipasti", praticamente um "pasti" completo!!! rs

Achei a ideia simples, delicada e charmosa! Em um jantar que fiz em casa, servimos um vinho espumante leve e adocicado de origem chilena, com uma ótima relação "custo benefício": o Santa Carolina Demi Sec.

Para acompanhar, queijos e frutas... A originalidade ficou por conta da forma de servir: ao invés de colocar os queijos e as frutas em uma tábua, montei delicados "espetinhos" combinando uma fruta e um pedaço de queijo, do tamanho certo para se colocar de uma só vez dentro da boca! A inspiração foi uma outra receita de petiscos que fiz no Almoço Vintage, no natal de 2011, os Petiscos no Palito!


Outro ponto fundamental foi a harmonização da frutas e dos queijos... Pensei em queijos mais macios, com sabor marcante, mas nada muito defumado, como um provolone, ou salgado demais como um peccorino ou parmesão. As frutas também deveriam ser doces e eventuamente ácidas (dependendo do tipo do queijo), para contrastar e reduzir o sabor forte do queijo no paladar.

Fiz, primeiro, uma relação "teórica" de possíveis combinações depois de algumas pesquisas na internet e em livros (veja aqui um artigo sobre harmonização de pratos e vinhos, interessante: Academia do Vinho):
  • Cereja com Gouda (já testado nos Petiscos Vintage)
  • Morango com Brie
  • Damasco seco com Brie
  • Pera com Gorgonzola
  • Uvas thompson com camembert
  • Kiwi com Gruyére
  • Damasco seco com Cream Cheese
  • Amoras com Queijo de Cabra
  • Pêssego em calda com Ementhal
Na minha primeira tentativa, fiz 2 combinações: Cereja com Gouda e Morangos com Brie.


Acabei me arrependendo da escolha quando vi o resultado final do prato... Ambas as frutas eram vermelhas!! Teria sido mais interessante se houvesse um contraste de cores... Como uma uva verde... Foi falta de pensar, gente... Além do visual, o morango, que estava muito ácido, acabou se desentendendo com o pobre brie, que estava macio e maduro, prontinho para ser consumido... Para "solucionar" a briga, coloquei 2 potinhos com geléias, uma de framboesa e outra de limão siciliano... 

Mas, se o "colorido" do prato deixou a desejar e o morango estava muito azedo, a opção de servir em formato de "espetinhos" foi excelente! Bastava pegar e colocar na boca! Sem sujeira, sem cair farelo, sem ter que equilibrar a torradinha no guardanapo para cortar o queijo ou passar a pastinha! No máximo, mergulhar o espetinho no potinho de geléia!

Em um outro evento que fiz em casa, gostei tanto da ideia dos petiscos de frutas e queijos que servi novamente como aperitivo do "drink de boas vindas". Só que, nesta segunda vez, "harmonizei" melhor as cores e os sabores: além da cereja, que dá o toque vermelho e combina muito bem com o gouda, um queijo mais forte e amarelo, coloquei também a uva thompson (verde) com o queijo brie e o damasco (amarelado) com o queijo camembert. Embora o preparo seja extremamente simples, o maior desafio aqui foi encontrar as combinações ideais de sabor e visual!! E ficou tudo perfeito! Bingo!!

Petiscos de Frutas e Queijos (para 4 a 6 pessoas)

  • 100 gr de cerejas em calda (sem cabo e sem caroço)
  • 150 gr de queijo gouda
  • 100 gr de uvas thompson (sem sementes)
  • 150 gr de queijo brie
  • 100 gr de damascos secos cortados ao meio
  • 150 gr de queijo camembert
  • palitinhos coloridos de plástico
  • uma tábua para servir
  • Vinho espumante gelado para acompanhar
Corte o gouda em quadradinhos (de 15 a 20 pedaços). Monte os espetinhos colocando primeiro a cereja e depois o queijo. Faça o mesmo com o brie e as uvas e com o camembert e os damascos. Arrume os espetinhos em uma tábua de madeira e sirva com um espumante ou vinho branco de sua preferência!

É isso aí!! Fácil, charmoso e delicioso! Se você testar outras combinações, não deixe de compartilhar conosco!! Bon Appetit!


DESAFIO: Preparar uma sobremesa leve e charmosa para o Almoço de Natal!


Bavaroise de Baunilha com Calda de Morangos
A época de Natal é sempre aquela loucura!! Um evento atrás do outro, uma comilança sem fim... Peru, ChesterTender, Paleta, Pernil, Bacalhau, Rabanadas, Bouche de Noel... Socorro!!!!

Aqui em casa não foi diferente... No sábado (dia 22), fiz um Natal antecipado para os afilhados, todo temático, nas cores Vermelho e Branco! Até o cardápio era vermelho e branco!

No dia 23, preparei um Brunch para um grupo de amigos do Alê que se reúne há 30 anos na véspera do Natal... Uma linda tradição, agora com a participação das famílias! A Véspera de Natal não foi aqui em casa, mas o Almoço de Natal sim! E, para facilitar para todo mundo, dividi as "tarefas" com minha mãe e minha irmã!  Mamãe ficou com o Peru, Cris ficou com as entradinhas e as frutas para a sobremesa (com um "mimo" para o Lulipe, meu sobrinho: Brigadeiros e Beijinhos). Minha parte foi preparar a Paleta (de Porco) Caramelizada com limão siciliano, a Farofa de Frios e Ovos e o Arroz com Champagne e Açafrão! Um banquete!!

Além das frutas, decidi também preparar uma sobremesa inédita por aqui! Os Copinhos de Bavaroise de Baunilha surgiram da ideia de servir uma sobremesa mais leve, em pequena quantidade, que combinasse bem com as frutas natalinas e que aproveitasse a deliciosa calda de morango que fiz para os Push Cakes (ou Bolinhos de Empurrar)!

A forma de servir foi conservadora (e charmosa!), pois os copinhos não precisam ser desenformados e as duas camadas ficam bem visíveis. Eu até pensei em fazer a Bavaroise na forma de bolo inglês, mas fiquei com "medinho" de não desenformar na hora de servir... rs

Aprendi a fazer Bavaroise (uma espécie de mousse feito com Creme Inglês, Chantilly e gelatina sem sabor) em um curso de confeitaria. Não é muito fácil de fazer, pois o ponto do Creme Inglês é sempre um desafio... Feito a base de ovos, leite e açúcar, deve ser cozido até engrossar levemente... E se passar do ponto, as gemas talham inteiras... Um desastre!! Por isso, uso sempre um termômetro para chegar à temperatura ideal, 84 graus! Outra dica importante é usar a fava natural da baunilha (e não a essência), que deixa aqueles pontinhos pretos característicos do Créme Brullée!

Copinhos de Bavaroise de Baunilha com Calda de Morangos


  • 300 ml de leite integral
  • 4 gemas de ovo
  • 75 gr de açúcar
  • 1 fava de baunilha
  • 8 gr de gelatina dissolvida em um pouco de água
  • 120 ml de creme de leite fresco
  • folhinhas de hortelã para decorar

Para a calda de morangos

  • 300 gr de morangos cortados ao meio
  • 150 gr de açúcar
  • gotas de limão

Retire o interior da fava de baunilha com uma faca e coloque no leite. Coloque também as cascas. Ferva o leite com a baunilha e com metade do açúcar. Reserve. Misture as gemas (sem bater) com o restante do açúcar.
Acrescente o leite quente e misture bem. Volte a mistura para o fogo bem baixo e, sem parar de mexer, até a temperatura de 84 graus (eu só sei fazer com termômetro, mas dá para saber o ponto colocando o creme no verso de uma colher e, ao passar o dedo, o creme não escorre). Retire do fogo e deixe amornar. Acrescente a gelatina dissolvida e misture bem. Coloque o bowl com o creme para esfriar.
Bata o creme de leite ao ponto de chantilly e reserve na geladeira. Quando o creme de baunilha começar a engrossar, acrescente o chantilly e misture delicadamente até incorporar bem. Coloque o bavaroise em copinhos transparentes e leve à geladeira para endurecer.

Prepare a calda: ferva os morangos, o açúcar e o limão até engrossar. Enquanto ferve, vá retirando a espuma que se forma na superfície com uma colher. Deixe esfriar.
Na hora de servir, coloque um pouco da calda de morangos sobre o bavaroise e decore com uma folhinha de hortelã! E Bon Appetit!!

Bavaroise de Baunilha com Calda de Morangos
Minha linda e maravilhosa família, toda reunida! Feliz Natal a todos!!