segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

DESAFIO: Registrar os jantares da viagem no Navio MSC Armonia! (Parte 1)

Quem já fez um cruzeiro marítimo sabe que há todo um glamour envolvendo os jantares do navio! As refeições são com lugar previamente marcado, há dois turnos de jantar e o serviço é à francesa!

Recebe-se um menu com opções de Entrada, Sopa, Primo Piatto (massa ou risotto), Secundo Piatto (carne, ave, peixe ou uma opção vegetariana) e sobremesa (2 opções de doces, frutas e sorvetes).

Estive recentemente em um cruzeiro de 3 dias até Búzios no MSC Armonia, um navio italiano que passa o verão na costa brasileira. E o desafio foi registrar e mostrar a vocês os 3 jantares servidos, com todas as suas etapas e opções, além, é claro, das opiniões sobre cada prato (minhas e de minha família!) e sugestões de receitas para a execução de alguns dos pratos (aqueles que eu sei fazer! rs)...

O difícil foi "segurar" a família para que não tocassem nos pratos antes de serem fotografados durante o jantar!! Até foto do menu nós tiramos (para lembrar o nome dos pratos, super criativos, e às vezes, até exagerados!!).

Agora, imaginem a cara do garçom tailandês (chamado Putu) vendo aquilo!! Deve ter achado que era algum costume local fotografar a comida antes de "atacá-la"!! Estes brasileiros!! kkkk

Menu do Primeiro Jantar

Entradas

Brandada de Bacalhau com Brusqueta Rústica
Rocambole de Rosbife com e Aspargos "Bellavista" com Quenelle de Salada Russa
Salada Ceasar

Sopa

Sopa de Crustáceos ao Brandy

Massa e Risotto

Lasagna a Emiliana (ao ragú)
Risotto de Açafrão

Prato Principal
Posta de Salmão envolta em crosta de castanha de caju, servida com molho de champagne e legumes à oriental
Rosbife a Toscana com molho de alcachofra, batata noisette e arroz primavera
Quiche de Abobrinha e Queijo


Sobremesas

Bolo Prestígio
Sorvetes e frutas frescas

 
 


Brandada de Bacalhau (Brandade de Morue)
Vamos começar pelas Entradas (bem óbvio isso, rs...). Minha escolha foi a Brandada de Bacalhau, embora eu não tivesse ideia do que se tratava o prato... E, para escrever este post, fui pesquisar...

Brandada de Bacalhau ou Brandade de Morue, ao contrário do que eu imaginava, não é um prato típico português, e sim francês. E também não é feito com batatas. Segundo site francês chefsimon.com, a Brandade de Morue é um purê de carne de bacalhau emulsionado com azeite e leite. Seus ingredientes são bacalhau salgado desfiado (depois de tirado o sal deixando-o de molho por muitas horas), misturado ao azeite, bastante alho, salsinha, pimenta do reino e leite. Opcionalmente pode ser feito também misturando-se o bacalhau com batatas, mas não me pareceu ser o mais correto (talvez o mais barato... rs).

A brandada do jantar estava boa, bem cremosa, mas as tais "brusquettas rústicas" eram apenas... torradas! rs... Decepcionaram, pois eu adoro brusquetta e estava curiosa em saber como era a versão "rústica"! Também achei o prato um pouco sem cor, faltando uma "produção", como salsinha picada, ceboulettes, tomatinhos cereja...


Salada César
A outra opção de entrada era a Salada Cesar, adorada pelos meninos! Tanto Erik quanto o Ian escolheram esta opção e ficaram satisfeitos. O queijo utilizado em lascas não era parmesão, parecia um gouda talvez... Mas foi aprovado! Se quiser conhecer a minha receita de Salada Cesar, clique aqui!

Rocambole de Rosbife e Aspargos "Bellavista" com quenelle de Salada Russa
Esta foi a entrada mais "produzida". O que faltou de enfeites na brandada, sobrou no rosbife! Fatia de laranja, desenhos de maionese, folhinhas de alface, tomatinho cereja... E veja que prato lindo! O título também merece um "estudo à parte". Fiquei procurando o "rocambole" e percebi que era pelo fato de o rosbife estar "enrolado" nos aspargos! E a denominação "Bellavista"?? Achei que se tratava de um tipo de aspargo, mas não encontrei nada... Fiquei no vácuo, como dizem os meninos... rs. E, por último, a "quenelle" de Salada Russa. Segundo a Wikipedia, a quenelle é um bolinho feito com carne ou peixe muito condimentados, ligados com clara de ovo e natas, ovos batidos ou manteiga e farinha. Com esta mistura obtém-se as bolas que são cozidas em água. As quenelles são servidas gratinadas com vários molhos ou sopas.

E a Salada Russa nada mais é que uma salada de vários legumes misturados à maionese para dar consistência... A única explicação que posso dar para esta "quenelle de salada russa" é que se trata de uma metáfora, pois o formato da salada pode lembrar (mesmo que vagamente... rs), uma "quenelle"... Será isso? Alguém tem outro palpite?? Talvez o chef tenha tomado o "brandy" da sopa antes de fazer o cardápio??

Sopa de Crustáceos ao Brandy
E falando dela... só eu pedi a sopa. Os meninos não gostam de nenhum tipo de sopa (só Cup Nuddles, se é que podemos chamar "aquilo" de sopa...rs) e o Alê é alérgico a peixe e frutos do mar. Mas eu precisava provar, afinal, não era este o desafio?? Acho que o próximo desafio será perder os quilinhos extras por provar toda comida que aparece na minha frente!!

E vamos aos comentários sobre a sopa... Estava bem cremosa, mas não consegui sentir o sabor dos crustáceos, muito menos do brandy... (isso só confirma a hipótese que o chef tomou tudo enquanto "batizava" os pratos do menu! kkkk). Parecia uma sopa de legumes normal... com bastante cenoura e salsão... Aliás, tenho uma receita bem fácil de Sopa de Legumes no blog... Experimente! Só não vá dizer que é Sopa de Crustáceos ao Brandy!


Lasagna a Emiliana
 Chegamos à terceira parte da refeição... o Primo Piatto, ou Massas e Risottos. Os três (Alê, Ian e Erik) pediram a Lasagna a Emiliana. É uma versão tradicional da Lasagna italiana, com molho de tomate e carne (ragú) e gratinada com queijo parmesão ao forno. Para prepará-la, faça a massa de macarrão como na receita de papardelle (sem cortá-la, obviamente... rs), cozinhe as tiras de massa e monte uma assadeira alternando com o Molho a Bolonhesa. Não sei se vai ferir a receita tradicional, mas eu gosto também de intercarlar a massa com Molho Bechamel! Por último, queijo parmesão ralado e leve para gratinar no forno! E a do navio estava muito saborosa!
Risotto de Açafrão

Minha opção de Primo Piatto foi o Risotto de Açafrão. Parecia muito apetitoso quando chegou à mesa e eu pensei que não ia ser nada fácil chegar ao final desta refeição, pois ainda nem estávamos no prato principal... A "sorte" é que o tal risotto não valia as calorias... Dei uma provadinha e não gostei. O arroz estava "durinho" e o sabor não estava agradável... Eu gosto muito de fazer risotto, mas é um prato trabalhoso para o cozinheiro, pois exige atenção durante todo o preparo... E imaginei como ele daria "atenção" ao risotto enquanto preparava todos os outros pratos, para 1500 pessoas!! Se você ficou com vontade de um risotto, veja a minha receita de Risoto de Tomates Secos. Para adaptá-lo para esta receita, siga a receita básica e, no caldo de legumes, adicione o açafrão (espanhol, é claro, de preferência o pistilo...). No final, manteiga e bastante queijo parmesão (ou grana padano) ralado bem grosso! Com certeza ficará mais saboroso que o risotto do navio...

Chegamos, então, ao prato principal... Erik e Alê optaram pelo Rosbife a Toscana com Molho de Alcachofras, batata noisette e arroz primavera. A carne estava macia, mas não era exatamente um rosbife, e sim, um lagarto assado e fatiado, com um molho bem apurado. A batata noisette normalmente é feita com "boleador", mas esta era a batatinha pequena (acho que "bolear" para 1500 pessoas também daria muito trabalho...rs). E o arroz primavera é um arroz branco com ervilhas frescas e cenoura em cubinhos. O prato estava bem balanceado e, apesar de um pouco "rústico", estava bem saboroso!


O Ian resolveu inovar e pediu a Quiche de Abobrinha e Queijo, mas não gostou... Acho que ele lembrou que "abobrinha" não é seu ingrediente favorito! E a combinação de quiche com batata também não tem "nada a ver", né? Para uma receita legal de quiche, veja esta torta de queijo, que pode ser incrementada com abobrinhas em cubinhos salteadas no azeite e acrescentadas ao recheio antes de assar!
  
E, por fim, o Salmão-com-nome-enorme! Foi o que escolhi!! Estava razoável, mas, definitivamente, era muito nome para pouco prato! rs... A crosta de caju não trouxe grandes efeitos ao prato, o molho de champagne tinha muita farinha de trigo e pouco champagne (será que o chef tomou este também?? rs), mas os legumes estavam saborosos, cortados à julienne e com leve sabor de shoyu.


E quando chegou a sobremesa, estávamos quase explodindo de tanto comer!!! Eu mal consegui provar o Bolo Prestígio, que estava bom, com camada de massa de bolo de chocolate bem fininha e recheio de côco com leite condensado bem generoso! E a cobertura era de chocolate meio-amargo... Quando terminei a sobremesa, prometi a mim mesma que, nos próximos 2 jantares, eu não tentaria experimentar tudo!!!

Bolo Prestígio

P.S. : E vocês acreditam que, depois deste jantar, o navio ainda serve uma "Ceia da Meia Noite"????????? Desculpem-me, mas esta eu fico devendo!!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Ingredientes que não podem faltar na cozinha prática e gourmet!

Tem coisa melhor que fazer uma refeição rápida, fácil e totalmente gourmet?? Parece impossível?? Não é, desde que você tenha os ingredientes certos à mão!! Quantas vezes a receita surge a partir dos ingredientes que estão disponíveis?? Uma frittata de cebola, um spaguetti ao funghi secchi, um cuscuz marroquino com legumes... Para facilitar esta "improvisação gastronômica", é importante ter os ingredientes certos em casa!

Elaborei, então, uma lista de ingredientes que você precisa ter em sua despensa, em seu freezer, em sua geladeira, nos seus potes de tempero... Procurei escolher ingredientes que não são muito perecíveis, para evitar perdas e desperdícios (odeio desperdícios! rs). E, com estes ingredientes, você será capaz de preparar, rapidamente, 20 receitas deliciosas!! Abasteça sua despensa, monte sua combinação de entrada, prato principal , acompanhamento e sobremesa e arrase sem stress! Vai parecer que você passou o dia planejando aquele jantar! clique na figura para ampliá-la!



Legenda dos Ingredientes
  • Verdes - Despensa
  • Azuis - Freezer
  • Lilás - Geladeira
  • Laranja - Temperos


E para maiores detalhes das receitas, Seguem os links!!

Entradas:
Pratos Principais:
Acompanhamentos:
Sobremesas:
E mãos à obra! Ou melhor, aos ingredientes!! E Bon Apettit!!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

DESAFIO: Provar o menu completo do Buddha Bar em São Paulo!


Entrada do Buddha Bar - SP

Há cerca de um mês, entrei em um site de compras coletivas, o Groupon, e me deparei com uma promoção para um jantar no Buddha Bar, em São Paulo. Alguns pontos chamaram minha atenção para esta promoção... Primeiro, o valor ("de 169,00 por 69,00"), por um jantar completo (couvert, entrada, prato principal e sobremesa) para uma pessoa... Segundo, o estilo do cardápio, mesclando a cozinha francesa e asiática... e, por último, o responsável pelo cardápio, o renomado chef Erick Jacquin, do Brasserie Erick Jacquin. Eu já havia provado vários pratos do Bistrô Le Vin, cujo cardápio também foi elaborado por ele e virei fã do seu "Créme Brulée", como já mencionei em um dos meus primeiros desafios gastronômicos: Fazer o Créme Brulée igual ao do Le Vin...

Era a oportunidade perfeita para viver uma experiência nova! Utilizar um site de compras e degustar um menu "east meets west", elaborado pelo Erick Jacquin! Na empolgação, saquei meu cartão de crédito e comprei 2 "groupons"!!

Assim que recebi a confirmação da compra, liguei para fazer a reserva... Estava tão ansiosa que queria marcar para aquela semana mesmo... "Alô? Buddha Bar? Reserva? Groupon? O quê? Só para janeiro?? Casa lotada para eventos dezembro todo?? Como assim? Ok... janeiro então... dia 18... 20 horas... 2 pessoas, 2 "groupons"... o quê?? Só um "groupon" por mesa? Tenho que usar o outro em outra data? Aff..."

Obviamente, fiquei decepcionada... Marquei na minha agenda do celular o compromisso do dia 18, pois estava tão distante (mais de um mês...) que seria bem capaz eu esquecer de ir... E pensando o que eu faria com o outro "groupon"... se não fosse bom e não quisessemos voltar lá... Que "prejú"!! rs

Finalmente, dia 18 de janeiro chegou!! Depois de alguma dificuldade para chegar lá, pois o restaurante fica dentro da Vila Daslu e não há sinalização clara, Alê e eu fomos muito bem recebidos pelo mâitre, que nos levou para, segundo ele mesmo, "a melhor mesa do restaurante". Era a mesa em frente ao enorme Buddha de bronze!!! A sensação era que o Buddha iria conversar conosco a qualquer momento! Até fiquei com medo de colocar minha bolsa perto dele e ele pensar que era uma oferenda!!! Ou pior ainda, que "nós" éramos a oferenda!! Antes de ficarmos assustados com aquela "presença", resolvemos pensar que nossa refeição seria especialmente abençoada pela figura mística!

O cardápio era realmente muito interessante e não havia praticamente nenhuma restrição à escolha dos pratos, por conta da promoção. Somente o Pato Laqueado, que servia 2 pessoas, não poderia entrar na promoção.

Logo chegou o couvert, com pepininho japonês ("sunomono"), pãezinhos, manteiga, patê de salmão, patê de queijo de cabra e azeitonas. Gostoso e honesto. Só senti falta dos pãezinhos estarem quentes... E, na reposição, Alê pediu ao garçon que os esquentasse! Que diferença!! Muito melhor! Fica aqui a sugestão para o restaurante!
  
Couvert do Buddha Bar
 Decidimos pedir drinks no lugar do tradicional vinho, até porque esta é uma das especialidades da casa e o cardápio de drinks estava bem interessante! Alê optou por um Cosmopolitan e eu escolhi um drink sem álcool, com framboesas e lichias (adoro lichias!!):



 O drink sem álcool estava delicioso, muito rico em frutas, azedinho como eu gosto... O cosmopolitan estava... "cosmopolitan"... nada de especial.

A entrada escolhida foi um Carpaccio de Carne e Pupunha, com vinagrete de wasabi (raiz forte japonesa): 

Carpaccio do Buddha Bar
 Desculpem a foto não muito boa, mas tiramos sem flash! Para não atrapalhar as outras mesas, até porque o ambiente é bem "escurinho"!

Estava delicioso! Carne fresquíssima, bem fininha, lascas enormes de parmesão, um pesto saborosíssimo e o vinagrete de wasabi bem suave! E?? Cadê o pupunha?? Procura daqui, procura dali... Será que o parmesão é de pupunha?? rs... Quando concluimos que, definitivamente, não havia pupunha no prato, chamamos o mâitre... "Pupunha?? Este prato leva pupunha??" E foi checar no cardápio... "Realmente, faltou o pupunha... vou falar com o chef..." Enquanto isso, continuamos a nos deliciar com o prato, realmente muito bom!! Depois de alguns minutos, voltou o mâitre dizendo que o pupunha havia sido excluído do prato, por reclamações dos clientes. Parece que o pupunha não se entendia muito bem com o parmesão! E o parmesão levou a melhor!! Coitado do pupunha... 

Ainda lamentando o triste fim do pupunha, escolhemos nossos pratos principais. Por recomendação do mâitre, muito atencioso, escolhi o Camarão na Folha de Bananeira e o Alê, que não come peixe e frutos do mar, um Entrecote com Purê trufado...

Adorei a apresentação do camarão! Ele vem "disfarçado" de um coquetel de camarão... todos os camarões ao redor de um "copo" feito com a folha de bananeira! Muito criativo!


E o próprio mâitre "abre o prato" na frente do cliente: camarões ao redor e ... voilá! Sai o "copo" de bananeira e uma combinação de arroz branco, farofa de milho e legumes levemente temperados com curry se esparrama pelo prato! Lindo!! Devia ter filmado!!



 E, além do "mise en scene" criativo, estava muito saboroso!! Camarões grandes, grelhados no ponto certo... E o mix arroz-farofa-legumes combinava sabores e texturas brilhantemente!!

O entrecote estava lindíssimo! Muito bem servido, "juicy", realmente apetitoso de se olhar! Eu logo quis provar (ainda bem que o Alê não se importa com o meu "garfo ladrão"!! amo você, querido!!)

E aí, a decepção... A carne estava "estranha"... o ponto estava perfeito, mas a textura e o sabor não era o que esperávamos... Cheia de nervos, difícil de mastigar, um pouco insossa... O ponto alto do prato ficou por conta do purê trufado, que estava perfeito!!


Estávamos chegando ao final da nossa experiência no Buddha Bar... E, para mim, a sobremesa é sempre o "gran finale"! Obviamente, depois de tanto comer, decidimos dividir a sobremesa, como fazemos normalmente (você sabia que, quando você divide uma sobremesa, ela fica "light"? Afinal, só são ingeridas "metade" das calorias!!! rs).

E, adivinhem quem estava lá, no cardápio?? O famoso Créme Brullée!!


Mal deu tempo de tirar esta foto, eu já estava com a colher em punho para romper a casquinha crocante de açúcar caramelizado e alcançar o creme suave feito com creme de leite, gemas e favas de baunilha... Alê e eu levamos a "colherada" quase que ao mesmo tempo, à boca... Ops... Algo estava errado e percebemos ao mesmo tempo!! O que aconteceu?? A textura estava "granulenta" e o sabor, levemente "azedinho"... Talvez outra pessoa, não tão "fã" desta sobremesa, diga que fomos totalmente exagerados, que estávamos reclamando à toa...

Mesmo assim, o Alê chamou o mâitre (que deve ter pensado... que caras chatos... rs, mas foi educadíssimo mesmo assim...). Explicamos o que estávamos "sentindo" e ele levou o créme embora... Voltou em seguida, dizendo que devia ter havido algum problema com o creme de leite...

Realmente, creme de leite fresco é muito difícil de manusear... Eu mesma já comprei creme de leite azedo, mesmo dentro da validade... Um descuido na temperatura dele e já era!

Tivemos que nos contentar, então, com um trio de sorbets (pois o Cheesecake, minha segunda opção no cardápio, havia acabado...). Baunilha, Paçoca e Lichia! Esta foi a surpresa boa da sobremesa, o Sorbet de Lichia!! Maravilhoso!! Surpreeendente!! Adorei!


Quem estiver lendo este post talvez pense... Puxa, este jantar foi um fiasco, tanta coisa deu errado!! Mas não foi um fiasco não! Foi muito legal!! O lugar é muito exótico, bem decorado, o atendimento foi excelente (obrigada aos garçons e mâitre pela paciência!!), a música ambiente, conduzida pelo DJ, estava ótima! Quanto aos pequenos detalhes relatados, não atrapalharam a nossa experiência gastronômica, que foi muito positiva!

E o Buddha... bom, acabamos ficando muito amigos e já combinamos um próximo jantar, utilizando o outro "groupon" que eu comprei!!!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

DESAFIO: Acompanhar a elaboração de um almoço típico baiano!

Guarajuba, Bahia! Férias!! Mas os Desafios Gastronômicos não páram! Ainda mais aqui, com tantas novidades nesta área!! Depois da visita à feira da cidade vizinha, Monte Gordo, depois do tour gastronômico em Salvador, nada melhor do que acompanhar a elaboração de um almoço típico! Dona Graça foi a cozinheira! Depois de me mostrar os ingredientes em nossa visita à feira, preparou o seguinte cardápio para o almoço:
  • Carne do Sol
  • Purê de Aipim
  • Feijão Tropeiro
  • Farofa de Banana da Terra
 Os ingredientes regionais foram base para o almoço delicioso... Carne do Sol, Aipim, Feijão Fradinho, Banana-da-Terra!

Carne do Sol na Feira de Monte Gordo-BA

A carne do sol (filet mignon) foi muito bem limpa de toda gordurinha, depois, foi deixada de molho para dessalgar (em média, umas 3 horas para uma peça de 2 kg). Antes de ir ao forno, a carne foi selada na panela com um pouco de óleo, até secar o líquido. Em seguida, foi ao forno, em uma travessa, com óleo e azeite, coberta de rodelas de cebola, por 40 minutos!

Carne do Sol indo para o forno!
Enquanto a carne assava, D. Graça preparou os acompanhamentos (clique nas legendas das fotos para acessar as receitas detalhadas): 


Purê de Aipim

Farofa de Banana-da-Terra

Feijão Tropeiro

E a "estrela" do cardápio, a Carne do Sol Assada! Ficou super macia, saborosa e os acompanhamentos cairam perfeitamente, pois eram suaves, como o purê de aipim, levemente adocicados, por conta da banana-da-terra e cheios de textura e sabor, como o feijão tropeiro! Parabéns, Dona Graça! E obrigada, foi uma aula de culinária e tanto!

Carne do Sol assada!

Dona Graça e sua "obra"! Sorte dos convidados!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Cuscuz Doce de Tapioca

Este cuscuz é servido, na Bahia, como café da manhã. É doce, branquinho, feito com farinha de tapioca. Fica delicioso com calda de leite de côco, com geléia, com banana da terra cozida!! E é facílimo de fazer, pois nem vai ao fogo!

Aprendi a fazer com a Dona Graça, mãe do amigo Luciano, que nos recebeu em sua casa em Guarajuba, Bahia!


Cuscuz Doce de Tapioca
  • 250 gr de farinha de tapioca (farinha de milho branco, flocada)
  • 1 vidro de leite de côco (ou 200 ml de côco seco batido com água no liquidificador)
  • leite o suficiente
  • 4 colheres de sopa de açúcar
Misture todos os ingredientes até formar uma massa grossa. Adicione leite se necessário. Coloque em uma forma e leve à geladeira até endurecer.
Sirva com calda de côco, feita com leite de côco e açúcar.

DESAFIO: Fazer um tour gastronômico por Salvador!

Pelô - Foto tirada pela Marina, minha enteada
Em nossa estada em Guarajuba - BA, não podíamos deixar de passar um dia em Salvador! Além de visitar pontos turísticos como a Igreja do Bonfim, Pelourinho, Elevador Lacerda, Mercado Modelo, também fizemos um delicioso tour gastronômico, com nossos "Guias-VIP" Déia e Lu, que conhecem Salvador como a palma de suas mãos! Melhores guias que estes, impossível! E o passeio foi maravilhoso!

A primeira parada foi na Sorveteria da Ribeira, aberta em 1931 e eleita a melhor sorveteria do Brasil pela Revista Veja por 12 anos!! E dá para entender porquê! Além de um sorvete maravilhoso, o atendimento é muito bom! As atendentes são muito pacientes com clientes como nós, que queríamos provar todos os sabores antes de escolher os sabores do sorvete! Umbu, cajá, graviola, caju, côco, tamarindo, jaca... e os tradicionais chocolate, nata, café... Olhem o "cardápio" na parede da Sorveteria:


Acabei escolhendo o tradicional côco, com pedaços da fruta! Meu filho, Erik, escolheu o de Manga... consistente, pura fruta! Meu marido, Alê, escolheu Café e Ovomaltine. Deliciosos também! Muito sabor, muito leite, pouca gordura! O sorvete é artesanal, caseiro. Merecidíssimo o prêmio de "Melhor Sorveteria do Brasil".


Depois de visitar a Igreja do Bonfim, com direito a pedidos e amarração de fitinhas coloridas no braço de todos, seguimos para o nosso almoço, no Restaurante Soho. É um restaurante de comida japonesa à beira-mar, na Marina Bahia! Começamos com as deliciosas caipirinhas! Jabuticaba, Morango, Lichias...


E os pratos, muito caprichados! Provei, de entrada, as famosas "robatas" ou grelhados na chapa... Robata de batata doce, de banana da terra, de quiabo, de cogumelo... E, como prato principal, Camarão Tailandês no Abacaxi. Bem apimentado, com curry. Muito bom! Minha enteada pediu o Sunomono com Polvo (na foto), muito bem elaborado. Só quem não teve muita sorte com o pedido foi meu marido, alérgico a peixe. O Yakissoba, prato básico da culinária japonesa, não estava bom (a carne estava bem dura), o que foi bem decepcionante em um restaurante tão bem conceituado! 

Sunomono com Polvo do Restaurante Soho
Seguimos para o Pelourinho, ponto turístico obrigatório em Salvador! E, no Pelourinho, uma parada gastronômica obrigatória: A Cubana, sorveteria tradicional, onde iríamos provar o famoso Milk Shake de Côco e os Bolinhos da Cubana (como vocês podem perceber, devo ter engordado uns quilinhos neste tour gastronômico nada light!! rs). Mas valeu a pena! O Milk Shake é muito gostoso e os bolinhos, muito macios, com uma cobertura crocante de castanha de caju e chocolate!

Bolinho da Cubana - Bahia
Depois deste "lanchinho" delicioso, descemos pelo Elevador Lacerda e passeamos pelo Mercado Modelo. As compras foram todas "gastronômicas": mel de engenho, cocada, castanha de cajú, pimentas, goma de tapioca... Fechamento com chave de ouro no nosso passeio!

Obrigada Deia, Lu, pela organização, atenção e carinho!! Vocês foram fantásticos!!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

DESAFIO: Fazer tapioca com queijo coalho e mel de engenho!

Na Bahia, você encontra barraquinhas de tapioca (ou beijú, como é conhecido aqui) como encontra em São Paulo as casas de pão de queijo! A foto ao lado foi tirada na Casa de Farinha, na praia do Forte, que reproduz uma casa de farinha original, com os utensílios utilizados antigamente para a preparação da farinha da tapioca! A farinha, depois de umedecida e peneirada, é colocada na chapa ou frigideira, sem gordura, até dar "liga" e formar uma panqueca branca. Aí o recheio é colocado e metade dela é dobrada sobre o recheio. Está pronta a sua tapioca ou beijú!


Os recheios podem ser salgados ou doces... Os salgados mais tradicionais são feitos com queijo coalho e côco. Os doces levam doce de leite, leite condensado, mel de engenho, queijo com goiabada...

Na nossa semana aqui em Salvador, resolvemos fazer a tapioca em casa. Na feira de Monte Gordo compramos a farinha já pronta, umedecida. É possível comprar somente a farinha ou "goma", que deve ser umedecida e peneirada antes de ser preparada (dá um pouco mais de trabalho, mas em São Paulo é difícil encontrar a farinha já pronta para este fim.)


Compramos também o queijo coalho em pedaço e o mel de engenho para acompanhar.



Nossa amiga Cris, esposa do Beto, foi a "chef" desta noite. Ela espalhava a farinha por toda a frigideira já aquecida, formando uma camada grossa...



 Depois de uns 2 minutos, colocava as fatias de queijo coalho...


... dobrava a tapioca e deixava o queijo derreter.


Ficou perfeita, uma delícia! A minha, além do queijo coalho, foi complementada com o mel de engenho! hummm!!


É uma refeição completa, gostosa de fazer, deliciosa de comer!!

DESAFIO: Conhecer os ingredientes típicos da Bahia!

A Feira de Monte Gordo - BA rendeu muitas novidades para os Desafios Gastronômicos! Além de conhecer as frutas típicas da região, como graviola, côco, jaca, umbu... (veja o post anterior) a feira também era muito rica em ingredientes regionais! Carnes, crustáceos, farinhas, manteigas, legumes, temperos, ervas...
Logo na entrada, um engradado com galinhas vivas... Isso mesmo... Você escolhe a ave e o vendedor termina o serviço... ai!! Acho que, se eu morasse aqui, ia preferir virar vegetariana!! Como é bom comprar o frango congelado no supermercado!! 


E os caranguejos são vendidos vivos... Quem tem que fazer o "trabalho sujo" é a cozinheira!! Credo!! Até me lembrou o filme da Julia e Julie, quando a Julie tem que preparar a lagosta... e a bichinha vem viva!! Que dureza!!


As manteigas são vendidas fora da geladeira... A comum, bem salgada, lembra a manteiga Aviação. E a manteiga de garrafa... já vem líquida, mesmo fria, pois já foi previamente aquecida. É utilizada no preparo dos pratos típicos, como a carne do sol.

Os biscoitos também são diferentes! Estes são os biscoitos fofos, levemente adocicados, com sabor de côco ou de canela! A massa é parecida com um pão sírio torrado. Bem gostosinho!


E o biscoito de polvilho, aqui se chama "Avoador". É bem miúdo e com sabor de queijo:


Os grãos também são bem diferentes. Feijão fradinho é a base para o acarajé... E o andu, verde, é cozido em um tipo de feijoada local, com carne de boi salgada, carne de porco, linguiça... Mas você precisa debulhá-lo antes!


mandioca é base para a elaboração de farinhas, como a "goma", de onde é feita a tapioca ou beijú. Aqui, uma observação importante: a "mandioca paulista" aqui é conhecida por aipim ou macaxeira. É a raiz que pode ser cozida, frita... A mandioca mesmo é maior e é venenosa! Só serve para fazer farinha, depois de muito tratamento.

 O maxixe, da foto abaixo, é bem espinhudo e é ralado antes de ser preparado. É a base da Maxixada, um prato que leva este tubérculo com carne e camarão seco.


As barraquinhas de farináceos apresentavam muita variedade de ingredientes... As farinhas de milho podem ser finas, grossas... As de mandioca também... São base para biscoitos, bolos, farofas, mingaus... Que loucura!! Difícil absorver tanta novidade!


As famosas pimentas malaguetas... vendidas frescas, a granel...

O camarão seco, ingrediente para o Acarajé...


As ervas medicinais, para todos os tipos de males...

A carne do sol... Que deve ser dessalgada antes de ser preparada... É mais suave que o charque:


Os doces caseiros... como o de banana, feito na própria folha...

E o famoso queijo coalho... A "mussarela" nordestina, ideal como recheio da tapioca... Com côco ralado fresco... hummm....

E o melaço da cana, ou "mel do engenho", que também casa muito bem na tapioca e em outras sobremesas com queijo coalho... O azeite de dendê é fundamental para a moqueca e para o acarajé. E o leite de côco... combina muito bem com peixes, com doces, com batidas...


Agora, vem outro desafio... Utilizar nas receitas estes ingredientes maravilhosos!! Já estou me preparando para levar alguns deles para casa. Vamos lá!!