quarta-feira, 27 de abril de 2011

DESAFIO: Comparar dois restaurantes árabes da região da Paulista!

Coincidentemente, na mesma semana, fui a dois restaurantes árabes na região da Av. Paulista... O Folha de Uva, famoso, conceituado, refinado... E o Tâmara Café, restaurante simples, familiar, que só abre para o almoço...


Em uma terça feira à noite, fomos jantar no Folha de Uva. Pedimos o buffet completo, com saladas, pratos quentes e sobremesas:

Esfihas e kibes do Folha de Uva
 As esfihas estavam razoáveis, mas um pouco secas... O kibe eu não provei, porque não gosto muito de fritura... rs

As saladas: tabule e kibe cru
O buffet de saladas tinha o tradicional tabule, com muita salsinha e pouco trigo (o que não é ruim, só é diferente do que estamos acostumados), e o kibe cru, meu prato preferido da cozinha árabe... Comi com bastante hortelã e evitei a cebola (não que eu não goste, mas deixa um "bafinho"...  e meu maridinho não merece! rs). Estava bem gostoso! Também comemos as tradicionais pastinhas (babaganuche, coalhada seca e homus). Até aqui, nada de diferente de tantos outros restaurantes árabes...

Pratos Quentes: Moussaka, charutinho, músculo com quiabo
e arroz com lentilhas
Chegou, então, a hora dos pratos quentes... Decepcionei-me um pouco com a "variedade" (eram somente 5 tipos de prato, incluindo dois tipos de arroz), mas fiquei feliz quando vi a Moussaka! Adoro Moussaka, apesar de achar um pouco estranho encontra-la em um restaurante árabe!! Moussaka não é grega??

Mas, independentemente de ser árabe ou grega, a Moussaka é deliciosa! E eu caprichei na porção! Além da moussaka, me servi de um charutinho (só para experimentar) e do arroz marroquino... Ah! Tinha também um músculo cozido com quiabo! Será que isso também é árabe?? O garçom me enrolou e não soube dizer...

Voltamos à mesa, e o Alê também havia caprichado na Moussaka. Antes de provar, pensei: "Este pode ser mais um desafio gastronômico: Fazer a Moussaka do Folha de Uva", pois parecia muito apetitosa, recém saída do forno!

Mas, quando provamos, tivemos a mesma reação: URG!! Estava horrível! A carne estava com gosto forte, com sabor de sebo... um horror! Lembrou-se até de uma tentativa frustrada minha de fazer costela de boi... Ficou horas no forno, com direito a foto de passo a passo, tudo preparado para um lindo post no blog... E a carne estava horrível! Passada, velha, ensebada... Um horror...

Como dizem que toda reclamação é um "presente" (quem inventou esta frase ou nunca recebeu uma reclamação, ou nunca ganhou um presente de verdade... rs), decidimos "presentear" o Folha de Uva com nossa opinião sobre a tal Moussaka. Chamamos o garçom e o Alê, com toda sua elegância, comentou que o prato devia estar com algum "probleminha", pois o sabor não era o esperado... O garçom foi prová-lo e voltou dizendo: "Senhor, este é o gosto da nossa Moussaka mesmo!"

Ficamos olhando para ele, sem palavras... Acho que nossa expressão foi tão espantada que ele resolveu falar com o dono, que veio a nossa mesa... Repetimos a opinião e ele nos pediu uma "segunda chance": iria preparar uma porção especial da Moussaka, com outra carne, menos gordurosa... Depois de uns 15 minutos, veio o prato:


Moussaka, tentativa número 2
 Apesar de lindo, infelizmente, não havia muita diferença do outro que provamos... Continuava com sabor forte de sebo de carne... que decepção...

Decidimos afogar as mágoas no buffet de sobremesas. E lá fomos nós:

Sobremesas do Folha de Uva
 Ponto positivo para o Folha de Uva: estavam uma delícia! Não me lembro o nome daquele creme de semolina com calda de damasco, mas comi com muito gosto!! humm!! Mesmo com as almas adoçadas, a conta, quando veio, caiu bem salgada... Quase R$ 150,00 para duas pessoas! E sequer pedimos alguma bebida alcoólica!
De volta para casa, já no carro, o Alê comentou comigo... Acho que não vamos voltar mais lá... E eu concordei...

No dia seguinte, quarta feira, decidimos almoçar em outro restaurante árabe, o Tâmara Café. A proposta é totalmente diferente! Pequeno, simples, caseiro, familiar, só para o almoço e lotado!! Dona Sueli, a dona, cuida diretamente da cozinha, de onde saem delícias como as esfihas (de carne, ricota, verduras...):


O Alê, que resolveu começar um regime, depois da árdua tarefa de ser o meu "provador oficial" dos desafios gastronômicos, pediu um prato bem light, Michui de Frango com Salada Fatuche (que ele comeu com muito gosto):


E eu, pedi o "prato do dia": A famosa Feijoada Moura, feita de grão de bico e paio, cozidos lentamente e acompanhados de arroz marroquino. Simples e divino!! Vejam que até as fotos não sairam muito boas, tanto era a pressa de começar a comer logo!! rs

A Feijoada Moura da Dona Sueli

Arroz Marroquino

Meu marido é fã do Tâmara e da Dona Sueli há muito tempo. Eu, prá falar a verdade, tinha até um certo "preconceito"... Mas tive que me render!! E fiquei, mais uma vez, impressionada com a qualidade da cozinha do Tâmara... Com toda a sua simplicidade, havia dado um banho no renomado Folha de Uva!! E por um terço do preço. Não é incrível?? E olhem que eu nem mencionei o Ataife (acho que é assim que se escreve), um pastel recheado de nozes e coberta com mel e calda de rosas... Mas, como sou uma boa esposa, evitei pedir sobremesa, pois sei que ele não resiste a um docinho! Mas, se forem ao Tâmara, não deixem de provar!! Bón Appetit!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

DESAFIO: Provar o saboroso PF da Dona Marta, na longínqua praia da Parnaioca!

Há alguns lugares que são “encantados”... Todas as vezes que tentamos chegar até ele, algo acontece... A Praia da Parnaioca é um destes lugares... Localizada no lado “de fora” da Ilha Grande, é vizinha da praia do Leste e do Sul e a Praia de Dois Rios...

Ouvíamos tanto falar nas suas águas claras, nas suas areias brancas e macias, em seu pequeno e receptivo povoado, mas nunca conseguíamos completar nossa viagem até lá... Ora porque é longe... Ora porque o tempo não estava favorável... A Parnaioca era nosso destino no último feriado, o Carnaval... Fomos com o Black Swan (nosso lindo veleiro preto) até a Ilha Grande, chegamos até a ponta dos Meros, mas o vento sudoeste não nos deixou seguir em frente... Aliás, pernoitar na Parnaioca exige condições especiais de vento e mar... Por isso é um local tão “encantado”...

Mais um feriadão chegou, a Páscoa, e novamente nosso destino era a Parnaioca (prá falar a verdade, eu estava até com receio de me decepcionar, dada a elevada expectativa que este destino estava causando!).

A previsão do tempo era, finalmente, otimista... Céu sem nuvens, mar e vento favoráveis... Saímos de Paraty rumo à Ilha Grande, acompanhados do Veleiro Filho do Vento, dos nossos amigos Murilo e Mariza. Os outros veleiros da turma, o Vento, o Skua e o Xupolho (uma linda e romântica homenagem a dois dos mais expressivos ingredientes da nossa culinária – o Xuxu e o Repolho), estavam algumas milhas à nossa frente, rumo ao mesmo destino.

Tivemos alguns percalços no caminho e o vento não estava tão favorável assim, o que nos fez atrasar um pouco o horário de chegada... Depois de um pôr do sol espetacular, decidimos parar na Praia dos Meros para o pernoite, pois a entrada na Parnaioca, um local ainda desconhecido para os comandantes do Black Swan e do Filho do Vento, não era recomendável no escuro...

Dia seguinte, acordamos bem cedo, com o sol iluminando tudo... Como a Praia dos Meros é linda!! Conseguíamos ver o fundo de areia, com mais de 10 metros de profundidade!

Partimos para a Parnaioca e, menos de uma hora depois, chegamos (finalmente!) ao nosso tão esperado destino! O Vento e o Skua já estavam ancorados por lá!

O medo da decepção desapareceu imediatamente! Que lugar especial! E que bom que é tão difícil chegar lá... Talvez, por isso, esteja tão preservado! Difícil, também, é acreditar que a Parnaioca já foi um dos maiores povoados da Ilha Grande, com mais de 1000 habitantes...


Escondida atrás de uma espessa vegetação, há uma pequena estrada de areia que corre em paralelo ao mar... Este é o acesso para uma pequena igreja, um pequeno cemitério, o camping do “Seu” Sílvio com 17 barracas (isso mesmo, nem 16, nem 18... 17 barracas, limitadas e controladas pelo IBAMA) e a casa da Dona Marta... Da praia, via-se uma pequena e singela placa: “Prato Feito” da Dona Marta.

Minha curiosidade gastronômica aguçou-se automaticamente! Precisava conhecer a Dona Marta e seu PF!

Caminhamos para dentro da estradinha e logo chegamos a uma casa simples,  com uma varanda e uma mesa rústica com bancos, onde 4 jovens, provavelmente hóspedes do camping, tomavam café da manhã... Dona Marta, uma simpática senhora, estava servindo a mesa e logo os jovens começaram a elogiar a “comidinha caseira” servida ali, todos os dias. Perguntei como era o PF: “arroz, feijão preto, farofa, salada e peixe frito”, tudo feito no fogão a lenha, por R$ 14,00 por pessoa! O dia, para comer peixe, não podia ser mais propício, Sexta Feira Santa! Reservamos nossos “PFs” para uma hora mais tarde...

Chegamos uns 15 minutos mais cedo e nos sentamos em uma das 2 mesas de um pequeno quiosque coberto de lona plástica azul e sacos plásticos cheios de água pendurados sobre a mesa (achei um tipo de decoração bem alternativo, mas depois descobri que os sacos estavam lá para “espantar os mosquitos”... Não me pergunte como, mas parece que funciona!!)...



De lá, dava para ver a Dona Marta preparando o almoço em seu fogão a lenha... E faz tudo sozinha! Segundo ela mesmo diz, "tem que cozinhar, servir as mesas, e ainda bater papo e ser simpática com os fregueses"!


O aroma da lenha queimada no fogão a lenha me fez lembrar minha infância... Os finais de semana que passávamos no nosso sítio em Juquitiba, a casa do caseiro, onde a Dona Rosa, nossa caseira, cozinhava em seu fogão a lenha... Era uma atração para as crianças! Ficávamos o dia todo por perto, tanto que, no final do dia, quando voltávamos para casa, minha mãe dizia: “Todo mundo para o banho, tirar este cheiro de murrinha!! Até hoje não sei a origem desta palavra, mas descreve o cheiro de quem ficou perto do fogão a lenha o dia todo, depois de brincar e transpirar muito!

Quando a comida chegou, deu para perceber o carinho e dedicação daquela senhora simples, em um lugar tão distante e isolado, com seus “fregueses”: um prato com arroz feito na hora, feijão preto fresquinho e bem temperado... Um prato de salada de alface, cenoura e feijão fradinho... E os peixes fritos ("vermelhos"), inteiros, fresquíssimos, pescados no dia anterior...

É fácil pensar em um desafio gastronômico quando se pretende provar uma comida da alta gastronomia... Há dezenas de restaurantes que servem pratos elaboradíssimos e caríssimos... Basta querer gastar seu dinheirinho e o desafio está resolvido!

Mas este desafio foi diferente! Provamos uma refeição que Dona Marta faz para sua família e que, como meio de sobrevivência em um local tão ermo, sem energia elétrica, sem transporte rotineiro, a 5 horas de caminhada do porto mais próximo, serve os turistas que, como nós, tem o privilégio de visitar este lugar mágico, a Parnaioca!!

Obrigada pela recepção, Dona Marta! E parabéns pelo capricho e qualidade do seu PF! Além da bela paisagem desta linda praia, sua comidinha caseira ficará na nossa memória!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

DESAFIO: Preparar um lindo almoço de Páscoa para minha família, antes da Páscoa!!

Nas famílias "modernas" como a nossa, há feriado que estamos com os filhos e outros que estamos sem eles... Na Páscoa deste ano estaremos sem as crianças (que não são mais tão crianças assim...), o que me deu um aperto no coração... Não teríamos aquele almoço gostoso e a troca de ovos de páscoa??

Não, não, não!! Conversei com minha mãe e decidimos antecipar a Páscoa! Um domingo antes, no final de semana que estamos com as crianças! E aqui em casa, do jeito que eu gosto!!

O bacalhau, que não pode faltar, ficou a cargo da mamãe, neta de portugueses! Além deste detalhe, há outro também: a alergia de meu maridinho a peixe... Nem cheiro do bacalhau cozinhando ele pode sentir que passa muito mal!
A semana foi atribulada no trabalho, o que dificultou a preparação do evento com mais antecedência. Na sexta feira à noite, fiz o meu "mapa mental" do evento. Esta ferramenta me ajuda muito!! Vejam como ficou (clique na imagem para ampliá-la)
:

A primeira etapa do planejamento, além de definir data e convidados, é o cardápio da festa:

Entradas
Pratos Principais
Acompanhamentos
Sobremesas
  • Torta Frangipane com Framboesas e Chantilly
  • Torta Ganache de Chocolate (receita da massa da Frangipane com recheio de ganache, descrito abaixo)
  • Frutas Frescas
  • Sorvete Haagen Daaz (cortesia da minha maninha "chic"!!)
O sábado começou com as compras, no Sonda e depois no Mercado Municipal. A única antecedência do evento foi a encomenda de uma paleta ao açougue do mercado! E lá fui eu buscar a peça! E que peça! 5 quilos! Sem a capa de gordura!

Depois de guardar tudo e organizar um pouco a cozinha, temperei a paleta com alecrim, vinho branco, sal e pimenta do reino! Mal cabia na maior forma que eu tenho!!

Paleta marinando, a próxima etapa foi fazer a massa das tortas, que precisavam descansar na geladeira por duas horas.

Em seguida, preparei o Creme Confeiteiro, que fazia parte do recheio da Torta Frangipane.

"Pausa" para limpar a cozinha das atividades confeiteiras, era hora de começar a preparar o Molho a Bolonhesa e a Vichyssoise! Tomates italianos, carne moída fresquinha, temperos... E para a sopa fria, alho poró e batatas cozinhando em um delicioso caldo de legumes que eu havia preparado durante a semana...

"Salgados" em andamento, era hora de voltar para as tortas... Há havia passado as duas horas de geladeira e começou o trabalho de "massinha"... Abrir a massa com as mãos, delicadamente, de dentro para fora, até preencher as duas formas: a maior para a Frangipane, a menor para o Ganache de Chocolate!

O tempo de forno de cada uma das tortas foi diferente... A Frangipane devia ser somente pré assada, pois voltaria ao forno com o recheio... Já a torta de chocolate deveria ser totalmente assada, pois o recheio é colocado frio!

Enquanto as tortas assavam, preparei o recheio da Frangipane... Farinha de amêndoas, açúcar, ovos, licor e o creme confeiteiro... Tirei a massa do forno, coloquei o recheio e voltei a torta para o forno... Que cheiro delicioso de torta assando pela cozinha...


A preparação do Ganache é bem simples: 500 gr de chocolate meio amargo, 200 ml de creme de leite fresco. Aquece-se o creme de leite, junta-se ao chocolate bem picado e pronto! É só rechear!


No dia seguinte, tive que acordar beeem cedo para colocar a paleta no forno! Que dureza!! rs




Depois de 30 minutos em forno bem alto (para selar), mais 3,5 horas com papel alumínio e mais 1 hora passando uma mistura com suco de limão siciliano, açúcar e conhaque, para laquear... Ficou lindo!!

Paleta Caramelizada com Limão Siciliano
O restante da manhã de domingo foi dedicada a finalizar a Torta Frangipane, que, modéstia à parte, ficou linda, e até ganhou um post só para ela...


Preparei as outras entradas... o Guacamole...


E uma deliciosa salada de Frutas (maçã, uva verde, nozes) e presunto de parma:



A farofa é super fácil de fazer, só precisa picar um monte de coisas! rs

Farofa com Frios e Ovos

Cozinhei o spaguettini, pois o Molho A Bolonhesa já estava pronto:


Um pouco antes das 13h, minha mãe chegou com a estrela do almoço: o Bacalhau com Couve Tronchuda! Simplesmente um espetáculo! Ele também ganhou um post exclusivo!

Bacalhau com Couve Tronchuda
O evento foi lindo! O dia estava perfeito, temperatura amena, céu azul, sol... A família toda reunida, feliz e integrada! Pode ter dado um pouquinho de trabalho, mas valeu muito à pena!! Feliz Páscoa a todos!!

domingo, 17 de abril de 2011

DESAFIO: Fazer mais uma receita de Bacalhau com minha mãe, agora com Couve Tronchuda!

Bacalhau com Couve Tronchuda
Este é mais um desafio que faço em parceria com minha querida mãe, neta de portugueses e cozinheira de "mão cheia"! Com a Páscoa se aproximando, pedi a ela que me ensinasse algumas de suas receitas de Bacalhau! A primeira, vocês se lembram, foi o Bacalhau a Espanhola, já devidamente postado neste blog!

Agora, vamos aprender com ela outra versão bem típica portuguesa... o Bacalhau com Couve Tronchuda! Além da couve, esta versão leva também batatas, cebolas e ovos cozidos, tudo isso regado ao azeite e muito alho! E é um prato que pode ser servido frio!! 
Couve Tronchuda

Mas vocês devem estar se perguntando... Que raios é esta "couve tronchuda"? rs...

É uma couve muito comum na culinária portuguesa, de folhas grossas e cor verde escura, com sabor levemente amargo.  

Infelizmente não é um ingrediente fácil de se achar aqui no Brasil, mas não se desespere! A receita fica ótima também com couve-manteiga, presente em todos os nossos supermercados. Mas não se esqueçam da força da colônia portuguesa em nossa cidade! A couve tronchuda costuma aparecer nos mercadões próximo à Páscoa!! Esta receita dá para umas 8 pessoas!

Bacalhau com Couve Tronchuda
  • 2 kg de lombo de bacalhau salgado
  • 1 kg de batatas
  • 4 cebolas
  • 4 dentes de alho
  • azeite a gosto
  • 1 maço de couve tronchuda
  • 4 ovos
  • 100 gr de azeitonas pretas portuguesas
Deixe o bacalhau de molho na geladeira por 36 horas, com a pele para cima, trocando de água algumas vezes.


Descasque as cebolas e as batatas, sem cortá-las. Em uma panela grande, coloque o bacalhau, as batatas e as cebolas para cozinhar. Quando subir a fervura, retire as postas de bacalhau e continue a cozinhar as batatas e as cebolas até ficarem macias.


Limpe bem o bacalhau, retirando a pele escura e as espinhas. Nesta etapa, um destaque especial ao meu pai, que, apesar de alemão, adora comer bacalhau e ajudou minha mãe no trabalho mais chato: tirar as espinhas do bacalhau!!


Ferva água em uma panela grande e acrescente as folhas de couve cortadas ao meio, deixando o suficiente para que amoleçam um pouco (não coloque as folhas para aquecer junto com a água, pois elas perderão a cor verde escura!).

Cozinhe os ovos por 15 minutos. Descasque, corte em quadro partes no comprimento e reserve.

Prepare o molho: amasse bem os dentes de alho com bastante azeite em um pilão.

Em uma travessa grande, monte o prato, distribuindo o bacalhau, as batatas cortadas em rodelas, a couve tronchuda, as cebolas cortadas em quatro. Tempere com o molho de alho e azeite e decore com as azeitonas pretas e os ovos. Sirva frio!!

E obrigada aos meus pais, que fizeram o passo-a-passo aqui para o blog!! Afinal, não basta ser pai (e mãe), tem que participar!!! Valeu "seu" Hans e "dona" Nilza!! Vocês são o máximo! E o Bacalhau estava espetacular!! Um dos melhores que já provei!

Bacalhau com Couve Tronchuda, da Dona Nilza!!

DESAFIO: Criar a minha versão da Torta Frangipane!!


Flor "Frangipane"
 Até fazer um curso de confeitaria francesa, eu não tinha a menor ideia do que era uma Torta Frangipane! Quando aprendemos a fazê-la, foi exatamente no dia em que eu tive que sair mais cedo por causa do rodízio! Resultado: Não vi a torta pronta nem a provei!!

Torta Frangipane tem o recheio feito de Creme Confeiteiro (aquele com sabor de baunilha, usado para rechear "sonhos"...) e Creme de Amêndoas. O nome vem de um italiano, Don Cesare Frangipani, que criou um perfume para o Rei da França, Luis XIII. Este perfume vinha de uma flor, o jasmim vermelho, que também recebeu o nome de frangipane. E a Torta aromatizada com amêndoas e baunilha, lembrava o perfume criado pelo tal Frangipani! Interessante a história, não é?

A massa, com farinha, manteiga, ovos e leite deve descansar umas duas horas na geladeira... Depois de aberta na forma, deve ser pré assada... O recheio, composto de creme confeiteiro e creme de amêndoas, deve ser assado novamente e, depois de fria, a torta pode ser decorada com geléia, frutas frescas, merengue... A minha "criação" foi decorá-la com chantilly e framboesas "in natura"...

Não é uma receita do tipo "simples", pois envolve 5 componentes: a massa, o creme confeiteiro, o creme de amêndoas, o chantilly e as framboesas! Além disso, todos os ingredientes devem ser pesados com precisão, necessitando de uma balança digital... Mas vale muuuuito à pena, pois fica fantástica (modéstia à parte... rs). Se animou a enfrentar comigo este desafio? Então vamos lá!!

Torta Frangipani com Framboesas e Chantilly

Massa
  • 150 gr de farinha de trigo
  • 75 gr de manteiga
  • 40 gr de leite
  • 20 gr de ovo
  • 15 gr de açúcar
  • 1 gr de sal
Creme Confeiteiro (dá 260 gr de creme)
  • 200 ml de leite
  • 50 gr de açúcar (em duas partes de 25 gr cada)
  • 16 gr de amido de milho (Maizena)
  • 40 gr de gema (aprox. 2 gemas)
  • 10 gr de manteiga
  • 10 gotas de essência de baunilha
Creme de Amêndoas
  • 100 gr de manteiga
  • 100 gr de açúcar confeiteiro
  • 100 gr de farinha de amêndoa
  • 100 gr de ovos
  • 10 gr de amido de milho
  • 10 ml de amaretto
Chantilly
  • 250 ml de creme de leite fresco
  • 1 colher de sopa de açúcar confeiteiro
  • 5 gotas de essência de baunilha
Frutas
  • 300 gr de framboesas congeladas "in natura"
Comece preparando a massa. Misture a manteiga cortada em cubinhos e a farinha de trigo com as pontas dos dedos, até formar uma farofa. Junte o açúcar, o sal e os ovos, misturando rapidamente com as mãos. Coloque o leite aos pouquinhos, até formar uma bola que se desgruda das mãos (não use todo o leite se não for necessário, pois a massa pode ficar grudenta...). Embale e coloque na geladeira por 2 horas.

Enquando a massa "descansa", prepare o Creme Confeiteiro. Aqueça o leite com 25 gramas de açúcar e a baunilha, até o ponto antes de ferver. Em um bowl, misture com um fuet as gemas, o restante do açúcar e, por último, a maizena. Vá adicionando lentamente o leite quente a esta mistura, continuando a mexer. Volte ao fogo baixo e continue mexendo até engrossar. Não se assuste: quando começa a engrossar, parece que vai empelotar tudo... rs... continue mexendo que a mistura ficará homogênea!
Reserve o Creme confeiteiro.

Prepare o Creme de Amêndoas. Em uma batedeira, bata a manteiga e depois acrescente o açúcar até incorporar. Junte a farinha de amêndoas, o amido de milho, os ovos e o licor. Reserve.

Aqueça o forno a 180 graus. Em uma forma média (25 cm) de fundo removível e borda baixa, distribua a massa com a ponta dos dedos, de dentro para fora... Deixe passar um pouco da borda e corte as sobras de massa com as costas de uma faca grande. Isso faz com que o acabamento da torta fique perfeito! E confeitaria francesa pede perfeição!!

Fure toda a massa com um garfo para que não crie bolhas de ar quando for ao forno. Leve ao forno por uns 10 a 15 minutos, o suficiente para começar a assar, sem dourar.

Retire a massa pré assada e reserve. Prepare o recheio, misturando o Creme Confeiteiro e o Creme de Amêndoas. Recheie a torta e volte ao forno até assar totalmente, ficando bem "douradinha".

Torta Franginpane assada, sem cobertura
Deixe a torta esfriar bem, antes de colocar o recheio. Se possível, prepare a torta no dia anterior, deixe-a na geladeira, e só decore com as frutas e o chantilly momentos antes de servir!

Prepare o chantilly, batendo o creme de leite bem gelado (30 minutos no freezer) com o açúcar e a baunilha, até engrossar.

Decore a torta: Disponha as framboesas no centro da torta e decore toda a borda com flores de chantilly, feitos com bico pitanga grande!


A minha versão da Torta Frangipane

Servi a Torta no almoço de domingo, para toda a família. Foi um sucesso absoluto! A massa, bem fininha, coberta por um recheio firme, com textura de amêndoas, e o contraste da maciez do chantilly com o "azedinho" das framboesas! Uma explosão de sabores!!

Fica o desafio para você criar a sua versão da Torta Frangipane!! E me conte depois!!

Torta Frangipane com Framboesas e Chantilly

sábado, 16 de abril de 2011

DESAFIO: Me vingar dos abacates que caem do vizinho na minha cobertura!

Não é bucólico ter um abacateiro carregado de lindos frutos na janela do seu quarto? E se estes abacates, quando caem da árvore, acertam a cobertura de policarbonato da sua churrasqueira, que fica bem abaixo da janela do seu quarto? É bucólico?? Acho que não... rs... Nós já tomamos cada susto com estes abacates!! Imaginem um barulho de "bomba" na sua janela de madrugada! Gostoso, não é?

Na semana passada, o rapaz que limpa a cobertura conseguiu colher alguns abacates ainda no pé!! Era hora da vingança!!

Primeiro, pensei em Creme de Abacate, uma sobremesa da minha infância! Mas depois reparei que os abacates ainda estavam um pouco verdes... Melhor pensar em um prato salgado, já que o abacate é versátil o suficiente para isso! (até como "bomba" ele atua... rs)

O que vêm à mente quando se pensa em prato salgado com abacate?? Guacamole!!
Seria a entrada perfeita para o meu jantar a dois! E a ideia foi servi-lo em formato de salada, para sair um pouco do tradicional, servido com nachos!

Salada de Guacamole (para 2)
  • 1 abacate médio
  • 2 tomates maduros
  • 1/2 cebola picada
  • 1 dente de alho picado
  • 1 pimenta malagueta picada
  • 1/2 limão espremido
  • coentro a gosto
  • sal a gosto
  • Folhas de Alface e acelga em tiras finas
Amasse bem o abacate, junte os tomates picados sem pele e sem sementes, a cebola, o alho, a pimenta, o suco de limão e o coentro picado. Misture bem e tempere com sal. Deixe tomar gosto por alguns minutos.

Distribua as folhas picadas em 2 pratos grandes e distribua metade do guacamole em cada prato, sobre as folhas. Decore com uma folhinha de coentro e está pronto para servir!

Bem que dizem que a vingança é um prato que se come frio!!! kkkk

Salada de Guacamole - A vingança!!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

DESAFIO: Preparar um Spaguettini ao Molho Pesto e Frango, usando o pilão do Jamie Oliver!

Molho Pesto no Pilão de Granito
Segunda-feira, dia de fazer "home office"! Mas, como ninguém é de ferro, dia também de preparar um almoço gostoso (e prático)! Nesta segunda, em especial, recebi uma ótima notícia! O Alê também viria almoçar em casa!! Mais um motivo para caprichar!!

Abri a geladeira e vi uns filezinhos de frango já grelhados... Pensei em fazer uma massa com o frango... Mas  faltava o "tempero"! Pensei no "molho pesto", um dos meus preferidos! Chequei os ingredientes: manjericão OK (da minha "hortinha"), nozes OK, queijo ralado OK... Tudo pronto para fazer um "pesto turbinado" com frango!

Além disso, seria a primeira vez que usaria o meu pilão de granito m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o do Jamie Oliver, que ganhei de Natal do Alê!! Vocês não imaginam como o pesto fica especial quando macerado no pilão! Ficou com água na boca? Então, mãos à obra!!

Spaguettini ao Molho Pesto e Frango

Para a massa
  • 400 gr de spaguettini Barilla
  • 4 litros de água
  • sal
  • 1 colher de sopa de azeite
Para o frango
  • 300 gr de filet de frango cortado em cubinhos
  • 1/2 cebola
  • 1 dente de alho
  • salsinha e cebolinha a gosto
  • sal e pimenta a gosto
  • 2 colheres de sopa de azeite
Para o molho pesto
  • 1 maço de manjericão (só as folhas)
  • 50 gr de nozes
  • 100 gr de queijo parmesão ralado
  • sal e pimenta do reino a gosto
  • 1 dente de alho picado (opcional)
  • 1/2 xícara de azeite extra virgem 
Tempere o frango com a cebola, alho, salsinha e cebolinha (tudo picadinho), sal e pimenta e deixe tomar gosto por umas 2 horas.
Ferva 4 litros de água temperada com sal e azeite.
Frite os cubinhos de frango no azeite, até ficarem bem crocantes. Reserve.

Cubinhos de Frango
Prepare o pesto, macerando em um pilão todos os ingredientes, até formar uma pasta. Reserve.

Molho Pesto

Cozinhe o spaguettini por 5 minutos.


Spaguettini cozinhando...

Escorra a água, junte o frango e o molho pesto, misturando bem. Sirva imediatamente (porque esfria bem rápido!!).

Spaguettini ao Molho Pesto e Frango

domingo, 10 de abril de 2011

DESAFIO: Jantar na sexta à noite no Bistrô Brasil, em Paraty!

Jantando no Bistrô Brasil - Paraty RJ
Sexta feira, seis horas da tarde, Av. Paulista... Inicia-se nossa aventura de ir jantar em Paraty!! Alê e eu já estávamos com o carro pronto desde de manhã, quando fomos trabalhar!

Depois de quase uma hora para sair de São Paulo, chegamos à Dutra, ainda com o trânsito muito carregado... Quando saímos do perímetro urbano, pegamos a Carvalho Pinto e seguimos até Taubaté. De Taubaté seguimos pela Rodovia Oswaldo Cruz até Ubatuba, descendo aquela serrinha onde é possível ver a traseira do próprio carro em algumas curvas! rs

Chegamos em Ubatuba às 21:15 e seguimos até Paraty... As 22:15 entramos no portal da cidade e seguimos para o nosso destino, o Bistrô Brasil!

Este pequeno restaurante, à beira do cais principal de Paraty, é comandado pela chef Juliana Fratesky, e tem como proposta, uma comida regional com técnicas de alta gastronomia!


Cais de Paraty, sexta feira à noite
 
Bistrô Brasil, em Paraty


A noite estava linda, fresca e com o céu estrelado... nem sinal da chuva que pegamos na estrada...

Em uma mesa no calçadão, à luz de velas, nos esperavam com um Pinot Noir, nossos amigos Paula e Serginho... Um Indomita chileno, bem leve, bem transparente... sabor adocicado, com aroma de tabaco e um sabor marcante de olivas... Intrigante e divertido!

Para acompanhar, pedi uma deliciosa salada de pupunha, com molho de maracujá... Não queria nada pesado... além disso, a melhor pedida do Bistrô, camarão VG, não estava disponível... E por um bom motivo... eles não compram este tipo de camarão quando está na época de reprodução... O Bistrô é ecologicamente correto! Legal, não é? Infelizmente a chef Juliana não estava no restaurante aquela noite... É muito interessante conversar com ela sobre os pratos, os ingredientes, as técnicas... Para uma "curiosa gastronômica" como eu, é um prato cheio! Literalmente!! rs


Frutas Flambadas na
Cachaça
Chegou a hora da sobremesa, para mim, indispensável! Escolhemos as Frutas Flambadas na Cachaça, com sorvete de creme! Técnica francesa com ingredientes regionais!

As frutas eram banana e abacaxi, servidas em uma taça de cosmopolitan... Linda a apresentação! E muito saboroso também, embora o sorvete tenha derretido demais!!

A noite foi uma delícia... Estar à beira mar, tomando um delicioso pinot noir, na companhia de bons amigos... E pensar que, 5 horas antes, estávamos no trânsito caótico da Av. Paulista!!